Camisa, short, banners, placas, telão… Atualmente, tudo que se associa ao Vasco vem acompanhando do logotipo da Caixa Econômica Federal, seja nos uniformes ou nas dependências de São Januário. A prática seria comum, não fosse o fato de que há seis meses esta publicidade está sendo feita de forma gratuita.
O contrato de patrocínio entre as partes, que rendeu ao clube R$ 15 milhões por um ano, se encerrou no dia 31 de agosto de 2014. Ainda sob a gestão de Roberto Dinamite, a diretoria avaliou que seria válido manter a marca mesmo após o término, com a confiança em uma renovação.
Na ocasião, porém, o Cruzmaltino estava sem as certidões negativas de débito, documento que comprova a regularidade junto à Fazenda e que é uma exigência do banco tanto para o pagamento das verbas quanto para a extensão do vínculo.
Ciente da situação, tão logo assumiu a presidência, em dezembro de 2014, Eurico Miranda realizou uma grande operação para obter recursos que colocassem o Vasco em dia com o órgão. Ao todo, cerca de R$ 12 milhões foram arrecadados entre empréstimos e antecipações, fato que regularizou o clube e permitiu o recebimento da última parcela de patrocínio, travada justamente pela falta das CND's.
O entrave na renovação se dá por conta da decisão do Governo Federal em realizar um reajuste fiscal e da transição na presidência do banco. Nesta semana, Miriam Belchior assumiu o comando da estatal. As indefinições ameaçaram até mesmo o corte de patrocínios ao esporte mas, recentemente, ficou decidida a manutenção do incentivo financeiro por parte da CEF e a confiança é grande em São Januário de que seja dada continuidade à parceria.
Uma prova de que a Caixa seguirá com seus investimentos está na publicação feita na última segunda-feira pelo Diário Oficial, confirmando a renovação com o Corinthians por mais uma temporada no valor de R$ 30 milhões, os mesmos pagos no primeiro ano de patrocínio.
A ideia inicial do Vasco era aumentar seu valor anual para R$ 20 milhões pela cota máster em função do retorno à Série A. Tal meta, no entanto, dificilmente será aceita e a tendência é que as partes cheguem a um consenso, com o banco estatal pagando pouco menos que isso para compensar a exposição gratuita nestes seis meses.
Em 2014, a Caixa Econômica Federal investiu mais de R$ 230 milhões em esporte.