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Trechos da coletiva de Pedrinho nesta quarta (27)

Presidente do Vasco, Pedrinho deu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira em São Januário, a primeira desde que tomou a posse do cargo no fim de janeiro. Ele disse que tem estranheza no distanciamento com a SAF e afirmou que gostaria de ter mais participação nas decisões, mas afirmou diversas vezes que não pode falar sobre determinados assuntos sobre o futebol. 

- Por que? Não sei também (risos). Também me causa estranheza. Quando eu era um comunicador, fui procurado pela SAF para exercer um cargo importante, remunerado, na parte esportiva. Quando me lancei candidato e eleito, além de sócio, o raciocínio óbvio é que a gente tivesse um relacionamento próximo em relação à parte esportiva. Eu não posso ter esquecido em três meses algum conteúdo direcionado ao futebol.

- Eu não posso, por mais que eu seja sócio minoritário, obrigar alguém a nada. Não estou incomodado que não estou participando do futebol, estou incomodado que poderia estar ajudando. Se eu tenho um sócio, que quis contratar lá atrás, e esportivamente não estou desempenhando, seria natural que eu tivesse uma conversa em relação a isso. Conversa não é mensagem faltando 15 minutos para comunicar. Faz parte de um planejamento. Isso não aconteceu. Respeito, mas não concordo. Não fiz parte de contratações, dispensas e tudo. Não estou fugindo de responsabilidades, se eu saí de onde saí, sabia das responsabilidades. Infelizmente, não participo dos processos. Mas gostaria de ser cobrado pelo o que eu participo. Estou sempre disposto a ajudar o Vasco. Não existe vaidade, nunca tive intenção de ter uma última palavra. Zero vaidade. Esportivamente, acho que poderia colaborar. É uma opção deles. O que as pessoas têm que entender é que o Vasco está acima de todos. Uma SAF, as pessoas esperam um projeto a curto-médio prazo. Quando você fala "médio a longo prazo", eu acredito que eu conseguiria restruturar sem uma empresa. Uma empresa com aporto, esperamos umas situações mais aceleradas. Nem sei se poderia estar falando isso, mas "vambora".

Confidencialidade

O presidente do Vasco disse que não pode comentar algumas decisões da SAF, expor cláusulas do contrato e falar sobre o dia a dia do clube porque há cláusulas de confidencialidade. No entanto, admitiu que há uma relação fria entre as partes.

- Não posso falar. Posso falar sobre a relação. Existe uma relação fria. Muito mais de registros, do que de interação. Mas Pedrinho, você não disse que seria proativo? Fui proativo. Dei minha opinião sobre o diretor executivo, dei minha opinião. Me pediram a liberação de um projeto que estava preso desde março, foi pedido numa quinta-feira de dezembro, e na sexta-feira, de manhã, já estava liberado R$ 4 milhões do projeto incentivado - três para a base e um para o feminino. Nunca vou colocar minha insatisfação na frente do Vasco. Com relação ao contrato, eu não concordo com o contrato esportivo, que possui cláusulas de confidencialidade - onde o torcedor é o maior patrimônio e não tem acesso. Isso é uma opinião minha. Tenho limitações contratuais. Torcedor, quando eu vou falar do que eu posso, do paralímpico, falam que não querem saber disso. Mas eu quero saber. Porque temos 80 funcionários, tenho o basquete de base. Tenho futebol de salão. O Vasco é o clube da inclusão. Como não se importam com o associativo. Quando me comunico sobre esses assuntos, não querem saber. Querem que eu fale de futebol. E do futebol, eu não posso falar. Espero que entendam isso. Querer é uma coisa, poder é outra.

Sobre contratações, o ex-comentarista do Grupo Globo e presidente do Vasco disse que também não pode opinar sobre os movimentos feitos pela SAF e brincou:

- Sobre contratações, eu não posso falar. Só se eu sair e virar comentarista de novo (risos). Mas respeito muito todos atletas que estão lá. Como tivemos uma relação mais fria com a SAF, procurei diretamente os sócios para ter um entendimento da sequência do Vasco esportivamente. Não sei (se isso causou um incômodo na SAF), você tem que perguntar para eles. Não era para causar. Não estou aqui para brigar. Meu compromisso é com o torcedor.

Pedrinho iniciou a coletiva com um pronunciamento sobre os motivos pelos quais não havia falado antes com a imprensa, mas disse que não queria tirar a atenção da imprensa e da torcida do Vasco dentro de campo.

- Quando eu jogava, vocês não me davam tanta moral. Vocês vão receber através da plataforma, tudo discriminado os 60 dias de gestão. Parecem três anos. Sou cobrado para corrigir um problema de 40 anos de Vasco, mas só são 60 dias. Já sabia que iria enfrentar isso, não vou me lamentar. Nesses 40, 50 anos, o Vasco acumulou uma dívida de mais de 700 milhões. A minha gestão não fez um real dessa dívida - que fique isso claro. Dentro dessa, eu tinha uma dívida para receber num valor considerável, que eu abri mão de receber vendo o estado financeiro do clube associativo. Não posso falar mais. Não quero causar danos financeiros à pessoa física e à instituição.

