Futebol

Primeiro gol olímpico foi marcado na Argentina, mas o Vasco tem sua versão

Talvez a única coisa que seja mais difícil do que marcar um gol olímpico é explicar com precisão a verdadeira história do seu surgimento, pois em uma rápida pesquisa em enciclopédias, ou em sítios de buscas, aparecem diversas versões. Vão desde um gol marcado nos Jogos Olímpicos de 1924, na decisão da medalha de ouro, entre argentinos e uruguaios, até a de um amistoso em São Januário em 1928.

Todavia, a versão mais aceita até hoje é a de que o primeiro gol de escanteio foi marcado em um jogo amistoso pelo argentino Cesáreo Onzari, em 2 de outubro de 1924, em Buenos Aires. A partida foi organizada pela Associação de Futebol Argentino (AFA) para homenagear a conquista da medalha de ouro pela seleção do Uruguai, na Olimpíada de 1924, em Paris.

Como a rivalidade entre os dois países já era grande naquela época, os argentinos batizaram o tento marcado de escanteio como \"gol olímpico\", para ironizar a seleção uruguaia, que havia acabado de ganhar o torneio olímpico.

Vale lembrar que meses antes, este tipo de lance não era considerado legal pela Fifa. A equipe que tomava o gol cobrava um tiro de meta, já que não se considerava que a bola estivesse em jogo, mesmo caso da cobrança de lateral.

Porém existe uma outra versão, muito semelhante à primeira, de que o gol teria acontecido num jogo oficial entre Argentina e Uruguai, na final dos Jogos Olímpicos de 1924, e também marcado pelo argentino Cesáreo Onzari. Mas o equivoco está na data do jogo, pois argentinos e uruguaios disputaram a decisão dos Jogos Olímpicos de 1928, em Amsterdã e não em Paris, quatros anos antes.


Versão vascaína
O Brasil também ganhou uma versão do batismo do gol. Ele teria acontecido em um amistoso realizado em março de 1928, entre o Vasco da Gama e o time uruguaio do Montevideo Wanderers, na inauguração dos refletores e de uma parte das arquibandas do estádio de São Januário.

O clube carioca venceu por 1 a 0, com gol de Santana em cobrança direta de escanteio. E como o adversário era do país campeão olímpico, o tento teria sido batizado de \"gol olímpico\" pelos brasileiros.


Por Galeano:
O raro lance ganhou até descrição do escritor uruguaio, Eduardo Galeano, em seu livro intitulado Futebol ao Sol e à Sombra:

O gol olímpico
Quando a seleção uruguaia regressou da Olimpíada de 24, os argentinos lhe ofereceram uma partida comemorativa. A partida se jogou em Buenos Aires. O Uruguai perdeu por um gol.

O ponteiro esquerdo Cesáreo Onzari foi o autor do gol da vitória. Bateu o escanteio e a bola entrou no gol sem que ninguém a tocasse. Era a primeira vez na história do futebol que se fazia um gol assim. Os uruguaios ficaram mudos. Quando conseguiram falar, protestaram. Segundo eles, o arqueiro Mazali havia sido empurrado enquanto a bola vinha pelo ar. O árbitro não deu os deu atenção. Então, resmungaram que Onzari não havia tido a intenção de chutar direto e que o gol havia sido coisa do vento.

Por homenagem ou ironia, aquela coisa rara se chamou gol olímpico. E até hoje se chama assim, as poucas vezes, que ocorre. Onzari passou todo o resto de sua vida jurando que não havia sido casualidade. E ainda que haja passado muitos anos, a desconfiança continua: cada vez que uma cobrança de escanteio sacode a rede sem intermediários, o público comemora o gol com uma ovação, porém sem acreditar.

Fonte: Cidade do Futebol
  • Domingo, 17/03/2024 às 16h00
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