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História do clube será exposta em breve no Museu e no Centro de Memória

Passo a passo, nos bastidores, uma parte da diretoria se aproxima do fim de um trabalho que já dura 14 meses. Confinados em uma tímida sala de São Januário, o diretor de patrimônio, João Ernesto da Costa, e mais quatro colaboradores desconstroem a História do Vasco, por meio da documentação de milhares de relíquias, para dar vida ao projeto de um real Centro de Memórias do clube.

Atrelado ao local, que já está em obras, mas, por questões logísticas, pode se mudar, a expectativa é de que um museu das dimensões do Gigante da Colina comece a ser erguido até o início do ano que vem.À época da gestão de Eurico Miranda, um esboço da arrumação dos 112 anos de trajetória foi tentado.

Mas, ao que consta, apenas para a pesquisa de uma revista.Foi mesmo sob a batuta de Roberto Dinamite que um projeto saiu do papel.

– Com a ajuda de dois estagiários, uma museóloga e um historiador, forneceremos em breve ao torcedor, ou até a qualquer curioso, a chance de acessar todas as fotos, documentos e informações disponíveis sobre o Vasco. Até porque a História do clube talvez seja a mais rica do país – apontou João Ernesto, em referência, entre outros caminhos, à luta para inserir negros no futebol e a todas as glórias de times multicampeões.

O que teve partida, oficialmente,em janeiro de 2009 já evoluiumuito.

Embora pequena, a atual sala valiosa, que contém, por exemplo, a ata original de fundação do Vasco, de 1898, está organizada e permite que estudiosos, como um pesquisador alemão, ou uma dúvida que atravessa décadas, sejam esclarecidos.

– Todos, um dia, precisam do auxílio de um local de pesquisa. Fomos úteis a historiadores e, até, para provar que o clube é o legítimo dono de uma taça antiga – ressaltouWalmer Perez, estagiário de História.

Em paralelo a aprovação e finalização dos projetos, o grupo mantém seu trabalho braçal, porém de imensurável valia para o esporte. O próximo passo é a digitalização do material para que seja visto na internet.

Gigante!

15 Mil Fotos históricas já estão resgatadas no arquivo do Centro de Memória do Vasco. A ideia: que todo o tipo de material do clube possa ser acessado dos quatro cantos do planeta.

Reorganização espacial na sede

De estrutura pouco mexida desde sua fundação, em 1928, São Januário tem tudo para estar diferente em cerca de um ano. Tudo porque, com a construção do museu nos moldes que Real Madrid (ESP) e o Boca (ARG) têm, haverá uma reorganização espacial na Colina. A princípio, a ideia é acoplar o local ao Centro de Memórias e, também, à loja da Penalty, que venderá souvenirs. Uma das quadras de tênis deverá sair. Na entrada social também podem ocorrer mudanças.

Trabalho é pioneiro no Rio e quer a referência no País

Por mais louvável que seja a movimentação do Vasco para expor suas tradições e indicar o orgulho de sua História, trata-se de um trabalho que já deveria ter sido ao menos iniciado também em outros clubes.

Existe um pioneirismo em São Januário, que tenta recuperar o tempo perdido e evitar entrar em mais uma década de distrato à trajetória.

– Mesmo com as restrições que temos aqui, antes do término do Centro de Memória, é magnífico em comparação aos outros. No Fluminense, soubemos que há somente uma pessoas que fica de olho nos objetos, que estão desarrumados. Se você vê um certo caos aqui, ele, pelo menos, é perfeitamente organizado. Além disso, temos outros esportes para cadastrar. O Vasco é rico em remo, natação, atletismo e vários outros. Até de corrida de pombos temos fotos – diverte-se o estagiário Nixon Marques, apontando a prateleira.

No próprio Maracanã não há um espaço em que se guarde atas e borderôs que registram os momentos importantes do estádio, que completa, em 2010, 60 anos de construção.

No Sul, o Grêmio já desenvolveu um projeto semelhante, que alia a sala de troféus com a exposição de muitos objetos que detalham o clube.

– Até onde sei, o que está sendo feito no Vasco não tem precedentes no Brasil. É um trabalho amplo, que não se restringe à organização – acredita Ricardo Pinto, historiador da UFRJ que auxilia o clube.

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Como está sendo tratado pelo clube o projeto do Centro de Memória?
João Ernesto é o responsável por reunir nosso patrimônio histórico. Ele montou uma equipe e tem um historiador e uma museóloga, que estão tratando os arquivos. O Vasco é um dos clubes que têm a história mais bonita do mundo.

Mas o clube está tocando outros projetos também...
São três projetos. Há também o museu e a reforma na fachada. A ideia já foi passada para um instituto, que vai tentar conseguir os subsídios via Lei do Incentivo à Cultura.

A nova loja oficial do clube terá alguma ligação com esses projetos?
Sim. Os vascaínos visitam o museu e depois podem levar um pouco da História do Vasco para casa, comprando produtos na loja.

Campanha para incentivar os ex- atletas a doarem

O Vasco planeja iniciar uma espécie de campanha para que todos os ex-atletas doem objetos relativos à História do clube para que o acervo seja cada vez maior, a partir do momento que o Centro de Memória passar a operar. Sabe-se que ainda há muito a ser coletado e, a cada dia, mais pessoas entram em contato com a diretoria do clube.

Percalço

Apesar do esforço feito pelas pessoas envolvidas, os projetos já poderiam estar mais adiantados. No início de 2009, quando começou a ser ajustada, a ideia indicava que, para agilizar o trabalho, o Vasco teria uma parceria. Houve, então, uma licitação para que algumas empresas disputassem o posto. A vencedora, entretanto, acabou não levando.

Fontes ligadas à alta cúpula revelaram que a Liga Retrô daria os subsídios necessários para que o Centro de Memória saísse logo do papel. Mas a vontade do presidente Roberto Dinamite era que a Estilo Carioca estivesse à frente. E esta companhia não oferecia investimento.

\"É fundamental que os jogadores conheçam\"
Rodrigo Caetano, diretor executivo de futebol

São Januário já representa um importante ponto turístico do Rio. A história do Vasco, é claro, e até do país têm estreitas relações com o estádio. Mas, sem dúvida, preservar e engrandecer a história deveria ser o objetivo de qualquer instituição. Não se pode esquecer de deixar um marco para outras gerações, agora que há condições tecnológicas para isso.

O projeto é tocado pelas pessoas responsáveis no clube e conta com o apoio do departamento de futebol, um dos principais interessados. Isso é muito bacana.

No ano passado, fizemos uma ação para que os jogadores visitassem os registros atuais de São Januário. É fundamental que o time conheça a História do clube em que joga, algo em falta. E, comoqualquer grande do futebol, o Vasco merece ter seu espaço. No Rio, é um trabalho pioneiro.

Fonte: Lance
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