Edmundo 'escala' Dedé na Seleção e afirma que conquistou mais que Romário

Em entrevista ao "Agora é Tarde" desta quarta, Edmundo surpreendeu ao dizer qual seria a sua Seleção Brasileira na Copa. Disse que Diego Cavalieri, que sequer tem assegurada convocação entre os três goleiros de Felipão, seria seu titular; Dedé, do Cruzeiro, um dos seus zagueiros, barrando, portanto, o titular David Luiz; Ralf e Paulinho a dupla de volantes com, pasmem, Ronaldinho Gaúcho à sua frente, na armação.

"Eu escalaria Oscar ou Ronaldinho Gaucho, que eu ainda daria um último voto de confiança", disse ele ao apresentador Rafinha Bastos, ainda acreditando que o atual jogador do Atlético-MG possa não só ir à Copa como até ser titular do time brasileiro.

"Ralf e Paulinho é a dupla de volantes mais perfeitas que eu já vi", disse ele, para justificar uma das surpresas, uma vez que Ralf nem é cogitado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa.

Edmundo também falou que levaria Luis Fabiano para ser reserva de Fred (nas convocações mais recentes e mesmo na Copa das Confederações, Jô, do Atlético, era o reserva imediato do jogador do Fluminense) e Robinho, segundo ele, pela experiência.

Eis o time do Brasil caso Edmundo fosse o técnico: Diego Cavalieri; Daniel Alves, Thiago Silva, Dedé e Marcelo; Ralf e Paulinho; Oscar ou Ronaldinho Gaucho; Hulk, Fred e Neymar. Que tal?

Principais trechos da entrevista:

Confira a seguir, algumas das perguntas que foram feitas a Edmundo, inclusive sobre a morte de pessoas em um acidente de carro no qual esteve envolvido, e o que ele respondeu no bate-papo com Rafinha Bastos:

Quem comeu mais gente, ele ou Romário?

"Pela cara, com certeza eu."

Jogador de futebol atualmente anda comportadinho demais?

"Estão muito politicamente corretos e isso tirou do atleta a liberdade de expressão, tanto dentro quanto fora de campo", analisou, citando como bons exemplos de jogadores de personalidade de sua época Romário, Renato Gaúcho, Túlio e Viola.

Por que mudou?

"Futebol virou um mercado. Hoje, os atletas não falam por si próprios. Eles são mercadorias dos clubes e principalmente dos seus empresários. Têm assessorias de imprensa, media training, essas coisas. Antigamente, era mais espontâneo, mais coração, havia mais amor ao clube. "

Qual seu time do coração?

"Eu tenho dois amores: um de mãe, o Vasco, porque foi onde nasci e fui criado, e um de mulher, o Palmeiras, o amor eu conheci depois de velho."

Sobre a escalação para a final da Copa após convulsão de Ronaldo e depois voltar para o banco:

"Na preleção, que é onde o treinador escala o time, o Zagalloo lembrou de uma Copa [1962] onde Pelé não iria jogar, que escalou Amarildo, o Brasil foi campeão e ele um dos destaques. Falou que eu iria jogar, enfim, e isso não aconteceu. Até o início do aquecimento, eu iria jogar, mas aí o Zagallo falou: 'segura, porque eu vou começar com o Ronaldo' [que tinha voltado do hospital]. Eu entendi, mas a minha reação deveria ter sido outra. Deveria ter ficado puto, mas não fiquei. Estava em estado de choque com as duas situações: primeiro, ao vê-lo ter a convulsão e depois recuperado e o fato de não jogar, então não tive reação nenhuma. Fiquei meio bobão.

O que ficou do acidente no qual esteve envolvido e que teve mortes?

"Minha vida mudou a partir disso. Passei a dar mais valor à minha família, passei a ser mais disciplinado em várias coisas. Eu era muito jovem, no auge daquela empolgação, achando que podia tudo e infelizmente, numa noite dessas, saí com o carro que tinha comprado, e ainda bem que foi no início da noite, e nem tinha bebido... Passei a ser exemplo para a população. Fui linchado publicamente, mas depois tive a oportunidade de conhecer os familiares das [três] pessoas que faleceram e poder mostrar que sou filho, irmão, pai e minha vida mudou radicalmente. Eu me arrependendo de estar ali, porque é uma culpa concorrente."

Mancada ao lembrar narração de Luciano do Valle de seu gol:

Ao fazê-lo relembrar uma narração de um de seus muitos gols na voz do recém-falecido Luciano do Valle, o programa deu uma derrapadinha e escolheu mal ao exibir um gol de Edmundo pelo Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, justamente a competição que ele acabaria como vilão na final ao perder o pênalti que deu o título ao Corinthians