Luso comenta reforma estatutária e diz que transição não foi ideal

O primeiro vice-presidente do Vasco, Luso Soares da Costa, comenta um possível fundo de investimento de vascaínos, mas descarta algo nos moldes do que ocorreu na década de 20, quando da construção de São Januário.

\"Quanto a essa questão do fundo de investimento, que até no primeiro programa falei sobre ele, isso está em andamento, o pensamento e a reunião de algumas pessoas a respeito. Não é exatamente um livro de ouro, porque a época mudou. Os tempos não são mais os mesmos. Essa doação, estamos doando nosso esforço, nosso trabalho e nossa alma. Agora, a doação financeira, hoje não adianta se tentar, porque você pode chegar em um ponto que não tem volta. Esse fracasso não pode haver. Estamos pensando no fundo de investimento, porque as pessoas que investirem no fundo do Vasco sabem que vão ter algum lucro. De certa forma, jogam no seu clube de coração esperando um reforço no futuro. Isso vai acontecer, mas um fundo dessa natureza não pode ser feito com essa rapidez. Existem medidas legais a respeito. Isso está sendo analisado. Quanto ao livro de ouro, realmente, no momento delicado como está o Mundo, todos com muito cautela, temos que contar mesmo é com um esforço enorme nosso\", disse no programa \"Só dá Vasco\", veiculado na Rádio Bandeirantes, na noite da última terça-feira (14/10).

Para o dirigente, o ideal seria a gestão de Roberto Dinamite ter assumido em janeiro, conforme ocorre em eleições normais para o Conselho Deliberativo, e não em julho, já com o Campeonato Brasileiro em andamento, após o pleito remarcado pela Justiça.

\"Quero lembrar também essa administração emergencial. Isso acontece por quê? A fase de transição, que não foi exatamente amigável, se deu no meio de um campeonato. Isso foi um ponto delicadíssimo. Uma reforma estrutural administrativa, e até alguma física que será necessária, não se pode dar assim. E sempre há um choque. Há o choque de transformação. Essa fase de transição, que seria em outra época do ano - seria mais fácil -, nessa realmente causou alguma perturbação. Mas principalmente porque faltou recursos. A situação é delicada, mas estamos vencendo tudo isso, porque a credibilidade do Vasco, alicerçado na credibilidade das pessoas que estão envolvidas, cresce. Com toda a dificuldade, a credibilidade cresce. Isso, na verdade, é mais importante do que estar ou não com dificuldade. É saber que a credibilidade cresce. Isso é importante\".

Luso fala sobre a reforma do Estatuto do Vasco e reafirma a vontade de que se concorra a no máximo uma reeleição. Não foi comentado se é desejo que as eleições passem a ser diretas, como ocorre, dos grandes do Rio de Janeiro, no Flamengo e no Fluminense.

\"De qualquer maneira, eu queria aproveitar para lembrar algo que tenho sido cobrado das promessas de campanha. Esperamos realizar todas. Uma delas, que tem sido cobrada, eu quero esclarecer - quanto à reforma do Estatuto. É constante ter pergunta sobre isso. Na verdade, a reforma estatutária só pode ser feita nomeada uma comissão, através do Conselho Deliberativo, que vai se reunir para esse fim. Nós até já, logo no primeiro mês, escolhemos uma pessoa para presidir a comissão, um procurador da República e grande benemérito, o Dr. José Maquieira, que aceitou. Mas isso é um preâmbulo. Na verdade, o Conselho Deliberativo é que tem que tomar a decisão, que vai ter próximo em fim do ano. Durante o próximo ano vai ter a reforma estatutária, que vai consolidar o sistema democrático no Vasco, que em alguns clubes já é. Infelizmente, no Vasco, que foi sempre o clube mais democrático desse país, deixou essa marca para trás, porque havia um outro consenso e uma outra forma de se pensar. As pessoas se davam com muito sacrifício ao Vasco e não queriam permanecer, ou de qualquer forma. Não havia a necessidade no Vasco dessa reforma, porque era um sacrifício que cada um se dava. Agora, prevendo que não possa mais acontecer no futuro o que aconteceu, nós com certeza, na reforma estatutária, somente uma reeleição. Aí todas as pessoas serão ouvidas. Criaremos outras elites intelectuais, vivas e jovens, no Vasco. Essa é uma promessa que você pode ter certeza que está garantida\".

O dirigente comenta as propostas para a reforma do Complexo de São Januário. Concorrem a construtora portuguesa Lusoarenas e as americanas Link International Design e IMG - esta última, segundo o Lance, que teve acesso a informações.

\"Ainda não existe a empresa. Existem duas empresas que já apresentaram as suas idéias. Estamos em uma terceirando, esperando uma terceira que virá em fim de novembro. Prometemos aguardar, mas pode acontecer, se realmente ainda atrasar mais um pouco, entre as duas vamos apresentar qual é a nossa exigência, aquilo que queremos, e elas vão apresentar a sua proposta final. Todos sabem, é claro, por isso e até importante se dizer o nome. Gostamos de discreção, mas como todos sabem, uma é a Lusoarenas e a outra é a Link. A todas as duas, que atendemos muito bem e foram muito elegantes, com um trabalho muito interessante, prometemos que jamais entregaríamos a alguma, sem que elas fossem ouvidas. Nós, no Vasco, estamos fazendo questão de respeitar nossos patrocinadores e parceiros, e aqueles que estão desejando prestar algum serviço ao Vasco\".