Eurico critica Champs e comenta possível patrocínio da VW

Declarações do ex-presidente do Vasco (e atual líder da Oposição) Eurico Miranda ao programa Casaca no Rádio da última 2ª-feira (23/03):

ÔNIBUS DA VOLKSWAGEN

\"Em primeiro lugar, nós vamos botar as coisas realmente como são. Isso não foi obra de administração nenhuma, porque isso é uma intenção da Volkswagen, que já fez isso com o Flamengo, com o Vasco, e vai fazer com os outros. Isso é uma direção. Isso foi concretizado realmente na minha administração, pelo Marco Antônio Monteiro, que era o vice-presidente de marketing. Só faltava eu assinar. Foi tudo discutido - as condições e como é que seria. Mas isso foi só uma questão de timing, que não aconteceu. Mas eu não vejo... Não tem virtude nenhuma nisso. Tem que as coisas andavam normalmente. É uma ideia da Volkswagen, de fazer com os clubes do Rio. Nós tínhamos. Praticamente só faltava a assinatura. Mas eu acho que, na verdade, quem está - e isso eles viram, o marketing da Volks viu isso - ganhando mais com isso... É claro que o Vasco ficou com um ônibus de luxo e tal, mas quem está ganhando muito até com essa participação toda é a própria Volkswagen.\"

\"Aliás, você vê como é que esse pessoal desconhece. Tem um cara aí que, um escriba aí desses, metido a conhecer das coisas, que chegou e disse \"É estranho que o ônibus do Flamengo tenha placa de Resende\". Aí alguém teve que sussurrar para ele que a fábrica de ônibus da Volks é em Resende. O ônibus sai de lá emplacado como Resende. Como o do Vasco também é de Resende, e os outros que saíram de lá, porque a fábrica é em Resende. Mas ele achou estranho. Eles viram logo \"Há alguma coisa que tem aí. O ônibus veio de Resende. Por que não foi emplacado no Rio?\". Mas são as coisas do futebol.\"

PATROCÍNIO DA VOLKSWAGEN R$ 140 MIL/MÊS

\"A informação que eu tenho, e essa é concreta, é que tentaram jogar, botar o patrocínio no Vasco. Jogaram no mercado para ver se faziam por esses dois meses, de março e abril. Mas efetivamente não conseguiram. E até vou dizer que não era nada considerável. Era um valor de 140 mil por cada mês. Mas o momento é difícil. O momento para esses patrocínios e tal, isso não está um momento muito fácil. Nós tentamos, inclusive, na época, junto à Volkswagen, lá o departamento de marketing, se tinha essa possibilidade de manga. Há muito tempo eu tentei associar principalmente o carro deles, o Gol. Nós tentamos muita coisa, mas nunca houve assim uma receptividade da Volkswagen, de fazer alguma coisa com um time de futebol.\"

\"Mas essa ideia do ônibus foi uma ideia que eles encamparam. Realmente, o ônibus é um ônibus muito bom. Agora, a intenção deles é fazer com os quatro clubes do Rio de Janeiro. Não sei se depois vão para São Paulo, mas vieram fazer os quatro clubes do Rio de Janeiro.\"

CHAMPS

\"O grande problema da Champs: é uma empresa que não tem crédito. Uma das coisas é que não apresentam o contrato da Champs, na verdade. Mas se ela tivesse [crédito], o Vasco, se fez um contrato e, como eles dizem, esse contrato é excepcional, tinha resolvido o problema, porque teria descontado esse contrato e conseguia resolver os problemas de imediato. Só que, quem vai descontar alguma coisa de uma empresa que não tem crédito absolutamente nenhum, quando ela tem que ser interveniente? Qual é o banco que vai fazer isso? Isso foi um dos assuntos que foi colocado lá no Conselho. Também foi colocado, em relação ao próprio fornecimento de material, que já deram mais do que motivo para a rescisão do contrato, e de que se busque realmente uma empresa que possa dar ao Vasco... uma empresa que esteja à altura do Vasco, porque esse que é o problema. O problema não é você ter um contrato com alguém que vai chegar. Eu vou dar um exemplo. Você tem um apartamento. Aí o cara chega lá e diz assim: \"Eu dou cinco milhões no seu apartamento\". \"O meu apartamento está valendo três, e esse cara está me dando cinco. Está bom. Eu vou comprar aqui um igual a esse meu e ainda vai sobrar dinheiro\". Mas a pergunta, você tem que ver: \"Eu dou cinco no seu apartamento, mas como é que você paga?\". \"Eu vou pagar em tantas parcelas\". \"E o que você me garante que você vai me pagar isso?\" Isso é um contrato simples, quando você faz, porque propostas, eu tive \"n\". Essa própria Champs, e eu já divulguei aqui, tinha feito uma proposta antes. A primeira condição que eu dei a eles: \"É o seguinte. O primeiro ano é à vista\". \"Mas não paga à vista\". Por quê? Porque uma empresa que fatura, por ano, 2,4 milhões, não pode dizer que me paga sete. Como é que ela vai pagar sete, se ela só fatura 2,4 no ano? Mas eles diziam que vão pagar. Está bom. \"Além de você ter a concordância da Reebok, se depois acertar isso, comigo o pagamento é à vista\". Seria por três anos ou quatro anos. \"E nos anos seguintes, garantia dos pagamentos\". Porque é muito simples você fazer um contrato que vai receber um valor astronômico, e depois você não tem condição de receber. Isso é o que está acontecendo com a Champs.\"

NÃO TER FECHADO COM A CHAMPS

\"Eu assinar? Não vão pagar. Não adianta ela querer me dar um cheque. Eu quero ver é o dinheiro creditado, porque cheque também tem aquele \"v v\". Tem o \"v v\", que vai e volta. Não adianta nenhum cheque. Eu quero, em determinadas situações... Isso é diferente de você fazer um contrato com uma empresa que tem patrimônio, que você sabe depois por onde buscar. Negócios são feitos dessa maneira. Se aparece um bom negócio, \"Estou aqui, quero pagar tanto, está aqui tanto. Vou pagar, está na conta tal dia\". \"Está bom. Concretiza mediante o pagamento e a gente assina o contrato\". Esse foi o problema que eu coloquei quando foi da época da proposta.\"

TÍTULOS PROTESTADOS

\"Não paga nada. A informação que a gente tem é que só durante o mês de fevereiro e parte de março estava com mais de 250 títulos protestados.\"

RETORNO DA REEBOK

\"Tomara que aconteça. Tomara. Eu dei o caminho lá: rescindam o contrato e negociem um novo contrato com uma outra empresa mais forte.\"