Fluminense e Vasco têm transformações bruscas na temporada. Ambos trocaram treinadores com propostas muito diferentes. De Mano para Renato no Tricolor. De Carille para Diniz no Cruzmaltino. Certamente os estágios dessemelhantes pesaram para o volume ofensivo maior do time das Laranjeiras. Finalizou mais que o dobro do rival e venceu por 2x1 com um golaço de Guga.
O Tricolor chegou 15º jogo em cerca de 50 dias com a atual comissão técnica. Já o time de São Januário fez apenas a quarta partida em menos de duas semanas com Fernando Diniz. Os momentos de predomínio do Fluminense foram pautados por boas pressões feitas dentro do campo inimigo, inibindo a troca de passes e cercando a meta defendida por Léo Jardim.
Escalações
Renato Gaúcho não teve Samuel Xavier. Escalou Guga. Optou por deixar Ganso e Fuentes e no banco. Lima e Renê foram titulares. Nonato também foi desfalque. Hércules ganhou nova chance. Fernando Diniz não pôde contar com Philippe Coutinho. Mateus Carvalho foi o escolhido para formar o meio-campo com Hugo Moura e Tchê Tchê. O restante da equipe foi o mesmo das últimas partidas.
O jogo
Rivalidade acirrada, gols e trocas de comando no domínio das ações. Assim foi a 1ª etapa no Maracanã. O Fluminense saiu atrás no placar, viu o Vasco desperdiçar boa chance de ampliar logo na sequência, mas acabou tendo mais minutos de controle dentro do período inicial. É possível dizer que o Tricolor foi melhor até os 15 minutos, e entre os 35 e os 49'. O Cruzmaltino se impôs no restante.
As duas equipes, no entanto, não apresentaram tanta naturalidade para progredir no campo com a bola de pé em pé. Foram construções ofensivas muito truncadas. Tanto que a maioria dos lances de perigo ocorreram após erros do adversário e ataques rápidos para aproveitar os espaços deixados. Foi assim, por exemplo, que o Vasco encaixou o contragolpe que originou o gol de João Victor.
O Fluminense havia roubado uma bola dentro do campo cruzmaltino, mas Lima errou o domínio e Nuno Moreira puxou a transição. Rayan deixou Freytes para trás e foi derrubado. Lucas Piton bateu na cabeça de João Victor a falta conquistada no lado direito do campo. Fábio saiu atrasado do gol e o Gigante da Colina abriu o placar.
Por muito pouco não ampliou em dois lances na sequência. Ambos envolvendo o jovem Rayan. Primeiro ele desarmou Freytes e bateu prensado com Fábio ao invadir a área. E depois chutou de muito longe no travessão tricolor, aproveitando escanteio curto cobrado pela direita. O Vasco dominou a 1ª etapa por cerca de 20 minutos, mas fez de maneira intensa em relação ao Fluminense.
Os mandantes sentiram o baque após o gol. Só voltaram a incomodar na reta final do 1º tempo, e Arias foi o agente principal para que isso ocorresse. Saiu da direita para brigar por uma bola no flanco esquerdo. Guga dominou a sequência do cruzamento do colombiano e mandou de canhota para Lima cabecear em cima de Léo Jardim. Vegetti, na área defensiva para ajudar, marcou contra.
Voltar a ter um combate mais forte e organizado no campo de ataque foi determinante para a reação tricolor. Antes mesmo do empate, Everaldo já havia assustado após bola roubada dentro da intermediária vascaína. Arias ainda fez Léo Jardim trabalhar antes do intervalo, em boa cobrança de falta de média distância.
O Tricolor manteve a postura na volta para o 2º tempo e seguiu superior. Inibiu o avanço do Vasco com a bola ao fazer pressões na saída rival. Everaldo teve boa chance após ótima trama com Arias pela esquerda. Léo Jardim defendeu. O time das Laranjeiras também levou perigo em algumas cobranças de escanteio.
Fernando Diniz sacou os amarelados Luiz Gustavo e Mateus Carvalho para as entradas de Lucas Freitas e Adson antes dos 15 minutos. Tchê Tchê foi recuado e Nuno Moreira atuou centralizado. Rayan passou ao lado esquerdo. No mesmo instante, Renato tirou Lima para a entrada de Ganso.
O Fluminense não conseguiu sustentar o cenário por muito tempo e aos poucos o Vasco foi reequilibrando as ações, ocupando o campo rival e aumentando o tempo de posse de bola. Foi evidente o crescimento com as mexidas. A partida ficou um pouco mais aberta com isso e os rivais trocaram ataques perigosos, mas não os terminaram com eficiência.
Renato tornou a mexer depois dos 30 minutos. Paulo Baya e Riquelme foram as cartadas nas vagas de Kevin Serna e Hércules. De fôlego renovado, o time voltou a ser mais combativo na frente. Trocou passes novamente dentro da intermediária cruzmaltina. Ganso passou a tocar na bola com frequência e rolou para Guga acertar um lindo chute no ângulo de Léo Jardim aos 41'.
Renato colocou Ignácio para preencher ainda mais a área e rechaçar a pressão vascaína que viria em busca do empate. O Fluminense segurou o resultado sem tantas dificuldades e pode terminar a rodada novamente no G-6 do Brasileirão. Já o Vasco segue na ''segunda página'' da tabela, posição compatível com a qualidade de seu elenco.