O Gigante da Colina passa muito longe de ser um time consistente, mas na noite deste domingo, em São Januário, as oscilações ultrapassaram um pouco o limite do aceitável. A começar pela 1ª etapa. A diferença de nível entre a metade inicial e os últimos 20 minutos foram gritantes. No 2º tempo, tinha um homem a mais e vencia até os 49', mas cedeu o empate em uma bobeira inacreditável.
Não há como subir na tabela de classificação e fazer um restante de campeonato minimamente tranquilo sem equilíbrio e alguma regularidade. Foi o sexto jogo sob o comando de Fernando Diniz pelo Brasileirão dentro de São Januário, e o time só venceu uma vez em seu estádio no período. O Vozão foi valente! Não fez um bom 2º tempo, mas acreditou na irregularidade adversária e foi premiado.
Fernando Diniz não teve Hugo Moura. Optou pela entrada de Robert Renan e a formação da zaga com dois canhotos. Mateus Carvalho foi confirmado como substituto de Tchê Tchê no meio-campo. Já Léo Condé escalou Paulo Baya pela primeira vez como titular. Galeano foi o outro ponta. No meio, Lourenço voltou na vaga que foi de Mugni contra o Ceará. Matheus Bahia também retornou ao time.
Assim como em vários jogos desta temporada, o torcedor vascaíno passou por uma gangorra de sensações ao longo da 1ª etapa. Viu o time começar bem, abrir o placar e se impor diante do Ceará. Mas cometer muitos erros na sequência, perder o controle das ações e ceder o empate. Queda muito brusca depois dos 25 minutos iniciais.
O lado esquerdo foi mais uma vez o mais utilizado pelo Cruzmaltino. Reunindo peças no setor, incluindo Rayan, que seguidamente atravessava o campo para se aproximar de Coutinho, Nuno Moreira e companhia, a equipe da casa iludiu a marcação cearense em algumas jogadas. Philippe Coutinho marcou em bela cobrança de falta, logo aos 11 minutos, mas outros gols quase saíram.
O próprio camisa 10 chegou acertar a trave em cruzamento de Nuno Moreira. Na sequência, em novo levantamento do português, Puma Rodriguez quase completou a escorada de Vegetti na pequena área. O Ceará tinha dificuldades de igualar o número de jogadores do Vasco no setor direito de sua defesa, além de encontrar o tempo correto de combate.
A situação começou a mudar depois do erro de passe de Mateus Carvalho em uma rara saída de bola pressionada pelos visitantes. Paulo Baya construiu a jogada que terminou no gol de empate marcado por Galeano. Na sequência, em novos movimentos de subida de marcação e em pressões pós-perda, o Vozão forçou outros erros dos cariocas e o ambiente em São Januário se alterou completamente.
O Gigante da Colina foi perdendo a energia e a confiança do princípio da partida. O tempo de posse de bola do Ceará no campo de ataque cresceu, e a torcida ficou impaciente. Pediu em coro, inclusive, a substituição de Mateus Carvalho, que ao lado de Cauan Barros apresentava dificuldades de oferecer o que o Vasco precisa para dominar o adversário.
Léo Jardim impediu a virada nordestina ao defender duas boas finalizações de Pedro Raul e Dieguinho. Dois dos pilares da reação visitante. O centroavante lutou bastante em duelos físicos contra os zagueiros e venceu alguns. O meio-campista entregou a dinâmica ideal para que a bola circulasse com mais qualidade perto da área. Lourenço foi outra peça fundamental neste sentido.
O Vasco só voltou a incomodar a defesa do Ceará nos acréscimos. Ficou cerca de 25 minutos sem produzir nada. Fernando Diniz fez uma troca bem ousada no intervalo. Mateus Carvalho deu lugar a Andrés Gómez. Nuno Moreira trabalhou basicamente como o segundo homem de meio-campo no início do 2º tempo.
A troca foi suficiente para o Cruzmaltino subir de produção. Variou mais o lado da jogada. Deixou de concentrar todos os avanços pela esquerda. Robert Renan, muito bem na distribuição dos passes, endereçou mais bolas a Paulo Henrique, que levou vantagens sobre Paulo Baya e Matheus Bahia. Vegetti quase marcou em jogada do lateral-direito. Bruno Ferreira fez ótima defesa.
Léo Condé trocou Lourenço por Rodriguinho. Diniz promoveu a estreia de Cuesta na vaga do amarelado Lucas Freitas. Passou a ter um zagueiro destro pela direita e um canhoto pela esquerda. A esta altura o Ceará já havia conseguido reduzir novamente a capacidade de produzir do Vasco. Aos 26 minutos, no entanto, Rodriguinho ''solou'' o tornozelo de Cauan Barros e foi expulso diretamente.
Richardson e Paulo Baya foram substituídos por Fernando Sobral e Fernandinho logo depois. David também foi um acréscimo ao Vasco. Cauan Barros saiu. A equipe da casa não teve volantes a partir dos 33 minutos. A ousadia foi premiada imediatamente. Andrés Gómez pegou um rebote de falta e fez ótima jogada pela direita. Carlos Cuesta completou o cruzamento rasteiro e botou o Vasco na frente.
O time da casa ainda poderia ter marcado o terceiro em outras intervenções positivas de Andrés Gómez, mas não confirmou a vitória. Léo Condé botou Pedro Henrique e Vina em campo como últimas cartadas. Lucas Oliveira e Paulinho foram as respostas de Diniz para tentar reequilibrar um time bastante ofensivo àquela altura.
Paulo Henrique errou ao tentar proteger uma bola dentro da área, foi desarmado por Fernandinho, e Pedro Henrique deu números finais ao jogo nos acréscimos. Decepção gigante em São Januário! O Vasco ainda não venceu duas vezes seguidas na competição e segue a um ponto da zona de rebaixamento.