Torcida

Relembre a primeira reportagem da série "Vasco da Gama - Da virada, da paixã

Nesta série especial, nossos colunistas Hélio Ricardo e Anderson Firmino viram repórteres e percorrem os bastidores de São Januário nos dois últimos jogos decisivos do Brasileirão 2008 – Vasco x São Paulo (23/11) e Vasco x Vitória (07/12).

Esta série pretende contar, em algumas palavras e com alguns personagens, um pouco dessa paixão que inspira e transforma, encanta e apaixona, seduz e emociona.



DIÁRIO DE BORDO – PARTE 1

VASCO X SÃO PAULO – 23-11-2008


Corações a mil. Estádio lotado, uma torcida apaixonada. Apaixonada mesmo. Nas camisas, nas bandeiras, nos cânticos, nas declarações. Todos suspiram de amor pelo Vasco em São Januário. A chuva fria cai sobre as cabeças quentes dos vascaínos, mas seus corações permanecem iguais. Sobre eles, luzindo está a cruz-de-malta de tantas conquistas. Sob ela estão corações incendiados de paixão e afeto, fé e empenho. Todo mundo acha que, independente de qualquer resultado, ali é o lugar para se estar: ao lado, abraçado, dando e recebendo colo do Vasco da Gama.

Se algum desavisado chegasse cedo aos arredores de São Januário, diria que o time que disputa o título é o Vasco. Ainda cedo, horário de almoço, os arredores do clube fervem de paixão. As camisas se multiplicam, variando em cores e tipos, mas o orgulho é um só. O comércio de rua explode em símbolos e souvenirs do clube. Conversa de bar, os velhos botequins de São Cristóvão lotados, as mãos segurando copos, os balcões lotados de garrafas de cerveja e refrigerante, a carne queimando na churrasqueira de latão e a fumaça subindo ao alto dos botecos, onde pairam os quadros da São Jorge. O Vasco tem a alma e a história do subúrbio carioca impregnados em sua história. Assim, vendo esse movimento horas antes do jogo, vendo um bairro inteiro efervescendo em função desse clube, a impressão que se tem é de que nenhuma outra torcida e tão apaixonada como a torcida do Vasco.

Um orgulho acima dos resultados; a glória encarnada na camisa: o peso das glórias e vitórias dentro de campo; a marca imorredoura das conquistas históricas que mudaram o panorama sócio-cultural de um país miscigenado por negros, portugueses e índios. Tudo isso está ali naquela camisa, ostentada com orgulho como um panteão religioso, exibida com vaidade por belas meninas, carregada como herança por crianças alegres no colo de seus pais.

Isso é Vasco da Gama!

Nas esquinas, nas ruas, no bairro Vasco da Gama. Uma paixão se espalha pela cidade.

Vasco! Vasco! Vasco!

Cinco letras, três brados... uma paixão!

MR.M: O FIEL DA TORCIDA

O herói vascaíno, sem máscara e de coração aberto, falando sobre sua paixão pelo Vasco


Mr.M antes do jogo: o símbolo vascaíno sonha com um patrocínio e um emprego no clube, para que o personagem não desapareça por falta de incentivo

No peso, há sempre um fiel da balança. Na torcida apaixonada, alguém também cumpre esse papel. Ele sai de casa, no modesto subúrbio de Inhaúma, no Rio de Janeiro, e cumpre sua sina há quase 10 anos. Dá um beijo na esposa Ana Lúcia e nas duas filhas, as meninas Juliana e Caroline. Pega sua bolsa e sai. Chega cedo no Estádio de São Januário e é saudado por torcedores, crianças e curiosos. Atende a todos carinhosamente e ouve os conselhos de seu mestre, o ex-craque Wilsinho.

A conversa está boa, mas é chegada a sua hora. José Pedro Santos, brasileiro, sai de cena e procura um cantinho especial do estádio de São Januário para dobrar seus joelhos diante de seu Deus e pedir mais um dia de bênçãos e uma graça especial para saudar e congraçar a torcida.

Ele é o Mr. M.

O personagem nasceu no ano de 1999, quando o Vasco disputava as finais do Torneio Rio-São Paulo contra o Santos, do qual foi campeão. Mr. M era uma versão brasileira e vascaína do “mestre dos sortilégios” que figurava como destaque no programa Fantástico, da TV Globo. Da voz sombria e teatral de Cid Moreira que anunciava o personagem americano no Fantástico, veio o toque de humor e criatividade dados pelo repórter Régis Rosing, conhecido por suas matérias exóticas e criativas, no Globo Esporte.