- Com relação à comunicação, eu comuniquei muito através das redes sociais. Agora, sou presidente, então me comunico pelas redes sociais do clube. Ali tem algumas notas do que fazemos há um tempo. Resolvi comunicar ao término do Carioca. Devido ao Vasco não chegar às finais, antecipamos isso. De forma cautelosa, com os atletas e a comissão, que têm meu respeito, e com a SAF, e com o coração do clube que estava sem nada organizado, que precisávamos organizar isso, decidi falar ao término da competição com vocês. Não quis ter nenhuma interferência para que isso não atrapalhasse o Vasco esportivamente. Minha comunicação não pode ser diária porque não faço parte do futebol. A rotina do futebol tem um contato quase diário com vocês. Como eu não tenho acesso, para falar com vocês preciso fazer uma coletiva. Durante o campeonato, isso teria uma repercussão grande.

Licitação do Maracanã e reforma de São Januário

Pedrinho admitiu que as corridas em prol do Vasco, às vezes, "são paralelas", em relação aos movimentos que a Vasco SAF e o clube associativo fazem. O presidente citou que na disputa para jogar no Maracanã, por exemplo, conversou com Cláudio Castro para ajudar, mas que quem fez o processo com a Ferj foi a empresa.

- Temos que entender que apesar de as corridas em prol do Vasco serem paralelas, a intenção é em prol do Vasco. A condução pela licitação do Maracanã foi feita pela SAF. Quem está registrado na Ferj e na CBF, é o Vasco SAF. Por mais que eu queira, não tenho autorização de representar o Vasco. Eu não vou jogar para a galera, vou agir. Eu passei o dia inteiro basicamente com o governador Cláudio Castro para falar o quão importante era para o Vasco jogar no Maracanã. Temos uma equipe jurídica grande, à disposição para ajudar o Vasco para construir uma proposta interessante pelo Maracanã. Isso não foi feito. A SAF fez por conta própria, e não tivemos participação nessa proposta.

- Em relação à obra de São Januário, vamos precisar no período da obra, que não sabemos se será de 2 e meio ou três anos, de um outro local para jogar. Obviamente, vamos tentar abrir negocições com o Maracanã e com outros locais para que o Vasco, nesse período, tenha outro lugar para jogar e que não interfira na questão de logística para os atletas, que é o mais importante. Apesar de eu não fazer parte dessa área, pensamos nisso. Se o Vasco vai jogar no Maracanã ou no Nordeste, colocar um jogo fora do Rio tem todo um desgate. E sabemos que os jogos já têm um desgaste físico grande.

- A questão da obra, estivemos com o prefeito Eduardo Paes, que está muito empenhado nisso. Estivemos também em uma reunião na Câmara dos Vereadores e agradeço já a todos, mas especialmente ao Caiado e ao Izquierdo, que estão tocando isso com muita dedicação. Temos que respeitar todos os processos da Câmara, mas a gente pressiona o tempo inteiro para que esses processos sejam acelerados. Em paralelo, quando for assinado o potencial construtivo, temos conversas com algumas empresas interessadas em comprar o potencial construtivo. Também conversamos com algumas construtoras de obra, para que, assim que o potencial seja assinado, a gente consiga dentro de uma negociação vender o potencial construtivo. E nos melhores dos sonhos, isso não é uma promessa, é um desejo, que a gente consiga iniciar as obras no final do ano. Esse é o nosso desejo, nos empenhamos para isso quase 24 horas por dia para que aconteça, mas temos que respeitar os trâmites e burocracias para que aconteça.

