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Eurico Miranda ganha força da torcida vascaína

De charuto aceso, suspensórios e roupa social, Eurico voltou à cena com tudo no futebol carioca. Muito antes de entregar a taça de campeão carioca no último domingo nas mãos do capitão Guiñazu, o mandatário do Vasco já usava e abusava da frase que virou faixa, camisa e até grito de torcida no Maracanã. Desde a campanha para a presidência, Eurico dizia aos quatro ventos que o clube de São Januário voltaria a ser respeitado dentro e fora dos campos, no relacionamento com clubes e federações.

Na posse, deu mostras de força com presenças de autoridades em noite de gala na sede da Lagoa. Ainda antes de a bola rolar, provocou a primeira polêmica com a dupla Fla-Flu, na proposta de redução de ingressos aprovada em arbitral da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). O título do Carioca 2015, o segundo de Eurico como presidente do Vasco, serve também como marco de apoio da torcida vascaína, que, se não abraçou completamente a causa do mandatário, gritou pelo dirigente e pareceu diminuir a rejeição que o mesmo tinha quando saiu do cargo máximo do clube em 2008.

Sem dar entrevistas na reta final do campeonato – e com apenas os dizeres "o respeito voltou. Ponto" após o jogo contra o Flamengo nas três últimas semanas de Carioca –, Eurico saiu mais uma vez do Maracanã dizendo para os jornalistas "pegarem o vídeo da semana passada". Ele se referia ao mantra do respeito, que foi usado enfaticamente após a vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo, no segundo jogo da semifinal. Na reta final da competição, ao seu velho estilo, mandou fechar treinos em São Januário. Durante duas semanas, torcedores não puderam acompanhar as atividades. Na cobertura de imprensa, mudanças na rotina, com jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas entrando apenas ao término das atividades para as entrevistas no fim do dia. Entrevistas exclusivas? Zero. Pautas especiais? Nada.

"Nem na liga de Marte"

No fim do jogo, Eurico foi na direção da torcida e ouviu gritos pelo seu nome. O polêmico dirigente obedecia a um rito de protagonismo que veio na primeira coletiva de imprensa em São Januário, após vencer as eleições. No dia em que denunciou acordo – "conluio", na palavra do próprio – de Dinamite com o advogado Marcello Macedo para pagamento de dívida superior a R$ 3 milhões, o presidente do Vasco disse que o time não enfrentaria o Fluminense no Maracanã se a torcida vascaína não ocupasse o lado direito das arquibancadas. Sem acordo para resolver a questão – o Fluminense alega contrato com a concessionária, enquanto o Vasco se apoia no direito conquistado com o título de 1950 –, a Ferj, aliada e defendida por Eurico, remarcou a partida para o Engenhão. O Vasco venceu por 1 a 0.

– O Vasco não enfrenta o Fluminense nem no Carioca, nem no Brasileiro e nem na liga de Marte – desdenhou Eurico, já antecipando conflito para o campeonato da Série A.

Com crítica ao próprio time do Vasco, após empate em 1 a 1 com o Barra Mansa, em São Januário, Eurico apareceu em coletiva de imprensa surpresa para criticar o árbitro e a bandeirinha da partida, que erraram no gol anulado de Marcinho. A assistente foi para "escolinha", como disse e pediu o presidente. Mais tarde, após oito pênaltis marcados a favor do Vasco – além de críticas e insinuações dos adversários, como o atacante Fred e o vice de futebol do Fluminense, Mário Bittencourt –, Eurico chamou os rivais de irresponsáveis e disse que todas as penalidades foram marcadas corretamente. Ele também questionou a falta de discussão a respeito dos erros a favor do Flamengo, citando gol em que a bola não entrou no empate com o Madureira, um outro lance em impedimento de Alecsandro contra o Volta Redonda, além da expulsão do próprio Fred no Fla-Flu.

Fora de campo, com a nova ou nem tão nova diretoria buscando obras para melhorar a estrutura de São Januário, a gestão Eurico contraiu empréstimos para pagar R$ 14 milhões em impostos para retirar as certidões negativas de débito com o governo. Conseguiu manter os salários em dia – embora os demitidos e aqueles que não tiveram contratos renovados ainda estejam à espera de um acordo para parcelar pagamentos – e recebeu aprovação do elenco, com melhorias nas condições de trabalho do grupo.

– O presidente é fantástico. Uma pessoa muito carismática, e foi assim desde o primeiro momento na apresentação. Enquanto achavam que ele estava proibindo as perguntas (dos jornalistas), enxerguei de maneira completamente diferente. Ele estava me protegendo. Ali eu me senti abraçado. É um personagem, e fico muito feliz de poder trabalhar com ele. Vejo como é uma pessoa honesta e verdadeira, como valoriza o sentido da família. Sentimos isso dentro do Vasco. Quem está fora não tem essa imagem, mas podemos ver de perto o valor da família – disse Doriva, após a conquista.

Saudado por torcedores aos gritos de "o respeito voltou" ao chegar no estádio, Eurico subiu no palco e foi o responsável por entregar o troféu de campeão. Em campo e na arquibancada, surgiram faixas com o bordão lançado por Eurico depois de eliminar o Flamengo na semifinal: "O respeito voltou. Ponto."

 

Fonte: ge
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