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Opinião: Dinamite enfrenta o maior desafio da sua carreira

Dinamite enfrenta o maior desafio

Por Ariovaldo Izac

Jamais ousem chamar o presidente do Vasco, Eurico Miranda, e o ex-atacante vascaíno Roberto Dinamite, seu opositor, à mesma mesa. Ambos travam uma quebra-de-braço desde a eleição do clube em novembro passado, quando a oposição denunciou ilegalidade no processo, acusando 600 pessoas de terem votado em situação irregular.

Assim, a Justiça, em primeira instância, havia determinado o cancelamento daquela assembléia até que no último dia 4 o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro indeferiu o agravo regimental impetrado pelo MUV (Movimento Unido Vascaíno) e Eurico segue como presidente do Vasco.

Roberto Dinamite é talhado para enfrentar desafios e, de certo, não vai esmorecer. Quando era um garoto desdentado, de periferia, e foi treinar nas categorias de bases do Vasco, mostrou que estava pronto para ser fixado no time principal com o golaço marcado na estréia contra o Inter (RS), na vitória por 1 a 0, em 1971, quando tinha 17 anos de idade.

Dinamite foi um exemplo claro da postura do centroavante do passado. Sem preocupação de se deslocar para os lados do campo ou voltar para buscar a bola, era presença constante na área adversária e jogava em função de lançamentos e bolas alçadas. Repartiria as jogadas com os zagueiros e ganhava muitas delas. Nas bolas pelo alto era um tormento para os adversários. Com quase 1,90m de altura e uma bela impulsão, fez um \"montão\" de gols de cabeça. No total, foram 725 gols na carreira e ainda é o maior artilheiro de Campeonatos Brasileiros com 181 gols.

No Vasco, realizou 1.022 partidas. O melhor ano da carreira foi em 1981, quando cravou 62 gols, superando Zico que havia marcado 45. Ele deixou o futebol em 1993, aos 39 anos de idade, jogando pelo Campo Grande.

Dinamite se diz um vascaíno doente e confessa ter guardado um pedaço da rede daquela decisão do Campeonato Brasileiro de 1974, na vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 1. Na ocasião, 112.933 torcedores se distribuíram nas arquibancadas e geral do Maracanã. E sabem quem fez o gol do título vascaíno? Jorginho Carvoeiro.

Dinamite era nome obrigatório nas convocações à Seleção Brasileira, mas os treinadores preferiam escalar os chamados centroavantes técnicos.

Uma particularidade na vida do ex-atacante era a intromissão da esposa Jurema em sua carreira, resultando em ásperas discussões com cartolas. Ela havia amaldiçoado o técnico Telê Santana, da Seleção Brasileira, em 1982, por não relacionar o marido entre os 22 à Copa do Mundo da Espanha Curiosamente, com a contusão de Careca às vésperas da competição, Dinamite foi chamado às pressas.

Jurema morreu precocemente ao não resistir à espera na fila para um transplante de rim, em 1984. Dinamite se abateu, mas depois se recompôs. E, paralelamente ao futebol, construiu um patrimônio com empresas e se lançou na política em 1992, pela legenda dos tucanos, para a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Agora, no quarto mandado, com a sigla do PMDB, recebeu 49.087 votos. E um de seus projetos marcantes, transformado em lei, estimula a doação de sangue. O doador regular paga meia entrada em cinemas e teatros do Estado do Rio.

Hoje, com vários quilinhos a mais, cabelos esbranquiçados, realizado profissionalmente no esporte e política, questiona-se: precisava Roberto Dinamite continuar essa quebra-de-braço com Eurico Miranda?

Fonte: Coluna Reminiscência - FutNet
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