Essa me foi contada por gente que circula com desenvoltura pelo vestiário do Vasco.
Final da atividade da tarde da última quarta-feira, no campo de treinamento na Barra da Tijuca, e Edmundo adentra ao local batendo portas, proferindo palavrões e amaldiçoando o futuro do time na competição.
Motivo: queria tornar pública a sua revolta com o fato de a diretoria não ter pago a integralidade de seus vencimentos salário, direito de imagem, dívidas anteriores.
Em severa crise financeira, o Vasco não deve, realmente, ter pago tudo o que tem de pagar a seu camisa 10.
Mas é possível crer, diante de uma reação dessas, no amor que o jogador propaga aos quatro ventos ter pelo clube?
Sinceramente, não.
Por mais que se respeite a patológica irascibilidade de Edmundo, o Vasco não merecia ter em seus quadros um capitão deste nível.
Ainda que se arrastasse em campo, como tem feito desde que chutou nas arquibancadas de São Januário o pênalti da classificação à final da Copa do Brasil, Edmundo poderia, ao menos, demonstrar um certo comprometimento com a história do Vasco.
Respeito, talvez, com a imagem daquele que ainda é o maior ídolo vascaíno apesar da pasmaceira à frente da nova gestão.
Mas ele foi acostumado, em nome de uma falsa idolatria, a poder tudo em São Januário.
Sendo assim, que mal há num simples e desbocado desabafo no momento em que tem a razão?
Nada, né? Errado foi ter lhe dado um novo emprego sem a assinatura de um contrato de produtividade.
Pois se fosse assim, a dívida de Edmundo com o Vasco talvez fosse impagável.