Nem todas as causas da instabilidade do Vasco na Série B estão dentro de campo. Passada a euforia com a chegada de Joel Santana, a cada tropeço pesam as dificuldades que não são aparentes.
O clube sofre para cumprir seus compromissos financeiros e caminha para três meses de salário atrasado no elenco.
A psicóloga Maria Helena se aproximou do treinador nesta quinta-feira no CFZ e trabalha discretamente para evitar a instabilidade emocional dos jogadores.
Em São Januário, o cenário é complicado. Além de não receberem salário em dia, os funcionários relatam a falta de materiais básicos para manutenção do clube.
A diretoria tenta a liberação da última parcela de R$ 4 milhões do patrocínio da Caixa Econômica. Mas mesmo tendo equacionado o FGTS, a falta de pagamento de outros impostos, que somados chegam a R$ 9 milhões, dificulta a renovação do contrato, que terminou há um mês.
Com a decisão liminar da Justiça de estender o mandato do presidente Roberto Dinamite, os Conselhos Deliberativo e Fiscal, que seriam substituídos por uma junta transitória, ficaram fora de ação e não têm reuniões previstas até as eleições, marcadas para novembro.
O Conselho de Grandes Beneméritos, por sua vez, se reuniu na última semana e avalia a possibilidade de notificar a diretoria judicialmente contra a situação do patrimônio social do Vasco.
Na próxima semana, o desembargador Camilo Ruliere volta de férias e deve enfim julgar se mantém ou não a decisão do Conselho Deliberativo em estender o mandato do atual presidente.
Na zona da confusão política, o técnico Joel Santana prepara o time hoje para encarar o Náutico, amanhã, no caldeirão de São Januário, depois de dois empates fora. Mais do que a liderança, a manutenção na zona de classificação para a Série A é imprescindível para evitar a revolta dos torcedores.