Prestes a virar quarentão, Romário mantém fortes laços com os pais

Não foi por um acaso que a equipe de reportagem do LANCE! flagrou Romário, na terçafeira à tarde, dando uma rápida passada na casa dos pais, seu Edevair e dona Lita, na luxosa casa onde moram, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Prestes a se tornar um quarentão, o Baixinho, de afazeres diversos - treinos, peladas, saídas -, ainda encontra tempo para pedir a bênção aos velhos.
- Às vezes, antes do treino, ele dá uma passadinha para buscar umas roupas. Ele não liga todos os dias, mas sempre quer saber se não falta nada em casa... - revela dona Lita.

O mais velho e mais famoso dos três irmãos - Ronaldo é o do meio e Zoraide, a caçula -, Romário não recebe dos pais o tratamento diferenciado que ostenta na Colina. A educação foi igual para todos. Soltar pipa, brincadeira comum dos meninos de subúrbio, e falar palavrão tiravam seu Edevair do sério. O Baixinho atleta nunca se privou de quebrar as normas - até gostava -, mas o filho, no lar, andava na linha.

- Romário sempre foi um moleque bom - disse Seu Edevair.

Falar do Baixinho dá brilho à vida do pai, debilitado pelas três sessões de hemodiálise por semana. Seu Edevair imaginava ter um artista na família, mas a realidade lhe foi muito mais generosa.

- Eu queria ser pai de artista, né?

E Romário se saiu um, só que da bola. Se fosse de rádio ou televisão, já teria parado. Além do que, jogador ganha muito mais, né? - brincou.

E quando o dinheiro, escasso na infância humilde na Vila da Penha, na Zona Norte da cidade, deixou de ser algo raro, o atacante recompensou, com sobras, o esforço feito pelos pais para que ele pudesse tomar a condução até São Januário.

- Romário é excelente filho. Ele meteu a mão no bolso e nos deu tudo o que temos. Inclusive essa casa, que botou no nome da Lita - afirmou seu Edevair, que exibe com orgulho as duas estantes com os prêmios e troféus de Romário: - A gente sempre arruma um jeitinho de encaixar mais um.