— O jogo não teve nenhuma surpresa, foi um jogo equilibrado. Talvez o resultado de empate fosse o mais justo pelo que aconteceu no jogo. A gente acabou falhando mais do que deveria e o Mirassol soube aproveitar e acabou ganhando o jogo — diz Diniz, na coletiva pós-jogo. E continuou: — Os três gols eram muito evitáveis. A gente empatou o jogo e teve mais duas chances para virar e não fez.
O Vasco tentou fazer saídas de bola com as tradicionais trocas de passe no campo de defesa até o ataque, propostas pelo treinador, mas o Mirassol foi subindo a marcação a medida que percebia uma dificuldade da equipe cruz-maltina em construir jogo e se desvencilhar da pressão, já que os defensores estavam muito espaçados em campo. Com isso, o Vasco passou a investir em jogadas mais rápidas e diretas até o ataque com estocadas no centroavante Pablo Vegetti, que ajeitava para a chegada dos pontas.
Entre estes lances, o atacante Rayan e o meia Philippe Coutinho tiveram boas finalizações de fora da área ainda no primeiro tempo, mas não conseguiram passar pelo goleiro Walter.
O Mirassol respondia com contra-ataques agudos, mas com menor volume.
Na volta do intervalo, Diniz apostou na entrada do meia Thiago Mendes no lugar do volante Hugo Moura para sair melhor com os passes e aumentar a ofensividade da equipe, mas o gol saiu com o time da casa aproveitando a diminuição do poderia defensivo cruz-maltino.
Rapidamente o meia Gabriel abriu o placar, mas por ter participação de Chico da Costa, que estava impedido, o juiz anulou o lance. Mas não demorou muito para após a anulação a equipe abrir o marcador. Já no lance seguinte, aos seis minutos do segundo tempo. O primeiro alerta para o sistema defensivo vascaíno apitou.
O ponta-direita Negueba recebeu na intermediária e livre um passe do lateral-direito Lucas Ramon e, em dois toques, — domínio e finalização —chutou para o gol de fora da área e o goleiro cruz-maltino, Daniel Fuzato, que substituía o suspenso Léo Jardim, não conseguiu fazer a defesa.
O Mirassol investiu na corrida dos pontas por trás dos laterais vascaínos durante todo o jogo, mas após o gol ficou muito mais fácil para atacar os espaços.
Sete minutos depois, um erro fatal do zagueiro Maurício Lemos. O defensor estava sendo pressionado e deu um passe muito fraco para o companheiro de zaga. O ponta Edson Carioca aproveitou para roubar a bola e carregar até Gabriel, que serviu o centroavante Chico da Costa para ampliar o placar.
Mas o ataque vascaíno voltou a funcionar logo depois. Os laterais Piton, do lado esquerdo e Pumita Rodríguez, do lado direito, colocaram a equipe de volta no jogo. Em jogadas parecidas, Piton fez grandez cruzamentos para o uruguaio que levaram ao empate.
No primeiro, o uruguaio chegou por trás da defesa e cabeceou forte para o fundo do gol, aos 21 minutos. No segundo, ele recebeu o passe no pé e ajeitou para o artilheiro Pablo Vegetti colocar a equipe de volta no jogo.
O lance foi a primeira vez que a equipe conseguiu marcar mais de um gol em uma partida desde a vitória sobre o São Paulo por 3 a 1, antes da pausa para o Mundial. O Vasco voltou a ter volume maior de criação de jogo, mas o técnico Rafael Guanaes percebeu a necessidade de refrescar a ponta e acertou nas escolhas, enquanto o Vasco apostou em Loide Augusto no lugar de Coutinho e não conseguiu manter criações.
Com as substituições dos pontas, o Mirassol aproveitou os erros defensivos justamente dos laterais vascaínos. Aos 38 minutos Lucas Ramon lançou o atacante Carlos Eduardo, que venceu um desgastado Piton na dividida e, sem cobertura vascaína, ele teve tempo de decidir a melhor jogada e lançar a bola para o ponta-esquerda Alesson, que chegou desmarcado por trás de Pumita, que tentou fechar o meio, mesmo sem atacantes no espaço.
Embora admita que os erros foram fatais para o resultado, Diniz não acredita que a má fase esteja influenciando psicologicamente a defesa.
— Psicologicamente não tem o que falar. O time tomou dois gols, reagiu, fez dois gols e poderia ter feito o terceiro antes do Mirassol. Não tem nada a ver com o psicológico. E não tem que abalar nada. Nós temos que ser forte e buscar o resultado. Tem que parar de errar — diz.
O próximo jogo do Vasco será contra o CSA, pela Copa do Brasil, nesta quinta-feira, em São Januário.
A sétima partida sem vitória do Vasco desde a pausa para a Copa do Mundo de Clubes, ontem, pela 18º rodada do Campeonato Brasileiro, foi com requintes de crueldade. A equipe começou melhor em campo, propôs um jogo mais ofensivo do que o Mirassol, no estádio Campo Maia, mas foram os mandantes que abriram e ampliaram o placar aproveitando os erros do sistema defensivo cruz-maltino. A equipe comandada por Fernando Diniz ainda conseguiu empatar o jogo, mas foi derrotada por 3 a 2 com mais um gol proveniente de uma desorganização na defesa.