Futebol

Zé relembra começo como vendedor de jornais e se diz confiante no Vasco

Depois de comandar o Flamengo e o Vasco em 2017, o técnico Zé Ricardo faz um balanço de seu ano e recorda nesta entrevista ao Esporte Espetacular como sua vida sempre esteve ligada ao futebol. Otimista com as perspectivas do time de São Januário na Libertadores de 2018, o técnico lembra da juventude nas imediações do Maracanã, sempre frequentando o estádio, e como seu emprego na banca de jornais de sua família o ajudou a pagar a faculdade de educação física. (Clique no vídeo e veja a reportagem de Fábio Juppa)

Zé Ricardo tem do que se orgulhar. Na vida curta como treinador, ele fez o que apenas Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho e Emerson Leão conseguiram na era dos pontos corridos: classificar, por dois anos consecutivos, equipes diferentes à Libertadores. No caso dele, rivais históricos. Em 2016, o Flamengo. Em 2017, o Vasco. Uma trajetória promissora, com caminhos distintos e um mesmo ponto de partida.

- Nasci na rua São Francisco Xavier, pertinho do estádio. Do nascimento até sair para casar, até os meus 33 anos, eu morei aqui. Você já via que era alguma coisa apaixonante que movia aquilo ali. Acho que o Maracanã se confunde um pouco com a minha infância e agora posso dizer que se confunde com a minha vida. Lembro que eu estava na volta do Roberto Dinamite ao Brasil. Se não me engano foi um Vasco e Corinthians. Dos cinco gols, ele fez quatro, ou fez os cinco, não lembro. Lembro do Fluminense e Flamengo, do gol de barriga. Lembro de um jogo histórico do Flamengo contra o Santa Cruz, que o Zico bateu uma falta invertida e fez um gol maravilhoso. Eu estava também no gol do Romário de cabeça, contra o Uruguai, que classificou o Brasil (à Copa de 1994 nos EUA). Ou seja, são várias histórias. Muita história do Papai Noel, que eu ia também com a família toda. Tive oportunidade de ver muita gente boa jogar no Maracanã. Foi um tempo bom, tempo bom mesmo.

O atual comandante vascaíno queria transformar a paixão em profissão. E o primeiro passo era fazer uma faculdade de educação física. A solução para ajudar a pagar o curso veio de um negócio de família. Dos 15 aos 22 anos, Zé Ricardo trabalhou na banca de jornais do pai, sem imaginar que, um dia, ele seria a notícia. Foram quase sete anos acordando às quatro e meia da manhã para, às seis, estar atendendo aos primeiros clientes. Uma experiência que Zé Ricardo reviveu ao visitar a banca, hoje administrada por um tio e um primo.

- A gente trabalhou muito tempo aqui, era gostoso, porque a maioria dos fregueses era daqui, da região. A gente vai conhecendo, criando uma certa intimidade. Responsabilidade muito grande, lidar com dinheiro, troco, essas coisas todas. E fez parte, foi uma parte muito importante na vida mesmo.

Formado em educação física, Zé Ricardo começou a carreira como treinador em 2005. A convite de Anderson Barros, hoje gerente de futebol do Vasco, ele foi trabalhar nas divisões de base do Flamengo. Por mais de 10 anos, colecionou títulos e amizades na Gávea, até assumir o time principal no ano passado. O que nem todo mundo sabe é que, bem antes de vestir preto e vermelho, o coração de Zé Ricardo bateu pelo rival.

- Um colega que formou comigo na Universidade Castelo Branco era treinador do infantil do Vasco, Luís Antonio. Hoje, ele é treinador do Sampaio Correia, da segunda divisão do Rio de Janeiro. E ele me falou assim: “Teve uma brecha lá no futsal do Vasco, acho que dá para você". Eu respondi assim: "Pô, no Vasco?". Ele falou que ia me convidar e realmente me convidou. Cheguei no Vasco em 93 e foi meu primeiro clube grande.

Só que um outro dilema surgiu quando ele recebeu o convite para voltar a São Januário mais de vinte anos depois: como ser o técnico do Vasco tendo passagem recente e tão marcante pelo Flamengo?

- Eu não vou te negar que foi uma decisão difícil, não foi uma decisão fácil. Até porque quando você toma uma decisão dessa, você não está sozinho. Tem a família e as pessoas que estão do seu lado. A rivalidade entre Flamengo e Vasco é muito grande e fiquei preocupado com minha família andar na rua. Minha preocupação também era que eu tinha assumido alguns compromissos profissionais, eu ia fazer um curso, um período de avaliação fora na Itália, através de alguns amigos no período que morei lá. Ainda por cima também tinha prometido para minha família, para minha esposa e para o meu filho, depois desse primeiro ano, um ano e meio dessas emoções todas, prometi para eles que a gente ia viajar. Já tinha organizado tudo até que surgiu o convite do Vasco. Pensei, repensei, prós e contras, mas eu tinha na minha cabeça que precisava dar um passo na minha carreira e o passo na minha carreira seria não ter esse rótulo apenas de treinador do Flamengo. Achava importante. Nunca vou poder negar todo carinho, todo respeito que tenho ao Flamengo, mas precisava dar uma sequência na minha carreira, e tinha certeza de que, o convite que me apresentasse boas condições, eu tinha que aceitar. Só não esperava que fosse tão rápido e no maior rival. Mas pesei essas situações e entendi que se eu queria tirar esse rótulo e desvincular o meu nome e realmente me colocar no mercado, poderia ser uma boa oportunidade – explica ele.

Para quem chegou com a missão de livrar o Vasco do rebaixamento, a vaga na Libertadores foi comemorada como um título. O clube não disputa a competição desde 2012.

- Estou muito esperançoso que o Vasco vai fazer um 2018 melhor do que 2017 e vai, realmente, não só participar das competições, mas vai tentar ser protagonista delas.

Fonte: ge
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