Política

Racha, saídas e suspeitas: confira o resumo da crise política no Vasco

A eleição presidencial do Vasco, que teve Alexandre Campello como vencedor, foi realizada no dia 19 de janeiro deste ano. Já se passaram quase quatro meses, mas parece que o clima de disputa política fica cada vez mais quente. Enquanto isso, o Cruz-Maltino, enfiado em dívidas e mais dívidas, tenta respirar. 

A semana foi agitada nos bastidores do clube. O presidente Alexandre Campello rachou de vez com o grupo "Identidade Vasco", liderado por Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo e peça importante nas eleições de janeiro (entenda mais abaixo). 

Antes, na segunda-feira, a divulgação do balanço patrimonial de 2017, acompanhado de uma carta escrita por Campello, caiu como uma bomba no clube - para a oposição e parte da situação. No documento, o presidente detalha toda a difícil situação financeira do Vasco e cita diversos problemas da última gestão. 

Desde então, uma série de episódios se sucederam até esta sexta-feira, o dia mais agitado dos últimos meses do clube. Entenda, abaixo, tudo o que está acontecendo nos bastidores do Cruz-Maltino: 

A sexta-feira começou com um protesto de cerca de 40 vândalos em São Januário, onde o elenco treinava para o jogo contra o América-MG. O grupo tentou entrar por dois portões, sem sucesso, até invadir o gramado pela loja oficial, que liga a rua à parte interna do estádio. Durante a invasão, os membros de torcida organizada cobraram o elenco e xingaram Alexandre Campello; 

O Vasco, porém, sabia da possibilidade de um protesto. Na quinta, o presidente avisou o departamento de patrimônio e cogitou mudar o treino para o CT das Vargens, mas, "por questões de logística", não foi possível. 

Campello, então, alega ter pedido para que a segurança em São Januário fosse reforçada. Mesmo assim, os torcedores conseguiram invadir. A suspeita de Alexandre Campello é de que o protesto tenha motivação política e tenha sido facilitado; 

- É sempre uma possibilidade (que tenha havido sabotagem na segurança) e vou tomar as medidas necessárias para corrigir. Vou pedir que todos os fatos sejam apurados - disse Alexandre Campello. 

Campello comenta protestos e confusão de torcedores em São Januário 

A reação foi imediata. Diante da suspeita de sabotagem na segurança, Campello tirou a operação do jogo contra o América-MG do vice-presidente de patrimônio, Luiz Gustavo - a saída dele não é descartada, muito pelo contrário. 

Ao mesmo tempo, o presidente tem tentado "tomar" alguns setores do Vasco. Na quinta-feira, demitiu diversos funcionários do departamento financeiro e da tesouraria. 

O próximo foco é a secretaria social. Campello alega que quer permitir que torcedores parcelem em até 24 vezes a taxa de R$ 2 mil de adesão ao quadro de sócios gerais e tem encontrado resistência interna. 

Mudança no futebol 

O vice-presidente Fred Lopes já estava isolado dos executivos de futebol, Paulo Pelaipe e Newton Drummond, e da diretoria. Nesta sexta-feira, virou personagem do caos político instaurado no Vasco: pediu, segundo Alexandre Campello, para ser exonerado do cargo. O dirigente, porém, alega que estava insatisfeito com atitudes do presidente, como tomar a frente da negociação de venda do atacante Paulinho com o empresário Carlos Leite. 

Mas o que tudo isso significa na prática? 

A maioria dos vices do Vasco é ligada ao grupo "Identidade Vasco", encabeçado por Roberto Monteiro, e as decisões que contrariam eles podem isolar Alexandre Campello no comando. Falando em Roberto Monteiro... 

Em janeiro, Roberto Monteiro, como principal aliado e apoiador de Campello, se reuniu com o Casaca, grupo de Eurico Miranda. A ideia do ex-presidente do clube era votar em branco para presidente, mas isso mudou com a possibilidade de evitar a posse de Julio Brant, candidato da "Frente Vasco Livre". 

Monteiro, então, convenceu Alexandre Campello a se candidatar, venceu a eleição para a presidência do Conselho Deliberativo e apoiou, com Eurico Miranda, o atual presidente, que foi eleito com 154 votos de conselheiros. Assim, virou peça importante nos bastidores do clube, por ter diversos aliados em pastas estratégicas. 

O cenário, agora, é o seguinte: 

Alexandre Campello rachou com Roberto Monteiro, mas não se vê isolado para administrar o Cruz-Maltino. O presidente do Conselho Deliberativo, porém, tem papel importante na aprovação de ideias e mudanças que precisam passar pelo órgão. 

Roberto Monteiro, em contrapartida, ainda não se manifestou - a reportagem tentou entrar em contato com o presidente do Conselho Deliberativo, mas não foi atendida. 

Aliados de Julio Brant ficaram satisfeitos com a divulgação transparente do balanço patrimonial do ano passado, mas seguem reticentes. 

Os próximos passos... 

Alexandre Campello prestou queixa contra a invasão de torcedores em São Januário e aguarda a investigação da Polícia; 

O presidente, em entrevista coletiva, admitiu que "ouviu dizer" que havia um segurança do clube armado durante o protesto e que houve barulho de tiro (veja no vídeo abaixo). Disse, também, que espera a apuração do caso. 

Torcida do Vasco invade treino em São Januário 

Mais vices devem deixar seus cargos nos próximos dias. Campello disparou: 

- Começo a pensar que sim (motivação política para a saída de Fred Lopes). Tenho mexido em coisas caras no clube e acho que isso está incomodando as pessoas e elas usam como argumentação que eu sou centralizador e isso nao é verdade. O núcleo Identidade Vasco mantém esse tipo de reclamação. Os outros vice-presidentes, que não são do Identidade Vasco, jamais tiveram essa reclamação. Eu mexi na parte financeira e na tesouraria porque tinha uma rigidez sobre as informações. 

Enquanto tudo isso se desenha e segue no dia a dia, o Vasco tenta se reerguer diante de diversos problemas financeiros, a falta de dinheiro para contratar e pagar os jogadores e a eliminação na fase de grupos da Libertadores. Neste sábado, enfrenta o América-MG, às 19h, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro. 

Fonte: ge
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