“Vejo tudo isso com uma grande responsabilidade. Eu sempre fui da Força Jovem, sempre acompanhei os jogos com a torcida, até que decidi criar o personagem. Não ganhei nada com isso, não me promovo com isso. Vejo como uma missão de alegrar as pessoas, de animar o Vasco, de levantar a torcida” – conta, maravilhado com a paixão das crianças, a quem se devota especialmente na missão de tirar fotos e trocar carinhos e gentilezas ao passar pela torcida.


Mr. M, o “José” mais famoso de São Januário, conversando com Anderson e Hélio para entrevista exclusiva no SUPERVASCO.

Mr.M é de paz. Ele gosta de acenar carinhosamente para todas as torcidas, e se ressente de um investimento para que possa estar mais presente como uma figura folclórica e apaixonada pelo clube.

“A Força Jovem muitas vezes paga minha passagem para eu viajar junto com o clube nos jogos fora. Eu sinto que a minha presença anima as pessoas, alegra a torcida. Gosto de estar presente. Penso que isso ajuda a promover a instituição, o clube. Eu não faria jamais o que faço por outra razão, minha única razão de ser Mr.M é o Vasco” – atesta, com ares de apaixonado pelo clube. Mr. M saúda todas as torcidas sem distinção: ele é, acima de qualquer coisa, um símbolo e um torcedor apaixonado pelo Vasco.

A paixão de José Pedro é literalmente uma paixão de corpo e alma. Seu corpo é tatuado com os nomes das filhas e, no peito, com motivos vascaínos e seu amor pelo clube. O brasileiro que vira Mr. M leva a vida vendendo roupas numa loja em Del Castilho, junto da mãe, de onde saem o sustento para sua casa e, muitas vezes, a manutenção do personagem que alegra as arquibancadas.


A paixão do Mr. M está presente em seu peito: o personagem foi tatuado com o símbolo da Força Jovem para selar em definitivo seu compromisso e sua paixão.

“Eu não tenho grandes ambições, mas queria viver disso, dessa paixão pelo clube. Queria voltar a trabalhar no clube, ter uma fonte de renda que me deixasse aqui dentro, perto do estádio, perto da torcida, dentro do Vasco” – sonha o brasileiro, que já teve uma promessa do presidente Roberto Dinamite de olhar carinhosamente por sua causa.

Mr. M estava cercado de admiradores e companheiros do clube no primeiro dos três jogos decisivos do Vasco em sua luta contra o rebaixamento. Enquanto conversa conosco, é saudado por pessoas como (Claudinho, presidente da Força Jovem), Wilsinho (observador de jogadores no Brasil e no exterior) e autoridades municipais como o vereador Roberto Monteiro. Mr. M é do povo, é consenso entre todos. Ele tem acesso aos jogadores, transmite mensagens de paz e de força, coopera com seu alto astral e com a força da fé que o contagia.

“As pessoas precisam ouvir isso. Por isso faço sempre minhas orações antes de me vestir de Mr. M. Acho que todos estão muito longe de Deus, por isso há tanta violência, tanto ódio. Mas peço sempre a Deus que me abençoe antes de cada jogo” – conta, convicto.

Mr M acredita em Deus, acredita no amor. E acredita no Vasco, é claro.

“É hora da torcida vibrar, cantar. O Vasco vai sair dessa. Nosso amor está acima de tudo. Agora dá licença, já estou liberado? Está na hora de eu me vestir. O Mr. M vai entrar”.

Gentil, atencioso, compenetrado. O homem que viu uma brincadeira de torcedor se transformar em um mito nas arquibancadas precisa sair para seu ofício.

“E agora, José?” – perguntaria o poeta Drummond em seus célebres versos ao brasileiro José Pedro Santos.

“Amo ser o Mr. M. viver para isso e por isso”.

José não é mais um brasileiro comum. Ele é, hoje, símbolo vivo de uma torcida apaixonada que acredita em milagres e passes de mágica!

A VOLTA DE UM XODÓ

Ex-ponta Wilsinho volta ao Vasco para renovar as divisões de base do clube


Wilsinho em São Januário: eterna “prata da casa”

O torcedor mais antigo lembrará certamente dos dribles ousados que acabavam em cruzamentos certeiros para os gols de Roberto Dinamite. Bons tempos que não voltam mais! O ponta habilidoso e arisco atendia pelo nome de Wilsinho, mas o carinho da torcida o fez ficar famoso como “xodó da vovó”.

O craque dos anos 70 veio com a nova diretoria para renovar o clube em suas divisões de base. “É ali que tudo começa!” – atesta Wlsinho. O homem de fé que virou notícia por ter levado três pastores para orar pelo Vasco também leva fé nos meninos da Colina como saída econômica e técnica para o clube.

