Clube

Clubes que já caíram apontam prós e contras do que o Vasco enfrentará

Roberto Dinamite andou revelando suas conversas informais com dirigentes de Corinthians e Atlético-MG sobre o modelo de administração da Segunda Divisão. Evitava se estender no assunto. Como gestor, devia ser exemplo de otimismo. Pregou confiança até a última rodada. Mas os resultados de campo, infelizmente para a torcida cruzmaltina, levaram o clube para Série B. Em 2009, Roberto experimentará sensação jamais vivida como jogador ou cartola. Seu principal questionamento é desmistificar se é ou não clichê a frase “a queda faz o clube se reestruturar”.

Em contatos superficiais, ouviu dos co-irmãos que a Segundona renova a paixão do torcedor. Se antes relutava, agora sentirá na pele até que ponto as verdades ditas serão benéficas ao Vasco. O JB ouviu dirigentes de alguns dos principais clubes do Brasil para tirar a limpo prós e contras da degola. Só há um ponto no qual todos são unânimes: a queda mancha o clube.

– Nunca é bom. Perdemos 50% do dinheiro da tevê, que representava 50% do orçamento anual. Fomos obrigados a montar um time de garotos da base, e nossa sorte foi termos voltado no ano seguinte – conta Toninho Cecílio, diretor executivo do Palmeiras, rebaixado em 2002 e campeão em 2003.

O clube, conta ele, teve dificuldades para formar seu elenco, já que jogadores de primeira linha não aceitariam ganhar menos para disputar a Série B.

– Assim, promovemos Vagner Love e Diego Souza, entre outros. Deu certo? Deu. Mas não há ponto positivo nenhum. Cair é quase o fim do mundo – completa.

Grêmio gostou da queda

Investir na base acaba sendo a linha de trabalho mais comum. Foi agindo assim que o Grêmio, rebaixado em 2004 e campeão da Segundona em 2005, fez caixa nos anos seguintes. Rodrigo Caetano, diretor executivo, evita criticar a diretoria que antecedeu sua gestão. Contratado no ano da Série B, enfrentou os mesmos problemas do Palmeiras. Sem verba e nomes de peso, priorizou as divisões de base construindo um centro de treinamento. Dali saíram Anderson, Lucas, Carlos Eduardo e Cássio, que já renderam aos cofres do clube 30 milhões de euros. Para Caetano, a queda foi importante, sim.

– O clube não precisa cair para se organizar. Caiu por planejar errado. Mas, a partir daí, mudou-se a mentalidade gremista. Profissionalizamos o departamento de futebol e conseguimos fazer receitas com os atletas revelados no nosso CT. O Grêmio hoje é diferente de antes do rebaixamento – alega Caetano, frisando que dois anos depois o clube disputava a final da Libertadores, contra o Boca Juniors.

Os reflexos dessa transformação, lembra o cartola gremista, são notados hoje. Basta ver, enfatiza ele, que, dos 11 jogadores atualmente escalados, sete vieram da base.

Parreira salvou o Fluminense

O Fluminense, dos grandes, passou pelo pior momento. Rebaixado em 96, foi salvo pela virada de mesa no ano seguinte, caiu novamente e, em 98, desceu para a Série C. À época, Marcelo Fischel, filho do ex-presidente David Fischel, era diretor de futebol. A falta de estrutura e as brigas internas políticas desestabilizavam, segundo ele, o ambiente num clube quase em decadência. Para se ter uma noção, Gil Carneiro de Mendonça, em 96, e Álvaro Barcelos, em 98, renunciaram à presidência.

Fischel faz coro com Caetano, achando que “cair é conseqüência de má gestão”. Mas, já que caiu, é hora de mudanças. A principal delas foi a contratação de Carlos Alberto Parreira e a comissão técnica da Seleção campeã em 94.

– Ali, profissionalizamos o futebol. Parreira chegou mudando o vestiário. Dizia: “O jogador já sai daqui derrotado”.

Sem dinheiro, o pai, David, o ex-presidente Francisco Horta e José de Souza formaram um triunvirato e foram atrás de socorro usando seu prestígio.

– As cotas são pequenas, ninguém quer jogar pelo clube, você não consegue patrocínio. É uma catástrofe – lamenta Fischel.

Como não foi o fim do mundo, houve aspectos importantes. Da base, em Xerém, saíram Carlos Alberto, Rodolfo e Fernando Henrique, entre outros. Nas Laranjeiras, tanto o reformado vestiário e suas extensões (departamento médico e sala de musculação) deram cara nova ao clube.

E se hoje o Fluminense tem um patrocinador forte, há dez anos a realidade era outra.

– A Unimed pagava pouco, e por jogo.

Fonte: JB Online
  • Sábado, 20/04/2024 às 16h00
    Vasco Vasco 1
    Fluminense Fluminense 2
    Campeonato Brasileiro - Série A Maracanã
  • Sábado, 27/04/2024 às 16h00
    Vasco Vasco
    Criciúma Criciúma
    Campeonato Brasileiro - Série A São Januário
  • Domingo, 05/05/2024 às 16h00
    Vasco Vasco
    Athletico Paranaense Athletico Paranaense
    Campeonato Brasileiro - Série A Ligga Arena
  • Domingo, 12/05/2024 às 11h00
    Vasco Vasco
    Vitória Vitória
    Campeonato Brasileiro - Série A São Januário
  • Sábado, 18/05/2024 às 21h00
    Vasco Vasco
    Flamengo Flamengo
    Campeonato Brasileiro - Série A A definir
  • Domingo, 26/05/2024 às 16h00
    Vasco Vasco
    Palmeiras Palmeiras
    Campeonato Brasileiro - Série A Arena Barueri
  • Domingo, 02/06/2024 às 18h30
    Vasco Vasco
    Cruzeiro Cruzeiro
    Campeonato Brasileiro - Série A São Januário