Torcida

Opinião: A semelhança entre o Atlas e a torcida do Vasco

Enquanto o titã fez parte do grupo que tentou tomar o Olimpo de Zeus e acabou sofrendo a punição de carregar o mundo nas costas, a torcida do Vasco, mesmo sem rebeldia, leva nos ombros um clube que pede socorro e segue recebendo a mesma resposta: amor sem limites 

É bem possível que, em algum momento da sua vida, você tenha ouvido falar de Atlas. Não o geográfico. Mas sim o titã da mitologia. Não? Pois bem, vamos introdruzi-lo: Atlas fez parte do grupo de titãs (forças de desordem e caos que queriam o controle supremo do mundo). A ideia era atacar o Olimpo e guerrear com Zeus, que venceu a batalha junto aos outros deuses da Ordem. A maioria dos titãs foi mandada para o Tártaro (local onde o crime encontra o seu castigo), menos Atlas. Mas o que o Vasco tem a ver com isso? 

Atlas foi condenado por Zeus a segurar o céu nas costas. Um castigo que gerou a personificação do "sofredor". A torcida vascaína não fez absolutamente nada contra o clube, como os titãs tentaram fazer ao Olimpo, mas vem sendo castigada, por quem administra seu mundo, há praticamente 20 anos. Não é preciso discorrer sobre momento ruim do clube nos gramados. Rapidamente: salários atrasados variam de dois a dez meses em todos setores do clube.

O castigo da torcida tem sido justamente o mesmo de Atlas: carregar seu mundo, no caso o Vasco, nas costas. Cito exemplos claros: a campanha histórica dos sócios (que colocou o clube em 1º no ranking e gerou cerca de R$ 20 milhões aos cofres no fim de 2019), a construção do CT proveniente das doações da torcida (que até conta no banco que patrocina a instituição abriu para ajudar), mais recentemente a torcida doou R$ 222.410,00 em ingressos simbólicos (!) para a reprise da final da Libertadores de 1998, que ajudou mais de 190 funcionários a receberem um pouco dos valores que a instituição os deve.

Inclusive, no próximo domingo, a TV Band vai reprisar a final da Mercosul de 2000, quando o Vasco conseguiu a "Virada do Século" diante do Palmeiras, vencendo por 4 a 3, e o clube conforme minha apuração, deve pedir ajuda novamente à torcida.  

Para completar, ações como a "Batalha de Gigantes" estão sendo feitas pelo departamento de marketing do clube, além da campanha #BoraRenovar, onde a torcida já renovou mais de 55 mil planos de sócios-torcedores no meio de uma pandemia mundial. As ações da torcida, muitas vezes independentes, começaram a ganhar peso no departamento de marketing e isso tem ajudado. A postura nas redes da insituição sociais, finalmente, começaram a parecer com a história do Vasco e, claro, isso ajuda. 
 

Na mitologia, após um encontro polêmiico entre Hércules e Atlas, o titã foi libertado do castigo parcialmente e criaram-se os pilares de Hércules. Assim, Atlas ficou responsável por cuidar destes pilares, tirando o peso do mundo das costas e, posteriomente, sendo decisivo em momentos cruciais, como na nomeação do ocêano Atlântico. 

O Vasco está sempre pedindo socorro à uma torcida, que responde com um amor sem limites e simplesmente não sabe quando poderá tirar o mundo das costas. O papel dos vascaínos sempre foi crucial, vide a construção de São Januário. Eles amam "bater no peito" e falar que fizeram parte da história. Estão mais do que certos. Mas existiam pilares que davam alegria e alimentavam este amor. Não só em campo com a bola na rede, mas pela postura fora dele. Hoje não existe mais. 

A torcida está ficando cansada de ser o único pilar e carregar este mundo. Não é que ela queira fugir da responsabilidade. O que enxergo é que o apoio vai ser para sempre e a resposta às iniciativas do clube transparecem isso. Mas a alegria tem que voltar. É nítido que o pilar está desgastado. Outros precisam aparecer para o mundo não cair. A torcida e Atlas têm uma história muito parecida no castigo. A grande diferença é que os vascaínos não tentaram destruir seu Deus. Tem sido ao contrário. 

Que os Hércules de 2020 se concentrem em construir pilares. Não em distribuir castigos. 

Fonte: Bolavip
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