“Comprar jogador é cada vez mais difícil e mais caro. Além disso, o jogador precisa ser formado com a história do clube dentro dele, com a ama do clube, suas tradições. Quando ele veste aquela camisa como profissional, ele tem todo um passado e uma história vinculados ao clube. Ele sente o peso da camisa, entende o que é essa paixão” –afirmou, enquanto á torcida ensaiava seus gritos de paixão nas arquibancadas e os torcedores das sociais manifestavam sua admiração pelo ex-ponta vascaíno.

O veredicto de Wilsinho não é balela: ele viveu na pele a experiência de ser prata da casa. Chegou no clube com apenas dez anos de idade, e aprendeu a amar cada vez mais a camisa que vestia, além de defender o clube com a propriedade de quem conhecia sua história, teve o alento dos grandes ídolos e, de quebra, formou ataque histórico com o maior artilheiro e ídolo do clube em todos os tempos, o atual presidente Roberto Dinamite.

“Quem veste essa camisa desde cedo, conhece o espírito e a tradição de ser Vasco. É por isso que acreditamos na virada, na vitória do Vasco acima de qualquer coisa. Nunca perdi para o São Paulo. Eu sabia o quanto a nossa camisa pesava” – afirmou, com sorriso de satisfação por uma vida de serviços prestados ao clube.


Wilsinho concede entrevista a Hélio Ricardo: o futuro do Vasco está em seus olhos.

O “xodó da vovó” explica que a “peneira” feita pelos jogadores é assim: sair pelos campos e clubes do país e do mundo, seguindo indicações de antigos jogadores que funcionam como “olheiros” em pontos diversos, e trazer esses meninos para o infantil e para o mirim. Lá uma equipe de psicólogos e assistentes sociais vai trabalhar paralelamente com os profissionais técnicos, ajudando os meninos a terem uma formação e um caráter que os capacite a serem atletas e homens de bem, bem sucedidos de verdade. “Eu tenho um sonho de ver a volta do torneio de aspirantes, onde se revelaram no passado tantos meninos-craques” – comenta, nostálgico, o ídolo vascaíno.

Wilsinho estava sentado no alto das sociais, contemplando o estádio, as pessoas, o gramado. Seus olhos de águia contemplavam, naquele gramado, os futuros meninos que ele sairá a pescar em suas peregrinações pelo país e mundo afora, à cata de pérolas vascaínas ainda não reveladas. Com a mesma paixão com que progredia rumo à área adversária, Wilsinho desenvolverá seu trabalho ciente de que, um dia, os meninos dos quatro cantos do mundo vestirão o manto vascaíno, envergarão a cruz-de-malta sobre o peito e farão a alegria de uma imensa torcida esperançosa e bem feliz.

São os olhos do passado contemplando o futuro.

Casaca, Wilsinho!

E que Deus te abençoe!


SANGUE NOVO NA FORÇA JOVEM

Novo presidente da Força Jovem quer mudar o conceito de torcida organizada e explica, dentre outras coisas, a verdade sobre a saída de Morais


Claudinho em São Januário: mais um jogo, mais um dia de militância cruzmaltina.

A maior torcida organizada do Vasco, dividida em “Famílias” como uma máfia de fiéis apaixonados, tem, há pouco mais de três meses, um novo presidente. Ele tem olhar e jeito sérios, aparenta menos que seus 30 anos de idade e impressiona pela assertividade nas respostas e pela objetividade de sua gestão. Se nome é extenso, mas a multidão de vascaínos o conhece por um apelido diminutivo. Luiz Claudio do Carmo Espírito Santo é o Claudinho, integrante da Força Jovem há mais de 15 anos, recentemente empossado como interino para presidir a torcida.

Claudinho contradiz a imagem de lideres de torcida que a mídia, sobretudo as páginas policiais, costuma publicar. Tem aparência saudável, é um cara bem aparentado e solícito, educado na abordagem e com posições muito claras quanto às suas intenções à frente da maior torcida organizada do Vasco e uma das maiores do país:

“Minha proposta é um modelo de gestão participativa, onde a nossa diretoria possa ser atuante o tempo todo. Assumi interinamente e estou propondo as eleições para uma presidência definitiva, porque o presidente eleito anteriormente foi embarreirado pela antiga diretoria do Vasco. Não quero nada centralizado, nada que gire unicamente em torno de uma pessoa” – explica. Claudinho esclareceu, com diplomacia e transparência, as grandes questões que envolvem hoje as torcidas organizadas em todo o país.


