Eurico Miranda defende manutenção da presidência da CBF

Em reunião com representantes de clubes que disputam o Campeonato Brasileiro nesta segunda-feira, o presidente da CBF Marco Polo Del Nero voltou a refutar qualquer hipótese de renúncia do cargo. Afirmando não ter nada a temer, Del Nero disse que vai à Câmara nesta terça para prestar esclarecimentos aos deputados da Comissão de Esportes, mostrando documentos e contratos da CBF. 

O presidente confirmou também que vai propor uma mudança no estatuto para limitar os mandatos de comando na entidade. A tendência é que Del Nero faça coro à medida prevista na Medida Provisória 671, a MP do Futebol, que prevê teto de quatro anos para mandatos na presidência de clubes e entidades que organizam campeonatos, com possibilidade de apenas uma reeleição. A Comissão Mista que trata da MP se reunirá nesta terça, em Brasília. 

Há uma Assembleia Extraordinária com presidentes das 27 federações estaduais marcada na próxima quinta-feira na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para discutir alterações no estatuto da entidade e “assuntos de interesse” da CBF. Nesta segunda, o encontro foi com presidentes de clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. 

Segundo o presidente do Avaí, Nilton Macedo Machado, o encontro teve debates sobre alguns pontos levantados pela MP 671. Conhecida como MP do Futebol ou Profut, o projeto de lei que tramita em Comissão Mista da Câmara e do Senado estabelece contrapartidas para o parcelamento de dívidas fiscais dos clubes com a União, como teto de 70% em investimentos em futebol, apresentação de Certidão Negativa de Débito (CND) antes do início de campeonatos, sob pena de rebaixamento automático, e publicação de balanços financeiros na internet. A MP do Futebol ainda estabelece a limitação de mandatos para a presidência tanto de clubes que aderirem ao refinanciamento das dívidas quanto para entidades (no caso, federações estaduais e CBF) que organizem campeonatos no Brasil. 
 

Machado ainda rechaçou a possibilidade de renúncia de Marco Polo Del Nero, que foi reivindicava pelo movimento de jogadores Bom Senso F.C. em comunicado nesta segunda-feira. 

- Não há porque se pretender a renúncia dele (Del Nero). Está firme com seu projeto de modernização da gestão - afirmou o presidente do Avaí. 

- Ninguém pode ser condenado sem ter acusação, sem ter sido julgado. Ele já se mostrou aberto a ajudar no processo - disse Eurico Miranda, presidente do Vasco. 

A criação de uma liga do futebol, proposta levantada pelo presidente do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, foi rechaçada na reunião. Por outro lado, os clubes ganharam poder na organização do Brasileirão. O Conselho Técnico, formado pelos clubes e responsável pela organização dos campeonatos terá autonomia, sendo independente da CBF.