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Com Eurico, futebol do Rio volta à sua triste realidade

O clientelismo continua falando mais alto no futebol carioca. Ontem, os presidentes do Vasco, Eurico Miranda, e da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), Eduardo Viana, conseguiram aprovar a participação de mais quatro clubes no Campeonato Estadual do ano que vem, que terá 16 times. Respondendo por crime contra a ordem tributária, Eurico tenta retornar à Câmara dos Deputados, pelo PP, reconquistando, assim, o direito a foro privilegiado. Para Viana, a manobra significa mais quatro votos para sua candidatura à reeleição em 2007 ou para fazer o seu sucessor. A eleição acontece em julho no próximo ano.

Flamengo se omite e não vota contra

Participaram da reunião do Conselho Arbitral da Ferj que aprovou a proposta representantes de 13 clubes: os 12 que disputaram o torneio deste ano, incluindo a Portuguesa, que foi rebaixada, e mais o Boa Vista, ainda sem direito a voto, porque acabou de subir para a Primeira Divisão.

O representante do Botafogo, Ricardo Rotenberg, foi o único a votar contra a mudança.

- O que se viu foi um rolo compressor comandado pelo presidente do Vasco. Por que tanta pressa em aprovar um campeonato que só irá começar em meados de janeiro do ano que vem? - questionou.

O representante do Flamengo, Ercio Braga, deixou a reunião no meio por não concordar com a forma como os clubes foram convocados.

- Foi uma convocação irregular. Não mencionaram que o assunto seria discutido na pauta da convocação. Puseram apenas assuntos gerais na pauta. E quem garante que em 2008 teremos um calendário que permita mantermos esta fórmula? Já imaginou a bagunça que irá virar? - criticou.

O modelo da competição será o mesmo. Apenas o número de equipes em cada grupo aumentará de seis para oito e o calendário, em quatro datas. Os quatro clubes que subirão à elite do futebol carioca serão definidos numa seletiva no mês que vem. Os participantes da seletiva serão escolhidos pela diretoria da Federação.

- Imagino uns 16 clubes disputando as quatro vagas. Não haverá convites. Eles serão escolhidos para a seletiva de acordo com critérios técnicos. Têm que ter estádio, ambulância nos jogos, enfim, uma estrutura mínima para disputar a Primeira Divisão - explicou o vice-presidente jurídico da Ferj, Luis Guilherme de Oliveira Gutman, que assume a presidência interinamente sempre que Viana é destituído do cargo pela Justiça.

Eduardo Viana não quis falar com a imprensa. Segundo Gutman, o assunto já vinha sendo discutido há algum tempo no Conselho Arbitral.

- Falar em inchaço do campeonato é uma besteira. Simplesmente, tecnicamente é o mais correto. Com somente 12 clubes, não podemos valorizar o torneio começando com um clássico, porque se um clube tropeça no início suas chances diminuem bastante - argumentou.

Único presidente dos quatro grandes clubes presente na reunião, Eurico Miranda fez coro com Gutman.

- O campeonato foi feito para que os quatro grandes estejam nas semifinais, mas nos últimos anos isso não tem acontecido. Historicamente, o Flamengo sempre quis um campeonato com oito clubes, seis e até que nem seja disputado. E o Botafogo, idem - ironizou o ex-deputado.

Se no Rio Eurico defende a ascensão de quatro clubes como plataforma eleitoral, no Brasileiro ele liderou, em vão, uma pressão sobre a CBF para o rebaixamento e o acesso de apenas dois na Série A - hoje caem e sobem quatro times. Na reunião em que a CBF manteve a fórmula do Brasileiro, Eurico fez como o representante do Flamengo ontem, retirando-se assim que soube que não conseguiria demover o presidente da entidade, Ricardo Teixeira.

No site oficial do clube, Eurico, que não conseguiu seu terceiro mandato parlamentar em 2002, se auto-promove, parabenizando-se pela milésima vitória da dupla de vôlei Behar e Shelda, em março.

O assessor da presidência do Fluminense, Marcelo Penha, que representou o presidente Roberto Horcades na reunião, explicou por que o clube votou com Eurico Miranda e Eduardo Viana.

- Nos últimos anos, os grandes não têm conseguido chegar às finais, porque os pequenos conseguem começar a pré-temporada mais cedo, em novembro. Com a mudança, se um clube grande perde logo no início da competição, dá tempo de ele se recuperar - justificou Penha, que, no entanto, reconhece que, teoricamente, esses quatro novos jogos podem ser deficitários se o clube não estiver bem no campeonato.

Fonte: O Globo
  • Domingo, 17/03/2024 às 16h00
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