O Vasco não sofreu gols em Maceió, empatou em 0 a 0 com o CSA e agora precisa de uma vitória simples em São Januário, na terça-feira da semana que vem (dia 5), para se classificar para as quartas de final da Copa do Brasil. Ninguém duvida que o time de Fernando Diniz segue sendo o favorito para avançar na competição.
Dito isso, o Vasco precisa voltar a vencer uma partida com urgência. Isso ainda não aconteceu desde o calendário foi retomado depois da pausa para a Copa do Mundo de Clubes. E pior: somado ao período que se deu antes da chegada de Diniz, foram apenas três vitórias nos últimos 21 jogos. São números alarmantes.
Os últimos 21 jogos do Vasco:
Com Fábio Carille
Com Felipe
Com Fernando Diniz
Philippe Coutinho, que voltou a jogar depois de três semanas se recuperando de uma lesão na panturrilha, resumiu o sentimento depois da partida:
- Esses jogos que acompanhei de fora, em alguns a gente mereceu sair com o resultado positivo por tanta chance criada, dominando adversário. A gente está um tempo sem ganhar, as pessoas acabam não vendo (o desempenho). Mas estamos trabalhando da forma correta para conquistar os resultados positivos.
A tônica se repete em Maceió
O Vasco começou o jogo no Rei Pelé com a postura de dono da partida, comandando as ações e empurrando o CSA contra seu próprio campo. Até os 13 minutos, a equipe já havia criado ao menos três oportunidades perigosas de gol: uma cabeçada de Maurício Lemos, uma de Vegetti e uma finalização de fora da área de Tchê Tchê. Em pouco tempo, os comandados de Diniz já beiravam os 70% de posse de bola.
Tchê Tchê orientava as ações ofensivas da equipe, como vem sendo de costume. Muito forte pela direita, com Paulo Henrique e Rayan em boa fase, o Vasco levava a melhor na maioria das jogadas por aquele lado, mas ainda faltava caprichar no último passe. No primeiro tempo, Vegetti não recebeu os passes açucarados para finalizar que recebeu nos últimos jogos, em especial contra Grêmio e Internacional.
Um jogador destoou dos demais: Nuno Moreira. Em outra rotação, o português foi o pior da equipe no primeiro tempo e quase entregou um gol para o CSA ao ser desarmado no meio de campo - a sorte é que o adversário conseguiu desperdiçar o contragolpe de cinco jogadores contra dois. Nuno contribuiu muito pouco na criação. Ele até foi quem mais finalizou (quatro vezes), mas todos chutes tortos que passaram longe do gol defendido pelo goleiro Gabriel Félix.
Dos 30 minutos em diante, o Vasco diminuiu o ímpeto e viu o CSA crescer na partida. Os alagoanos passaram a ocupar mais o campo ofensivo, assustaram com Gustavo Nicola e Tiago Marques e foram para o intervalo com quatro finalizações. Com 12, o Vasco mais uma vez mostrou dificuldade para encontrar o gol.
No segundo tempo, Diniz voltou com Thiago Mendes no lugar de Lemos, que já tinha cartão amarelo. Hugo Moura foi mais uma vez recuado para a zaga e, depois de um primeiro tempo regular, caiu de produção e quase cometeu o erro capital do jogo ao não conseguir cortar um lançamento que saiu dos pés do goleiro adversário. Baianinho saiu na cara de Léo Jardim, mas não aproveitou.
O Vasco seguia com mais posse de bola e com o domínio das ações. Coutinho entrou aos 14 minutos e teve a chance mais clara da partida após um passe de letra de Lucas Piton, mas demorou a finalizar e, quando finalmente o fez, chutou para fora. Em 35 minutos em campo, o camisa 10 não fez muito mais do que isso. Sempre se espera mais dele.
Diferente dos jogos recentes, não foi uma chuva de gols perdidos em Maceió. Mas o Vasco terminou, sim, com 20 finalizações, mas apenas seis delas na direção do gol defendido por Gabriel Félix. Pablo Vegetti, que não vive bom momento, também desperdiçou grande oportunidade aos 19 minutos, chutando por cima.
Nuno, o pior em campo, mais uma vez não aguentou ficar em campo uma partida inteira e saiu aos 23 minutos para a entrada de Loide - só então o Vasco voltou a ter força no lado esquerdo do ataque. Na coletiva, Diniz reconheceu que o português apresenta uma deficiência física desde que chegou ao clube, mas não soube esclarecer o motivo.
De positivo, só mesmo as atuações de Paulo Henrique (um tanque do primeiro ao último minuto de jogo, quase marcou um golaço carregando a bola desde o campo defensivo no segundo tempo) e Tchê Tchê, que caiu de produção na segunda etapa, mas de toda forma foi o jogador mais lúcido do meio de campo do Vasco.