Futebol

Luxemburgo sobre Luis Fabiano: 'Precisa de um trabalho individualizado'

Aos 65 anos, Vanderlei Luxemburgo faz planos. Ainda que o Sport tenha despencado na tabela do Brasileiro, o sonho de chegar à Libertadores é tão vivo quando o da candidatura à presidência do Flamengo. O time de coração já deixou de ser um adversário especial nesses 51 anos dedicados à bola. Neste domingo, a partir das 16h, na Ilha do Urubu, o rubro-negro Vanderlei, treinador do Sport, mais uma vez quer vencer aquele que foi seu patrão cinco vezes no passado — uma como jogador, quatro como treinador.

Aos 65 anos, cogita a aposentaria?

Vou morrer trabalhando. Posso parar de ser técnico, porque uma hora vai ficar difícil dar o treino, mas não quero sair do futebol. Fiquei oito meses parado quando voltei da China. Ficava maluco, assistindo a um jogo em casa.

Desistiu de ser presidente do Flamengo?

Ainda quero, mas para isso tenho que viver intensamente a política do clube. Teria que deixar de ser treinador para viver nesse meio, saber a quem me aliar... Eu tinha um projeto de parar, mas futebol é a minha cachaça. Não consigo me projetar fora. Mas, quando eu largar, e pode ser que de repente me dê na telha parar, eu vou atuar politicamente.

Ainda faz diferença enfrentar o Flamengo, seu clube de coração?

Não muda nada. Sou flamenguista, mas sou profissional. Você é jornalista e tem um clube. O jogador também tem. A questão é que somos profissionais isentos. Uma pena que no Fluminense me trataram como um rubro-negro.

Em 2013? Por quê?

Ele não queria que eu falasse o nome Flamengo! Em uma preleção, antes de um jogo contra o Flamengo, eu disse aos jogadores: “Sou flamenguista, mas quero ganhar deles”. Isso incomodou. Fui tratado pelo presidente como um torcedor e, não, um profissional.

Refere-se ao Peter Siemsen?

Isso. Ele disse que eu não deveria mais falar que era flamenguista. Faço o quê? Quando moleque, ia aos jogos com a camisa do Flamengo. Como faço para rasgar o passado? Por isso, gostei da declaração do Eurico Miranda. Disse que estava contratando o Zé Ricardo, baseando-se na competência.

Você é a favor de treinador estrangeiro trabalhando no Brasil?

O Jair Ventura foi mal interpretado. O problema é que eles vêm, e não lhes é exigido absolutamente nada. Queremos o Rueda aqui, é importante como intercâmbio. Mas o Lothar Matthäus entrou no Brasil, acertou com o Atlético-PR, foi embora, e ninguém perguntou nada a ele. Qualquer mercado de trabalho tem que ser protegido.

Mas você treinou o Real Madrid...

Trabalhei lá, mas com uma autorização da Federação Espanhola. E dei 3% do valor do meu contrato para a Associação de Técnicos da Espanha. Lutamos aqui para que a Federação Brasileira de Treinadores de Futebol faça parte também desse processo. E já sugeri que cada treinador a ela filiado lhe pague 3% do contrato.

Errou por ter ido para a China?

Não me arrependo. Era um projeto de três anos. Durou menos de um, mas com a estrutura que montei, o clube (Tianjin Quanjian) acabou chegando à Primeira Divisão.

Tite acertou ao convocar o Diego Tardelli, que atua no futebol chinês?

Pode convocar, sim. O nível da competição lá é alto. Jogador tem que correr. A competição é forte, e a estrutura, fantástica. Tardelli está voando.

Mas o Luis Fabiano, no Vasco, sofreu fisicamente e agora se recupera de uma cirurgia...

Não quero me meter, mas o Luis Fabiano precisa de um trabalho individualizado. No Tianjin Quanjian, o trabalho foi montado especialmente para ele. Não dá para botar o Luis Fabiano correndo 20Km.

E a estrutura do Sport?

Lá tem tudo o que você possa imaginar. Estrutura, bons profissionais e salário religiosamente em dia.

Por que o Sport despencou, depois de estar em quinto lugar na tabela? Ainda há tempo de garantir vaga na Libertadores?

Quando cheguei, o time estava na zona de rebaixamento. Você leva o time lá para cima e, depois, tem pouco a crescer. Uma acomodação inconsciente. Quero mais comprometimento. O time tem que entender que a briga é pelas seis primeiras posições, vaga na Libertadores. Conseguindo, estaremos na elite sul-americana. Mas, para isso, é preciso fazer algo diferente. Não se pode pensar só no eixo regional. Quero uma mentalidade de competição nacional. Ainda há tempo. A diferença de pontos não é grande.

Acha que exagerou na bronca após a derrota de 5 a 0 para o Grêmio?

Você não pode perder de cinco e achar que está tudo bem. Não citei nomes nem usei palavras pejorativas. Cobrei mudança de atitude. Ou você queria que eu dissesse que eles jogaram em alto nível?

Fonte: Coluna Extracampo - Extra
  • Domingo, 17/03/2024 às 16h00
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