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Sócrates: "há uma verdadeira campanha orquestrada contra o atual presidente,

Confira o texto do ex-jogador do Corinthians e da Seleção, Sócrates, idealizador da Democracia Corinthiana em 1982, e também colunista da revista Carta Capital, sobre entre outros assuntos, a política vascaína.

31/10/2008 17:09:55
Sócrates

Crise econômica

A grave crise econômica que assola os mercados tem gerado muita dor de cabeça nos principais líderes mundiais, encarregados de tomar atitudes drásticas para o prejuízo em suas economias ser minimizado. A realidade, no entanto, parece não assustar a maioria dos nossos cartolas por desconhecimento ou desprezo para com as suas administrações e os clubes representados. E é esse fato o que me assusta.

Enquanto a possibilidade de uma profunda recessão mundial se avizinha, nossos dirigentes não estão nem aí. A recessão dificultará a chegada dos dólares externos provenientes das transferências de jogadores, sempre uma fonte importante de renda para os nossos clubes. A recessão significa desemprego em massa e, portanto, menos público nos estádios. A recessão vai tirar publicidade das grandes redes de televisão – e das camisas e mangas dos clubes, além da estática nos estádios – que bancam boa parcela da receita dos clubes, o que provocará renegociações para baixo no valor disponível para investimento. A recessão vai reduzir ainda mais o acesso ao crédito necessário para a reforma ou construção de novas arenas, visando a Copa de 2014.

Os cartolas sabem, porém, que na hora H encontrarão no dinheiro público a resposta para as suas carências econômicas. Como sempre, aliás. Agora, resta saber se a União, os estados e municípios – já com os novos mandatários – estarão dispostos a bancar essa conta.

Vasco a perigo
Não sei se o Vasco da Gama vai conseguir escapar ao rebaixamento nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. Não só por ter um time limitado, que ainda se deu ao luxo de abrir mão do seu melhor jogador, Morais, transferido para o Corinthians durante a competição. Mas principalmente pelo que está ocorrendo fora de campo, nos bastidores. Há uma verdadeira campanha orquestrada contra o atual presidente, Roberto Dinamite, a incluir, vejam só, políticos como o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia.

A derrota do antigo mandatário na segunda disputa, depois de um pleito anulado por fraudes diversas, ainda não foi devidamente assimilada pelo grupo, até então de posse do clube durante muito tempo. A reação tem sido extremamente agressiva. O objetivo é claro: derrubar Roberto e as suas boas intenções. O rombo no caixa da instituição é fenomenal e o deixa com as mãos quase atadas. Além da campanha vil, não devemos esquecer o fato de o antigo presidente, Eurico Miranda, comandante da empreitada, ter sido, vinte anos atrás, o primeiro diretor de futebol da gestão do eterno presidente da CBF, aquele que levou nosso futebol à era Dunga. Dessa forma, é bem possível haver uma ajudazinha da Confederação para derrubar o Vasco e seu presidente. Estejamos atentos para reagir contra eventuais atitudes que possam prejudicar o clube nesta reta final do torneio.

Diego treinador
Diego Armando Maradona, o maior ídolo do futebol argentino de todos os tempos, foi indicado para ser o novo técnico da seleção de seu país. Uma escolha muito polêmica, motivo de especulação por vários motivos, mas principalmente por Diego ser extremamente passional com tudo o que diz respeito à sua Argentina e por ter pouca experiência como treinador. É uma aposta brilhante no que diz respeito à adesão popular e ao conteúdo do que provavelmente ele vai propor à sua equipe, caso respeite a filosofia e cultura do futebol que mostrou e encantou o mundo. Fragilidades existem e são proporcionais ao desafio de dar certo num posto em que organização e planejamento são fundamentais, além, é claro, de uma gigantesca desconfiança quanto a sua qualificação para a nova função.

Não podemos esquecer, porém, o que ele representa ao povo de seu país. Diego é um símbolo, um ícone que fatalmente levará junto com ele nesta empreitada toda a esperança e força de quem o acompanha desde sempre, principalmente aqueles que fizeram vigília na porta do hospital onde foi internado quando apresentou graves problemas cardíacos.

O contingente espiritual não deve ser desprezado. Não podemos comparar a sua indicação com a de Falcão nos anos 90. Muito menos com a de Dunga. São realidades muito distintas. Na verdade, quem se expõe e arrisca alguma coisa é Diego, não o futebol argentino atual.

Fonte: Carta Capital
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