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Paradesporto: Conheça Douglas Matera, maior medalhista do Brasil no Parapan

O Brasil registrou a melhor campanha da história nos Jogos Parapan-americanos, encerrados neste domingo, em Santiago, no Chile. Venceu a competição com mais que o dobro do total de medalhas e quase o triplo de ouros em relação ao segundo colocado. Com 324 atletas no Chile, o Brasil conquistou "mais do que uma medalha por atleta", totalizando 343, com 156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes.

Em segundo lugar, os Estados Unidos obtiveram 166 medalhas, sendo 55 ouros, 58 pratas e 53 bronzes). A Colômbia ficou em terceiro com 161 medalhas, sendo 50 de ouro, 58 de prata e 53 de bronze.

Esta foi a quinta vez que o time verde-amarelo liderou o quadro geral de medalhas (Rio-2007, Guadalajara-2011, Toronto-2015 e Lima-2019). E, assim como em Lima-2019, nenhum outro país havia alcançado tantas vitórias em uma única edição de Parapan.

Na última edição, em Lima, no Peru, em 2019, o país já havia registrado recorde histórico de conquistas, com 308 medalhas, entre as quais 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze.

— O resultado foi extraordinário. Sabíamos que era um grande desafio fazer uma campanha melhor que Lima, mas nossa delegação superou todas as marcas de todos os tempos. Tivemos uma participação muito importante nos Jogos, com atletas jovens, 40% deles disputaram a competição pela primeira vez. Mais de 100 medalhas foram conquistadas por jovens. — comemorou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008) e eleito melhor jogador do mundo em 1998, sobre o desempenho dos atletas brasileiros no Parapan de Santiago.

Douglas Matera

A natação foi a modalidade que mais rendeu conquistas ao Brasil. Foram 120 pódios, sendo 67 vezes pelo ouro, 30 pelas pratas e 23, pelas medalhas de bronze. E o destaque da natação foi Douglas Matera, de 30 anos. Ele ganhou oito ouros, em oito provas disputadas. Foi o atleta do Brasil mais premiado na edição de Santiago-2023.

Ele venceu os 100m borboleta, 100m costas e 100m livre (S12); 200m medley (SM13); 50m livres e 400m livres (S13), todas as provas para nadadores com baixa visão.

Além disso, também venceu o revezamentos 4x100m medley misto 49 pontos (com Carol Santiago, Wendell Belarmino e Lucilene de Souza) e o 4x100m livre misto (com Matheus Rheine, Carol Santiago e Lucilene de Sousa).

Douglas Matera com suas oito medalhas de ouro do Parapan-americano de Santiago-2023 — Foto: Arquivo pessoal

Douglas e o irmão Thomaz Matera, também nadador, nasceram com retinose pigmentar, uma mutação genética hereditária que afeta as células da retina e causa perda gradual de visão.

Thomaz nadou em Santiago-2023 e fez dobradinha com Douglas nos 100m borboleta (bronze), 100m livre (bronze), 400m livre (bronze) e 50m livre (prata).

— O objetivo era nadar o máximo de provas possíveis, com tempo competitivo em todas. E, pessoalmente, eu queria pelo menos um ouro. Estou muito feliz, o sentimento é sensacional... Talvez eu ainda não tenha a dimensão deste feito. Estou tentando entender o que isso realmente significa — disse Douglas, carioca e atleta do Vasco.

Douglas foi atleta da natação olímpica desde cedo e parou em 2009 porque se "sentia saturado". Explicou que, aos 16 anos, se preocupou com o rendimento escolar, que estava prejudicado por causa da rotina com a natação. Em 2017, depois de ver o irmão nos Jogos do Rio 2016, se sentiu incentivado a voltar e optou pela natação adaptada.

— Tem dias melhores, tem dias piores. É um exercício diário e costumo pensar que enxergo muito pior do que já enxerguei, mas muito melhor do que vou vir a enxergar no futuro. Agradeço todos os dias ao que tenho, mesmo sabendo que não é tão bom quanto já foi — diz Douglas, que afirma que há estudos para terapias genéticas, mas que no momento não há nada disponível como tratamento. — Já li que em geral um dos maiores medos das pessoas é perder a visão. Mas para quem está perdendo, a vida continua. Vou fazer o que? Não posso ter medo ou ansiedade todos os dias. Não é sustentável, não é a minha personalidade. É chato, claro, tem dias que bato com a cabeça num poste que não vi, teve um dia que cai... É frustrante, mas busco adaptações para as minhas dificuldades.

Douglas Matera, na competição dos 200m medley dos Jogos Parapan-americanos de Santiago-2023 — Foto: Saulo Cruz/CPB @_saulocruz @ocpboficial

Douglas explica que seu avô materno também teve retinose pigmentar. De quatro irmãos, dois tinham esta condição genética. Sua mãe Simara carregou o gene e ele e Thomaz tinham 50% de chances de nascer com a mesma característica (o pai dele, Orlando, faleceu em 2006 em decorrência da diabetes). Douglas é pai de Amanda, de apenas 6 meses, que não tem retinose pigmentar mas assim como Simara carrega a característica.

— É uma característica e não algo que me define. Assim como a altura, cor da pele e dos olhos.

Além das oito medalhas de Santiago-2023, Douglas tem outros três ouros e três pratas em Parapans.

Em Lima-2019 ele venceu nos 100m costas, 100m borboleta e 400m livre e foi prata nos 200m medley, 100m livre e 50m livre.

O nadador ainda coleciona quatro medalhas em Campeonatos Mundiais e uma prata no revezamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020. Foi ouro nos 100m borboleta e no revezamento 4x100m medley e bronze nos 100m costas no Mundial de Manchester 2023; ouro no revezamento 4x100m livre no Mundial da Ilha da Madeira 2022.

Apesar da fase excelente, o nadador mantém os pés nos chão quando o assunto é a Olimpíada de Paris (o CPB ainda não divulgou os critérios de convocação da natação pra Paris). Ele diz que sua prova principal é os 100m borboleta e a que tem mais competitividade em âmbito mundial:

— Certeza que é a prova que vou me dedicar mais para Paris.

Fonte: Agência O Globo
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