A disputa veio em um clássico bem disputado, que cresceu na segunda etapa, ainda que os gols tenham saído na primeira. Nuno Moreira abriu para o cruz-maltino e Alex Telles empatou. Na disputa de pênaltis, Léo Jardim ainda brilhou para defender a primeira penalidade cobrada pelo alvinegro, do mesmo Telles.
— Aí que entra a intuição, o estudo, a gente nunca sabe o que passa na cabeça do batedor, porque ele poderia, como ele já tinha batido um, mudar o canto ou manter o mesmo. Então a gente tem que tentar induzir de alguma forma, tentar fazer alguma leitura e acreditar naquilo que a gente define junto com a preparação de goleiros. Então é muito a intuição, o estudo que a gente faz ali e é um jogo mental do goleiro com o batedor — analisou Jardim.
Novo clássico carioca em dezembro
Agora, uma das Copas do Brasil mais cariocas dos últimos anos terá um clássico recheado de alta rivalidade entre Vasco e Fluminense. Na quarta-feira, o tricolor venceu o Bahia por 2 a 0 no Maracanã e garantiu a primeira vaga nas semifinais. A próxima fase, porém, será daqui a mais de três meses, nos dias 10 e 14 de dezembro. Na outra semifinal, enfrentam-se Cruzeiro e Corinthians.
De qualquer forma, com a vitória e a classificação, o Vasco, que chega às semifinais da competição pela segunda temporada seguida, fatura R$ 9.922.500 em premiação. A ida à final vale pelo menos R$ 33,075 milhões.
No Botafogo, o técnico David Ancelotti optou por poupar Savarino e Vitinho, vindos da data Fifa. Também iniciaram no banco Danilo (que havia desfalcado alguns treinos durante a semana), Artur e Montoro. No Vasco, a escalação teve os retornos do lateral-direito Paulo Henrique e do volante Tchê Tchê, que ficou pouco tempo em campo, voltando a sentir a lesão, e deu lugar a Mateus Cocão.
Em campo, o Botafogo se impôs na marcação e criou muitas dificuldades na saída de bola do Vasco, que errou muito no início da partida. Mas foi o cruz-maltino que abriu o placar, com Nuno Moreira. Em linda cobrança de falta de Coutinho, Neto acabou desviando a bola para a trave. Na sobra, o português completou para o gol.
O Botafogo era ligeiramente mais perigoso quando tinha a bola, e assim chegou ao empate. Santi Rodríguez aproveitou a linha alta do Vasco e acionou Corrêa nas costas da defesa. O argentino acabou derrubado na área por Léo Jardim e viu Alex Telles cobrar bem para empatar. No fim da primeira etapa, houve lance polêmico: Hugo Moura, último homem, derrubou Arthur Cabral. O árbitro não viu falta e deixou o jogo seguir.
O segundo tempo ganhou em emoção. Davide lançou Vitinho e Savarino, enquanto Diniz precisou acionar Puma Rodríguez por lesão de Piton. Coutinho teve duas boas chances para desempatar, enquanto o Botafogo assustou com Savarino, Barboza e Matheus Martins. Mas ninguém evitou as penalidades.
- Acho que a gente merecia a classificação pelo nosso volume de jogo, pela nossa intensidade. Conseguimos colocar um ritmo muito forte durante a partida, os 90 minutos, mas infelizmente não conseguimos o objetivo, mais uma competição que a gente deixa escapar. Agora tem a sequência Campeonato Brasileiro. Como eu falei, é seguir, assumir as responsabilidades. Acho que tem muito campeonato ainda pela frente, a gente sabe da dificuldade, sabe que é difícil, mas a gente precisa lutar, precisa seguir. É pedir desculpas para o torcedor. A gente tentou, lutamos até o final. Vai doer, está doendo, mas no domingo já tem um jogo difícil - disse Marlon Freitas, capitão do Botafogo.
O mata-mata é mágico, e deles saem as grandes histórias do futebol. Ontem, no Nilton Santos, o Vasco viveu uma classificação épica à semifinal da Copa do Brasil, em grande clássico com o Botafogo, mas com um personagem que poucos poderiam adivinhar no início da partida: o zagueiro Robert Renan. Marcado durante sua passagem pelo Internacional — a última no futebol brasileiro antes de retornar — por um pênalti desperdiçado, o zagueiro estreou no segundo tempo e acertou a cobrança decisiva da disputa de penalidades (5 a 4) após o empate em 1 a 1 no tempo regulamentar.