Justiça proíbe jogo entre Vasco e Flu em São Januário

Uma decisão judicial no final da tarde desta sexta-feira de impedir a realização do clássico entre Vasco e Fluminense, no domingo, em São Januário, deve adiar o confronto válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

A briga começou quando os dirigentes vascaínos insistiram fazer o jogo em seu campo. De posse de uma liminar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o clube marcou o confronto, mas a juíza da 3ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Maria da Penha Nobre Mauro Victorino, concedeu uma nova liminar ao Ministério Público proibindo de ele ocorrer no campo do Vasco.

Por ser uma liminar, o departamento Jurídico do Vasco vai tentar cassá-la. Mas, se não obter sucesso, a tendência é a de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) marque uma nova data para a partida. Até às 18 horas a CBF não havia sido comunicada da transferência e, por isso, deixou para se pronunciar após ser notificada pela Justiça.

\"Não há a menor hipótese de o jogo não acontecer em São Januário. E por uma razão simples: não se muda a estrutura de uma partida em 24 horas\", protestou o presidente do Vasco, Eurico Miranda. \"O Vasco ainda nem tomou conhecimento oficialmente e já são 18 horas de sexta-feira. Não vou descumprir a decisão da Justiça: se não pode ocorrer aqui, não vai ser em outro lugar.\"

O presidente do Vasco ainda contestou a justificativa do Ministério Público e da juíza da 3ª Vara Empresarial de que São Januário não possui segurança para a realização do evento. Lembrou que em 2005 foi realizada sem incidentes a final da Copa do Brasil no local, entre Fluminense e Paulista.

O presidente em exercício da Federação Estadual de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), Luiz Guilherme Gutman, ratificou as palavras do dirigente vascaíno. Destacou que a entidade não tem condições técnicas para transferir, em tempo hábil, a partida para o Maracanã, como determinou a liminar da juíza.

\"Não há hipótese de eu descumprir o Estatuto do Torcedor. Se há determinação da Justiça de não fazer o jogo em São Januário, a nossa posição é a de que não seja realizada a partida\", frisou o presidente da Ferj. \"Não sou louco de descumprir uma decisão judicial ou o Estatuto do Torcedor. Então, sem jogo no domingo, porque não tenho condições técnicas, operacionais e políticas para fazer a transferência.\"

O assessor especial da presidência do Fluminense, Marcelo Penha, também se mostrou contra a mudança e a liminar concedida pela Justiça ao Ministério Público. Destacou que o \"caos\" a ser gerado com a transferência poderá ser maior, principalmente, porque a carga de 25 mil ingressos já estava praticamente esgotada. \"E olha que os ingressos vendidos para São Januário não podem ser usados nas catracas do Maracanã. São feitos por empresas diferentes. E como iremos trocar tudo isso?\", indagou Penha.