Futebol

Acusado de aliciar jogadores, São Paulo apresenta Foguete

POR DASSLER MARQUES

“Já apresentou mesmo?”. Essa foi a réplica de René Simões, diretor executivo do Vasco e diretor são-paulino até o fim do último ano, à pergunta feita pelo Terra a respeito da apresentação do lateral direito Foguete no Centro de Formação de Atletas do São Paulo em Cotia. Irritado com a confirmação, René desligou a ligação imediatamente, sem qualquer manifestação, e também não atendeu mais o celular. A reação de René, um personagem central da história, ajuda a explicar a briga que a direção são-paulina, acusada de aliciamento, compra com Foguete e outros jogadores em situação similiar.

Relembre: São Paulo quebra pacto firmado na CBF, alicia promessas e revolta clubes

Nos últimos dias, conforme o Terra noticiou em primeira mão, coordenadores de divisões de base de Coritiba, Ponte Preta e do próprio Vasco repudiaram as movimentações do São Paulo sobre jogadores jovens. A postura também foi alvo de revolta em funcionários da CBF, que havia instituído uma espécie de pacto moral no último ano. Ainda sob a supervisão de Ney Franco e Mano Menezes, se acertaram códigos de conduta contra a troca de clube, nas categorias de base, de maneira unilateral.

As contradições do São Paulo e o desmentido do Fluminense

A postura adotada pelo São Paulo com relação a Foguete não só fere o pacto (participaram 40 clubes das Séries A e B) como contradiz uma atitude da própria direção são-paulina com outro vascaíno. Em 2012, antes de assinar seu contrato profissional, o centroavante Mosquito, da Seleção Sub-17, foi oferecido pelo agente Gustavo Arribas, de bom trânsito no Morumbi. Rene Simões chamou a responsabilidade e, com base no acordo que havia sido firmado na CBF, disse não à oferta. Não se repetiu dessa vez.

“Nós recusamos o Mosquito na época por um pedido do Roberto Dinamite (presidente do Vasco)”, defende-se Adalberto Baptista, diretor de futebol do São Paulo, ao Terra. “Ele efetivamente ainda estava lá e, por bem, acatamos em respeito ao Vasco. O Foguete já estava livre. É uma situação completamente diferente”. Em nota oficial, a cúpula são-paulina afirma que o jogador deixou São Januário em função de atrasos e diz que Fluminense, Santos e Atlético-PR também fizeram ofertas. “Não é verdade. Esse jogador foi oferecido e recusamos”, diz Marcelo Teixeira, gerente de futebol do Flu, também ao Terra.

Ao contratar Foguete sem qualquer tipo de pagamento ao clube formador, no caso o Vasco, o São Paulo chama para si uma briga com outras equipes brasileiras. O clima entre dirigentes é de revolta e a reação é em tom similar. “Vários clubes fazem isso, mas só interessa publicar o São Paulo”, fala Adalberto, com uma explicação curiosa. “O único clube grande de São Paulo com formação séria é o São Paulo. Outros estão no Paraná, em Minas, e vocês não querem publicar”, critica.

Em reportagens recentes, o Prata da Casa revelou detalhes da relação de facilidades entre o Bahia e a empresa Calcio em transferências de jovens jogadores. Também revelou escândalo de doping na base do Grêmio, cujo preparador físico, Diego Melo, foi demitido.

Coritiba e Grêmio Prudente também acusam o São Paulo

O Terra teve acesso a dois e-mails enviados por dirigentes de Coritiba e Grêmio Prudente nos últimos dias. As mensagens fazem parte de um grupo fechado entre os coordenadores das divisões de base de 40 clubes. “Novamente entrou em ação a maneira capciosa e imoral de aliciamento que vem sendo praticada por representantes deste grande clube que é o São Paulo”, reclama Mario André Mazzuco, do Coritiba. A revolta se dá por conta de transferência que estava acertada entre dirigentes da equipe com o Prudente pelo jogador Paulo Henrique. O São Paulo atravessou o acordo.

“O Sr Geraldo, do São Paulo FC, aliciou atleta vinculado ao Grêmio Prudente há mais de um ano, bem como contatou diretamente seus familiares para levar o jogador ao Centro de Treinamento de Cotia”, diz Breno Casari, presidente do Prudente. “O Sr Geraldo em nenhum momento contatou o Grêmio Prudente, que não tomou conhecimento e, tampouco, autorizou a transferência, (…) ainda mais da forma obscura como foi feita em total desrespeito às leis desportivas nacionais e aos regulamentos da Fifa”, acrescenta.

Adalberto Baptista confirma a negociação, diz que Paulo Henrique já treina em Cotia, mas credita a transferência a uma atitude do atleta. “O menino é livre, não temos nenhuma posição. Ele foi lá no São Paulo, bateu na porta, conheceu a nossa instalação e quis ficar. Não tinha vínculo com o Prudente. Ele fez treinamentos no clube. Depois o Bernardo (ex-jogador e empresário) falou que era o dono do jogador. Os agentes tratam assim. Ele está treinando, não tinha contrato de formação, foi lá e ficou. Nosso trabalho é esse”.

Alvo de acusações, Geraldo tem autonomia para gerir Cotia

A postura agressiva do São Paulo ao mercado de jogadores das categorias de base tem relação com a escalada ao poder de José Geraldo Oliveira, gerente da base e funcionário fiel do presidente Juvenal Juvêncio. Foi por conta de atritos com Geraldo e a direção que René surpreendentemente deixou o clube após menos de um ano no cargo. Recentemente, Marcos Tadeu, diretor da base e a quem Geraldo respondia, também pediu demissão.

Sem Marcos Tadeu, nesse momento, Geraldo tem autonomia para gerir as divisões de base. Seu superior é justamente Adalberto Baptista, cujo cotidiano está distante de Cotia. “Ele é uma pessoa de minha extrema confiança e do presidente Juvenal Juvêncio. Todos os atos por ele praticados estão inteiramente respaldados pela diretoria”, disse Adalberto. Nas últimas três semanas, o Terra fez diversos contatos com Geraldo, mas ele não aceitou conceder entrevista.

Fonte: Terra
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