Futebol

Léo: 'Senti minha vida entrelaçada com a história do Vasco'

"Senti minha vida entrelaçada com a história do Vasco". Essas foram as palavras de Léo, zagueiro do clube, que detalhou o dia em que pôde ver de perto a carta da Resposta Histórica e "se segurou para não chorar". O marco da luta contra a discriminação no futebol brasileiro completa 100 anos neste domingo.

Apresentado ao Vasco em janeiro de 2023, Léo só pôde conhecer o Espaço Experiência de São Januário - onde o clube guarda itens como troféus, camisas e outros registros históricos - meses depois. Foi Walmer Peres, historiador do Vasco, quem mostrou a carta de José Augusto Prestes, presidente do clube em 1924, a Léo.

- Li a carta todinha e voltei em três palavras que estavam escritas ali: digno, lutaram, vitórias. Irmão, tu percebeu que, sem a Resposta Histórica do Vasco, talvez não existiria o Pelé? Ou Leônidas, Garrincha, Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, vixe… É infinita a lista de pretos de origem humilde que fizeram a gente ser o que é - disse ao "The Players Tribune", completando:

- Aí, quando me dei conta de que eu, Léo, também não existiria, ou existiria só nas condições que há 500 anos a galera impõe pra gente, caraca!, foi uma luz. Eu senti uma identificação tão poderosa com o Vasco que me segurei pra não chorar em cima daquele tesouro ali na minha frente. Eu senti a minha vida entrelaçada com a história do Vasco, como se fossem uma só. Eu me senti respeitado.

Criado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Léo citou ainda a dor de um episódio de racismo sofrido nas categorias de base do Santos, quando foi impedido de entrar em um shopping pelo segurança do estabelecimento. A Resposta Histórica e os Camisas Negras foram exemplos de Léo ao falar sobre resistência.

- Hoje eu falo por mim, por meus pais, por meus irmãos, pelos Camisas Negras, pela Resposta Histórica. E não tem nisso nenhuma vontade minha de ser melhor por causa da minha pele, embora o povo preto contribua tanto para tornar o mundo mais bonito. Nelson Mandela, Michael Jordan, Lebron, Kobe, Jesse Owens, Hamilton, Muhammad Ali, Serena, Daiane dos Santos, Tais Araújo, Camila Pitanga… Se deixar eu fico até o fim do ano aqui citando gente preta que fez e faz coisas extraordinárias. Eu sinto um tremendo orgulho da minha cor. Mas nem por isso eu desejo ser melhor que alguém. Eu quero ser igual, entendeu? Eu demorei pra entender tudo isso. E a maneira que as coisas aconteceram, apesar de dolorosas, foram importantes pra que eu ficasse de pé - completou.

Léo destacou a "noção de solidariedade, igualdade e fraternidade", que definiu como "patrimônio do Vasco", passando por todas as áreas do clube. Esse foi o sentimento que justificou, nas palavras do zagueiro, a emoção em Vasco x Bragantino - duelo que garantiu a permanência do clube carioca na Série A para 2024.

- Parecia que, assim como há 100 anos, tudo conspirava contra o nosso time. E a gente aguentou. Aguentou porque é Vasco, porque um cuidou do outro, porque aqui é a casa da resistência, o altar da Resposta Histórica que nenhum outro clube tem pra se orgulhar. Aqui tem “Camisas Negras que guardo na memória. Glória, lutas, vitórias: esta é a minha história”. A nossa história - finalizou.

Fonte: ge
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