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Padre Lino magoado com retaliação da atual diretoria

A Capela Nossa Senhora das Vitórias, em São Januário, nunca esteve tão vazia, tão silenciosa. Ao contrário do estacionamento do clube, onde foi improvisado ontem um culto evangélico. A briga da nova administração com a antiga está respingando na religião católica, que perde tanto espaço a ponto de o Padre Lino, capelão de lá há 15 anos, ter denunciado, em entrevista ao ‘Ataque’, que estão puxando o seu tapete.

—A Capela do Vasco volta e meia está trancada. O que está acontecendo?

—Sou o capelão há 15 anos, mas tenho ido muito pouco lá. No aniversário do Vasco, em agosto, o Roberto Dinamite pediu que eu permanecesse. Mas já faz quase três meses que não rezo missas lá. Estão tentando me tirar.

—Por que se afastou?

—Ficaram de entrar em contato, mas ninguém me procurou. Ainda tentei reunir 30 padres vascaínos para uma bênção, mas não me autorizaram, com a desculpa de que isso humilharia os jogadores. Já chegaram a chamar um seminarista para o meu lugar. Não sei se é por burrice que fizeram isso. Um seminarista não pode ser capelão.

—Por que querem substituir o senhor?

—Porque sou da antiga. O que me deixa revoltado é que não pedi para ficar. O Roberto foi quem mandou eu ficar. Eu só queria ajudar o Vasco. Mas nem retornam as minhas ligações.

—O senhor celebrava missas na Capela do Vasco com que freqüência?

—Todo sábado eu ia lá. Rezava missa duas vezes por mês, fazia três ou quatro batizados também. De vez em quando, benzia os jogadores e fazia palestras para eles. Da outra vez que foi técnico, o Renato Gaúcho várias vezes pediu a bênção.

—Essa diretoria não é católica?

—A antiga era mais. A atual parece que tem um ranço contra tudo o que está relacionado à antiga diretoria. Agora, todo mundo quer mandar na Capela.

—Alguns pastores evangélicos têm aparecido lá...

—Depois que eles benzeram as traves do Vasco, o time ficou um tempão sem ganhar lá em São Januário. Só voltou a ganhar agora, porque fui lá escondido, entrei no campo e benzi as traves do Vasco na véspera do jogo contra o Santos (vitória de 1 a 0, em 8 de novembro). Benzi, não. Rebenzi.

—Isso pode ter a ver com o que está acontecendo ao futebol do Vasco?

—Acho que tem. Quando vejo o Flamengo entrar em campo com uma faixa em agradecimento a São Judas Tadeu, vejo que os rubro-negros, com seus defeitos, têm fé. Falta fé ao Vasco. Eu poderia colaborar com isso. Eu tenho fé. Eles não têm.

—A religião católica, que predominava no Vasco, perdeu espaço para a evangélica?

—O Vasco tem hoje uma diretoria que é tendenciosa aos evangélicos, embora não assuma isso. É uma perda, porque o Vasco é um clube muito católico. Nem acho que seja um ataque aos católicos, mas a tudo que estava ligado à velha diretoria. Não estou preocupado com os evangélicos, mas questiono por que os católicos não têm essa mesma oportunidade lá dentro. Você acredita que sempre me dei muito bem com o Pai Santana (massagista e macumbeiro oficial afastado por motivos de saúde)? Tenho saudade dele (risos)...

—O senhor ainda reza pelo Vasco?

—Eu só rezo. Dei uma estola do Vasco para 10 padres rezarem pelo clube.

Fonte: O Dia / Ataque
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