Torcida

Confira a aventura de um jornalista que foi de ônibus a Curitiba torcer pelo

Por Lauro Neto - Curitiba

Tudo parecia conspirar contra quando peguei meu carro no sábado, primeiro dia de férias, para ir a Curitiba torcer pelo Vasco. Na noite anterior, um vascaíno abandonara a nau, e agora éramos apenas eu e o também jornalista Gustavo Mehl, amigo de infância e de paixão pelo clube de São Januário. Por volta das 10h, sofri um pequeno acidente na Rua Prudente de Moraes. Imprudente, uma motorista sinalizou sua entrada à direita repentinamente, fazendo com que eu tivesse que frear bruscamente. Em vão. Àquela altura, o capô de meu carro já estava bastante avariado, sem condições de seguir viagem. O veículo dela permaneceu intacto. Devia ser flamenguista, como o porteiro do prédio em frente que, ao me ver com a camisa do Vasco, não se sensibilizou com a colisão e gritou pelo interfone: “Mengo!”. Não desanimei e pensei: melhor bater aqui do que na estrada.

Perdi três horas entre acionar o seguro, esperar a polícia para fazer o boletim de ocorrência e deixar o carro na oficina.

De lá, segui para a rodoviária com o Mehl.

Como só havia ônibus para Curitiba às 17h, pegamos o primeiro para São Paulo para, de lá, seguirmos viagem ao destino final. Foram seis horas e mais uma hora e meia de espera na rodoviária paulistana, sem tomar café da manhã, almoçar ou jantar. Às 21h, o segundo ônibus e, logo na saída de São Paulo, uma carreta tombada na Rodovia Régis Bittencourt atrasou em mais uma hora nossa viagem. Mas era como eu pensara: melhor bater em Ipanema do que na estrada da morte. Às 4h de ontem (domingo) finalmente, chegamos a Curitiba. Fui dormir tenso e ansioso, ainda com a camisa do Vasco. Fora da casa, Mehl e Piero Valls, outro vascaíno que viajara de avião, discutiam futebol. Influenciado pela discussão, sonhei que Romário ficaria no banco de reservas.

Acordei do pesadelo, e fomos comprar os ingressos no Couto Pereira. No estádio, um senhor com dois filhos com a camisa do Coxa nos pára e diz que é vascaíno, apesar de trabalhar há 40 anos pelo Coritiba. Seus filhos concordam com o pai, que lembra a conquista de um tricampeonato carioca do Vasco, no Maracanã. Estávamos em casa. A receptividade tirou a má impressão inicial da viagem. Antes do jogo, um autêntico churrasco paranaense com torcedores do Coxa da família do Mehl que depois ficaram do outro lado das arquibancadas.

Na volta ao Couto Pereira, centenas de vascaínos que, como nós, ainda acreditam no time da virada e do amor entoavam esses e outros cantos. A cada gol perdido, um desespero; a cada lance de perigo do Coritiba, um temor. Até que aos 15 minutos do primeiro tempo, Leandro Amaral abriu o placar para dar razão aos que tinham vindo de tão longe esperançosos por uma vitória, que ele mesmo concretizaria no início do segundo tempo com um gol de pênalti.

A torcida vascaína explodia de felicidade, enquanto a coritibana comemorava a virada do Náutico contra os rivais atleticanos. Assegurada a vitória, sofríamos pelo rádio com outros resultados. Afinal, se o Vasco fez o dever fora de casa, o Botafogo não nos ajudou nem um pouco ao perder para o Figueirense no Engenhão.

Mas, agora, vamos decidir no Caldeirão numa grande final contra o Vitória, domingo, e torcer para que a tradição fale mais alto, e o Vasco continue na elite do futebol brasileiro. Como diz a canção adaptada de uma música dos Los Hermanos, “Sempre ao seu lado até o fim / minha vida é você / E a torcida do Vascão, sempre tão linda / Nós viemos para te apoiar, / juntos vamos ganhar / Na alegria e na dor / O sentimento não pára / Pois todo vascaíno / Tem amor infinito / Cantarei de coração / Vasco da Gamaaaa!”. Na vitória ou na derrota, na alegria ou na tristeza, na Primeira ou na Segunda.

Eternamente Vasco.

Fonte: O Globo
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