De malas prontas para deixar a Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, para se mudar para o Leblon, na zona sul, o técnico do Vasco, Alfredo Sampaio, não esconde de ninguém a sua paixão pelo bairro, onde foi criado. Ele fala com carinho das escolas de samba da região, de como foi a sua infância e de seus costumes. Sem medo do que pode acontecer no futuro, já que a vida de treinador é complicada, ele fala da profissão e relembra até mesmo a sua passagem com o atacante Ronaldo, do Milan.
Em um bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM, o treinador, de 49 anos, falou da coincidência de morar próximo ao Maracanã, de como é comandar um time grande pela primeira vez e de seu clube de coração
Paixão pela Tijuca
"Costumo dizer para todo mundo que sou brasileiro, carioca e tijucano. Não tem jeito. Gosto do bairro, da cidade, das escolas de samba da região. Tem a Unidos da Tijuca, o Salgueiro, Vila Isabel e a Mangueira entra aí por tabela. Costumo ir em todos os ensaios. Gosto muito de carnaval. Essa vida de treinador estressa muito e temos que aproveitar de alguma maneira."
Maracanã
"Nem tinha pensado que posso me consagrar a poucos metros da minha casa. Tenho boas lembranças do Maracanã. Lembro que eu jogava bola no Maracanã. Pulava o muro do estádio e jogava em um campinho que tinha ao lado do Célio de Barros. Quando não dava para jogar ali, a pelada era onde tem aquele hall dos elevadores. Até os 11 anos, eu jogava bola ali."
Time de coração
"Olha, se eu falar o meu time de coração, você não vai acreditar. Sou São Cristóvão. Conheço todo mundo ali e tenho muito carinho pelo clube. Treinei o clube e sei como é. Trabalhei com o Ronaldo lá. A transição dele para o Cruzeiro foi na época que eu estava lá. Peguei o Ronaldo com 15, 16 anos, e claro que marca a vida de um garoto. Em Dubai, quando o Vasco e o Milan estiveram lá, fui ao hotel dele e conversamos. O Ronaldo é tranqüilo e sempre que eu o encontro é uma coisa prazerosa. Ele sempre me chama de cabeção. Ele é uma pessoa do bem."
Jogador profissional
"Joguei durante 14 anos como profissional. Fiquei pouco tempo no Brasil. Passei mais tempo lá fora. Joguei no América, no Bonsucesso, no São Cristóvão, no Moto Clube. Depois disso, eu deixei o país e joguei na Venezuela, no Chipre, nos Estados Unidos, em Moçambique, na África, no Equador e em Portugal. Foram experiências muito boas. Eu era zagueiro e passei por coisas muito bacanas."
Rixa entre Romário e Edmundo
"Por característica minha, sou conciliador e não precisei intervir em nenhum momento. Fiquei bem atento aos dois para ver como seria o relaciomento. Eles se respeitaram bem e não aconteceu nenhum desentendimento."
Relação com Edmundo, Romário e Eurico
"Lidar com o Eurico, com o Romário e com o Edmundo é mais fácil do que muita gente imagina. Se você combinar uma coisa com eles, deixar bem claro, está tudo certo. Não tem erro. Você precisa dialogar, não pode querer se impor."
Exemplos de treinadores
"Gosto do Felipão, do Luxemburgo e do Telê, que tinha um time que sempre jogava bonito. Com o Felipão, passei um tempo acompanhando o Grêmio e ele trabalhava até a exaustão. Ele repetia os lances até atingir a perfeição e ninguém reclamava disso. O Luxemburgo enxerga o jogo muito bem. Ele consegue ver o que acontece na partida."
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