Claudinho na ativa: durante a entrevista em São Januário, antes do jogo, várias ligações para comandar sua torcida.

BENEFÍCIO PRÓPRIO X INTERESSES COLETIVOS

“O grande problema das torcidas organizadas é que, na maioria das vezes, a gestão é feita em cima de preferências e benefícios pessoais. No meu caso, não. A exemplo do que aconteceu com a nova diretoria do Vasco, assumi com um rombo em caixa de quase 16 mil reais. Sentamos, conversamos e contornamos esse problema visando não aos nossos interesses, mas ao que era melhor para a Força Jovem e para o Vasco.”


Gestos e palavras para esclarecer questões importantes sobre o Vasco

BARGANHA DE INGRESSOS

“Nunca concordei com essa barganha de ingressos que permite a algumas pessoas se vender politicamente para um lado ou outro do clube. Quando assumimos, acabei com essa negociação. Não vivo disso, não preciso e nunca precisarei disso. Chegou uma época em que a torcida recebia até cinco mil ingressos para jogos no Maracanã. A realidade é que esses ingressos muitas vezes são vendidos por quem os recebe, sem serem distribuídos de fato, enriquecendo pessoas e fabricando cambistas. Não queremos mais isso na Força. Quero trocar a mentalidade das pessoas com relação a ingresso com fins políticos. Acabou!”

VIOLÊNCIA NÃO!

“Somos absolutamente contrários a qualquer forma de violência. Sempre deixamos isso bem claro, Entendemos que a violência é um problema maior, que está em nossa sociedade, em nossa cultura. Não é um problema das torcidas organizadas, é um problema do nosso pais. Temos violência na escola, na faculdade, entre deputados, em toda a sociedade. É injusto levantar essa bandeira da violência como produto das torcidas organizadas. Um dos meus trabalhos é mudar esse modelo mental, a cabeça das pessoas, reeducar o torcedor da Força sem esse pensamento de briga e violência. É um grande desafio, muda a cabeça das pessoas. Não queremos isso em nosso meio.

INSTITUCIONAL X PESSOAL

“Antes de mais nada, penso que a torcida organizada tem que ajudar o clube. Ela não está aqui para ser beneficiada, está aqui para fazer o clube crescer. Tanto que inovamos: tiramos da lista de pessoas que recebem ingresso todos os estudantes e menores de 21 anos que possuem o beneficio da meia entrada. Assim eles abrem espaço para os que realmente têm dificuldade de pagar ingresso. Quero para a Força Jovem uma política institucional, não pessoal”.


A imagem que Claudinho quer deixar: a de um líder que prega a unidade e a paz entre os torcedores. Na foto com os colunistas/repórteres do SUPERVASCO.

RECONCILIAÇÃO

“A nossa palavra de ordem é integração. Uma das nossas metas foi reaproximar e apaziguar a Força Jovem com a Ira, que era uma torcida formada a partir de uma dissidência da Força. Acho válido que tenhamos varias torcidas, que elas se organizem independentemente, mas a rivalidade que existia era muito ruim. Hoje, graças a Deus, estamos próximos, temos um ótimo relacionamento com eles, e somos todos um só grito pelo Vasco.”

O CASO MORAIS

“Muita coisa foi dita a respeito da saída do Morais, e posso falar com propriedade: houve muita mentira! A torcida não invadiu a concentração. Esperamos os jogadores saírem do vestiário para uma conversa civilizada, embora objetiva, Saíram Edmundo, Thiago, Odvan, Leandro Amaral e Jorge Luiz. Ninguém foi ameaçado. Éramos apenas cinco pessoas. Os jogadores nos receberam e conversaram normalmente. Morais, ao saber que havia torcedores, voltou e não quis falar conosco. Disseram que ele estava com medo de ser agredido. Ele não saiu ameaçado, nem foi escorraçado. Morais saiu do Vasco porque já não queria mesmo ficar no clube. Ele tinha propostas financeiras, estava insatisfeito com o clima no clube e com uma época em que ficou no banco. A diretoria poderia ter feito o que fosse: Morais estava decidido, ele não ficaria no clube. Qualquer coisa seria motivo, e ele acabou indo para o Corinthians porque quis. É bom que se diga: ele nunca foi agredido, nem ameaçado. Eu estava lá e nada disso aconteceu. Ele saiu por uma escolha profissional. Nada além disso.”

