Desde que Romário subiu para os profissionais do Vasco, em 1985, as mãos do roupeiro Severino Baptista de Mello passaram a zelar pelo material de treino e de jogo daquele que se tornaria o gênio da grande área.
Há 53 anos no Vasco, Severino viverá uma emoção diferente hoje, dia em que o Baixinho poderá fazer o milésimo gol na carreira.
O roupeiro completa 80 anos dia 11 e espera esse gol como um presente do filho adotivo. O Romário é como um filho. Espero que ele entre nesse jogo com o espírito de vencedor que sempre teve e faça o seu milésimo gol, emociona-se Severino.
Morador no bairro 25 de Agosto, em Duque de Caxias, o roupeiro tem mais anos de Vasco do que de casado com dona Abigail, com quem está há 47 anos. Ele viu Romário crescer como jogador e o Baixinho retribui. Lembro que quando subi para o profissional, o Severino me deu um uniforme de treino novo, enquanto os dos outros garotos eram quase todos rasgados. Ele é a pessoa que mais faz parte da minha vida no Vasco, afirmou Romário.
Severino se orgulha de poder trabalhar no clássico. Vou estar bem pertinho do Romário, no Maracanã, para comemorar o milésimo gol dele, prevê o mais antigo roupeiro do Vasco.
Ele fala da emoção de preparar o uniforme e as chuteiras do Baixinho para o jogo que pode entrar para a história do filho adotivo e do futebol brasileiro: É uma emoção grande. Mas vou fazer o que sempre faço. O Romário nunca deu trabalho. Só gosta que seu material esteja pronto antes dos treinos e jogos. Ele chega, se veste e não perturba ninguém.
Quem pensa que Romário só gosta do número 11 na camisa se engana. A chuteira dele é 39, de resto tudo é 11: o armário, a cesta de material..., entrega o roupeiro.
O roupeiro garante que não sentirá saudades do Baixinho quando ele encerrar a carreira. Não, porque a gente vai estar sempre se vendo. Quando os filhos dele fazem aniversário, ele sempre me convida e vou à casa dele, contou o roupeiro do Vasco.
Severino revelou que, há pouco tempo, Romário esteve em sua casa, em Duque de Caxias, e não resistiu à culinária de dona Abigail. Ele adorou a galinha caipira que minha mulher preparou, disse Severino, revelando a simplicidade do tetracampeão do mundo.