Futebol

OPINIÃO: Romário faz 40 anos. Mas e o Vasco, como fica?

Romário é o maior goleador que vi em ação em pouco mais de 30 anos acompanhando futebol. Me refiro ao homem-gol, ao cara que entra em campo especificamente com essa finalidade. Não incluo aí os meias que também eram artilheiros, como Pelé, Zico, Baggio, Platini e outros. Falo de centroavantes, como Romário, um desses que pisam no gramado e logo caminham em direção à pequena área adversária.

Sua frieza e facilidade para empurrar a bola para as redes adversárias chamam a atenção há duas décadas. Em 1986 o Flamengo foi campeão carioca, mas o Vasco mostrou a jóia mais preciosa, comprovou que o garoto promovido ao time profissional pouco antes era mesmo especial. Romário se tornou artilheiro da competição com 20 gols, vários com toque bem pessoal, carregando o estilo do craque, belíssimos.

Hoje, sua corrida tresloucada em busca do milésimo gol gera polêmica, em meio às comemorações pelos 40 anos do artilheiro. O Vasco arruma jogos-treino com times frágeis só para que ele possa ampliar sua marca, que mesmo abaixo do número sonhado, é impressionante, rara, resume bem sua capacidade como goleador. Evidentemente Romário tem o direito de buscar o milésimo gol, e dificilmente deixará de alcançá-lo, nem que para isso precise atuar até os 43 anos. A questão é outra. E o Vasco da Gama, como é que fica?

No campeonato brasileiro do ano passado o clube quatro vezes campeão nacional e com dois títulos sul-americanos no currículo (Copas Libertadores e Mercosul) vagou pela zona de rebaixamento à Série B enquanto o veterano arrancava de forma triunfal para se tornar o goleador do torneio. No começo de 2006, ao menos até aqui, nada mudou. No primeiro clássico o \"Baixinho\" fez três gols, mas o Vasco sofreu cinco e o Botafogo saiu vencedor. Bom para quem? Para os botafoguenses e para Romário, claro.

Na semana do jogo contra o Botafogo, o craque deixou de treinar para curtir o carnaval antecipado na bela Cabo Frio, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Na volta fez três gols, o que ofuscou as gigantescas deficiências do restante do time, formado por atletas em começo de carreira ou obscuros. Gente que sem nome e prestígio, evidentemente não questiona os privilégios de Romário. Óbvio que não seria assim se o Vasco tivesse um time à altura do Vasco.

Claro que esses jogadores limitados precisam tomar a bola do adversário e fazê-la chegar à área inimiga para que o goleador possa marcar. E eles até fizeram isso no clássico do Maracanã, como no Brasileiro de 2005. Mas não foram, novamente, capazes de impedir os gols feitos pelo outro time.

Nesse momento o Vasco é apenas o palco para que Romário desfile e se mostre interminável. Dirigentes e técnico não só consentem como incentivam. Jamais irão fazer algo para alterar tal cenário. Nada contra a busca do goleador pelo belo número 1.000! Mas é lamentável que para ele chegar até lá um dos mais populares times do Brasil tenha que continuar nessa situação, repleto de jogadores fracos e confundindo os objetivos pessoais de um homem com as metas de uma verdadeira nação que torce pelo Vasco da Gama.

Fonte: Coluna de Mauro Cezar Pereira - ESPN Brasil
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