PAPO RETO COM JORGE LUIZ

“Temos acesso aos jogadores, nos reunimos com eles para manifestar nossa insatisfação. Somos uma torcida atuante. Cobramos respeito, dedicação, amor a Vasco. Perguntei ao Jorge Luiz, naquela fase em que ele estava falhando muito: ‘Você suporta o peso dessa camisa no seu corpo?’. Ele disse que sim e que estava dando o que podia. Então eu disse a ele: ‘o que você pode não corresponde à camisa que você veste!’. Apesar da nossa mensagem direta, ele nos ouviu atenciosamente e prometeu melhorar. Não se achou ameaçado nem agredido em momento algum.”

SUMIÇO DAS BANDEIRAS

“Quando assumi a presidência, tive uma desagradável surpresa. Todas as bandeiras, as maiores bandeiras da torcida, haviam desaparecido de nossa sala. Levaram tudo. Pode ver: vocês não vêem mais determinadas bandeiras da Força. Um patrimônio que deveria ser da torcida, mas que acabou dilapidado e carregado como se fosse patrimônio pessoal. Estamos reestruturando tudo isso. Volto a dizer: nossa política é institucional, não pessoal. O que é da torcida, é da torcida, não é meu, não é de ninguém!”

A mídia talvez não saiba que um jovem presidente de torcida organizada tenha idéias e planos tão positivos para essa tão malvista forma de expressão de amor aos clubes. Jovens como Claudinho nos fazem lembrar a trajetória social do Vasco, um clube que historicamente sempre se preocupou em mudar padrões éticos, melhorar a vida das pessoas, transpor barreiras sociais. O próximo passo de sua gestão é implantar um engajado serviço voluntariado de professores de informática para dar assistência a desfavorecidos.

Para jovens como Claudinho, amar um clube e torcer por ele não impede ninguém de melhorar na vida. Muito pelo contrário. E o futuro começa agora, que essa paixão pela cruz de malta possa se refletir em iniciativas sociais e acabar, definitivamente, com a imagem de violência e segregação que as “organizadas” deixaram em sua caminhada.

O vascaíno Luiz Cláudio segue a trajetória da camisa que veste. E, a exemplo de seu clube, sonha e faz história. Isso é o que se pode chamar de Força Jovem do Vasco!

ZAGUEIRO DE VERDADE

Garoto Matheus é destaque do time campeão da Copa Light


Ao lado de Wilsinho, o menino Matheus é a esperança de uma zaga segura para o Vasco

Um bom alento aos torcedores que sofrem com as “baianadas” dos zagueiros vascaínos na equipe profissional. A equipe campeã da Copa Light de Futebol de Campo revelou, como um de seus principais talentos, o zagueiro-menino Matheus.

O defensor que tem por ídolo o atacante Ronaldinho Gaúcho tem apenas 12 anos de idade e chegou ao Vasco com 10. Desde então sonha se tornar um jogador profissional e defender o time pela equipe principal.

“Fico nervoso durante os jogos. Tenho medo do time tomar um gol e depois a gente não ter forças para reagir e recuperar o placar” – afirma o menino alto e esguio, bem ao estilo dos jogadores que ocupam sua posição. Com as bênçãos do mentor Wilsinho, Matheus estava sentado entre a torcida, no meio das sociais do clube, aguardando ansiosamente a entrada do time do Vasco em campo para torcer com fervor pela equipe da cruz de malta.

“Eu era flamenguista mas, ao ver os jogos do Vasco, virei a casaca. Agora o Vasco é o meu time de coração!”-afirmou.

Começou bem, Matheus! Parabéns! Você vai longe!

FIM DO DIÁRIO DE BORDO – PARTE 1

Mensagem dos colunstas:

De todos os amores que eu tive és o mais antigo
Vasco minha vida, minha história, meu primeiro amigo
Quem não te conhece me pergunta porque te segui
Eu levo a cruz de malta no meu peito desde que nasci.

E eu não paro, não paro não.
A cruz de malta Meu coração.
Vasco da gama, minha paixão
Vasco da gama, religião.


Passamos todo o domingo em São Januário. Ouvimos pessoas, caminhamos pelas ruas, sentamos nas biroscas e calçadas, cadeiras e arquibancadas. Ouvimos personalidades e gente comum. Vivenciamos um dia de festa em São Januário. O resultado não foi bom, o fim não justificou os meios. Mas uma força se levanta, uma esperança se renova. Em cada olhar, em cada cântico, nos aplausos finais... UMA FORÇA!

Não olhemos as circunstâncias. Vivamos tão somente dessa paixão!

A canção acima nos diz tudo. Faça dela, a cada momento, o seu mais presente refrão.

VASCO DA GAMA: nós acreditamos!

REPORTAGEM:
Anderson Firmino e Hélio Ricardo

TEXTOS:
Hélio Ricardo

FOTOS:
Luciana Gouveia

Fonte: -
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