Contrato com a 777

- Não tenho interesse de tirar a 777. Eu tenho interesse em dar uma diração e rumo novos ao Vasco. A SAF foi criada para profissionalizar o futebol, então esperamos dentro disso trabalho, transparência, desempenho esportivo. A SAF para mim é normal, alguns clubes têm esse recurso. Poderia ter outra alternativa? Poderia. O modelo de contrato que foi criado, ai sím, não é muito do meu agrado. Mas dito isso, é uma relação em que sou sócio e tenho algumas funções. Entre elas, fiscalizar e cobrar. E isso não pode se um incômodo a ninguém, porque eu sou fiscalizado e cobrado em dois meses de gestão como se eu estivesse há 50 anos gerindo o Vasco. E isso não me incomoda, eu quero mais é ser fiscalizado e cobrado. As pessoas tem que entender que você fiscalizar e cobrar é um processo natural de uma sociedade. Eu nao sei se o comportamento da gestão anterior criou um hábito diferente , mas esse hábito não é um padrão. Por mais que eu pareça frágil, sou muito mais forte e resistente do que as pessoas imaginam. E o meu comportamento é de mudança do Vasco, seja ela mental, cultural, financeira, esportivo. Eu vim aqui para isso. E vou pagar esse preço. Porque foram 40, 50 anos que não quiseram pagar um preço para isso. Quando eu coloco em risco, não idolatria, porque não estou no nível de Roberto, Edmundo, Romário, Felipe, Juninho, estou muito longe disso. Mas quando coloco em risco o carinho de boa parte do torcedor, porque ninguém é unanimidade, é porque eu sei muito bem o que eu quero. Sei muito bem que vai valer a pena pagar eesse preco, e as chicotadas que estou tomando as pessoas não sabem porque estão me dando agora. Mas lá na frente elas vão se arrepender. Porque eu estou disposto a pagar um preço que ninguém quis pagar. Inclusive colocando em risco o carinho que o torcedor tem por mim. Sempre carrego uma frase: Amar o Vasco é plantar uma árvore para que outro sente na sombra. E é isso que vou fazer. Não estou preocupado em quem vai fazer o Vasco feliz, eu quero o Vasco feliz. Eu estou aqui para isso e para isso que saí do meu trabalho, do meu conforto. Fui durante quatro anos companheiro de muitos aqui, eleito o melhor comentarista. Só que sei bem a minha missão, o que o torcedor espera de mim e o que eu tenho que entregar para o torcedor. Eu não vou criar bravatas, narrativas, não vou jogar para galera. Não vou me defender nas redes sociais em relação as injustiças que são cometidas, mas eu sou verdadeiro. E o torcedor vê isso na minha fala e no meu olhar. Não preciso criar narrativas nenhum. E eles podem ter certeza que todos os movimentos que eu faço são para o bem do Vasco. Porque eu não posso, depois de 40 anos de São Januário, cheguei aqui com 6, onde eu nasci e fui criado, não amar mais o Vasco, fazer alo para prejudicá-lo. Isso é um absurdo, mas faz parte de uma política ruim que ainda existe no Vasco. Que nunca vai acabar, mas tenho certeza que vai diminuir.

Outros esportes

- Sobre as CNDs, foi dito formalmente pela gestão passada que as dívidas teriam sido equacionadas, e, partindo desse princípio, teríamos acesso às certidões. Temos diversos projetos incentivados engatilhados para quando assumissímos. Quando isso ocorreu, tivemos conhecimento que não tínhamos essas certidões negativas. Não foi o término do basquete de base, foi uma pausa, muitas pessoas criticaram sem nem saber que tinha basquete de base. Mas para criticar elas vão vasculhar. Foi comunicado pela nossa asssessoria que o basquete de base teria uma pausa. E eu poderia nem comunicar e, provavelmente, vocês nem saberiam, mas a gente trabalha com verdade. E a gente pausou porque eu fiquei sabendo um dia antes que teríamos um custo, que esportivamente falando não é alto pro basquete de base. Só que eu não posso admitir que nós, como grupo, através de um projeto financeiuro que nós fizemos, que a gente comece a fazer de forma imediata que pessoas façam na pessoa físisca, depois de tomarmos um susto de não ter as certidões que foram prometidas. De tirar um dinheiro pessoal para pagar o mês.. Isso não faz parte do planejamento, o Vasco viveu muito tempo disso, mas o nosso planejamento estava estrtuturado. Preferímos dar pausa, momentânea, o que me dói muito, mas é uma forma responsável para não darmos mais nenhum dano fincaneiro ao Vasco no administrativo. E nesse meio tempo eu vou à Brasília falar com o ministro do Esporte, para gente agilizar as questões das certidões e possamos, o mais rápido possível, ter as CNDs prontas, para que a gente possa implementar os projeto incentivados nos esportes. Tanto beach soccer, basquete, que no profissional está sendo muito bem organziado pelo GG e o Ortega, e para retomarmos no basquete de base. Com relação ao futebol de salão, as pessoas são muito ansiosas para causar problema. Eu não queria falar da gestão anterior, mas encontramos um clube completamente desfigurado financeiramente. Pode ficar tranquilo que a inscrição (do futsal) é até 1º de abril, pelo menos é o que foi me passado pela Confederação Brasileira de Futsal. Se tudo ocorrer dentro de uma normalidade, vamos disputar o futebol de salão, para tristeza de muitos. Mas também, se houver algum problema, se for causar algum dano financeiro ao clube, não vamos jogar. Simples assim. Quando nós estivermos estruturados, com todas as certidões, que eram os nossos projetos, o Vasco vai participar de todas as modalidades de forma responsável. E não me sinto envergonhado por ter que dar uma pausa, me sinto orgulhoso de ter tido essa decisão. Porque minha responsabilidade é com o clube, com o torcedor, com o compromisso de manter o clube estruturado financeiramente, ou pelo menos, reestruturado para darmos sequência em todos os esportes.

Fonte: ge
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