Com exceção do período entre os 20 e os 35 minutos do primeiro tempo, o Vasco fez um jogo muito pobre no Maracanã contra o Fluminense e mereceu levar a virada por 2 a 1, neste sábado, pela 10ª rodada do Brasileirão. No intervalo de 15 minutos citado acima, a equipe de Fernando Diniz criou as três chances que teve no jogo, todas protagonizadas por Rayan. Mas apenas três oportunidades e 15 minutos de futebol são muito pouco para um time apresentar contra um rival.
No fim das contas, o Vasco repetiu sinas que vem acumulando nos últimos anos em clássicos e roteiros de outras partidas deste Brasileirão. Mais uma derrota para um rival em 2025, mais uma derrota longe de São Januário e mais um gol sofrido no fim do segundo tempo.
Nos primeiros minutos da partida, o Vasco já mostrava que a noite seria longa. Erros básicos de passes e domínios, especialmente de Paulo Henrique e Hugo Moura, irritaram Diniz e a torcida vascaína, que lotou o estádio e estava em maioria no Maracanã, mesmo com mando de campo do Fluminense.
O Fluminense levou perigo em chutes de fora da área no início do primeiro tempo. Serna parou em Léo Jardim, e Hércules perdeu grande chance, ao finalizar livre na entrada da área. O Vasco não criava nada no início do jogo. Hugo Moura comprometia a saída em erros de passes, enquanto Mateus Carvalho quase não tocava na bola. O time sentia falta de Tchê Tchê na saída de bola e de um articulador como Coutinho no campo de ataque.
O bom momento do Vasco na partida começa aos 20 minutos, quando Nuno Moreira cai por dentro e faz jogada com Tchê Tchê, acionando Paulo Henrique livre para cruzar na área, mas o lateral termina a jogada muito mal.
Quando Rayan entrou de fato no jogo, a história mudou. E em três jogadas do atacante poderia ter liquidado a partida. Aos 27, ele deixou Freytes na saudade e sofreu falta. Piton, em boa jogada ensaida, cruzou para João Victor abrir o placar. Quatro minutos depois, Rayan desarmou Freytes, arrancou e finalizou mal, em cima de Fábio, com a perna direita. Aos 34, o atacante acertou uma bomba no travessão, em mais uma jogada ensaiada de bola parada. Depois disso, o Vasco não criou mais.
O empate no gol contra de Vegetti começa em uma jogada que ninguém consegue parar Arias, que cruza para Guga lançar a bola na área para Lima, e o argentino, com azar, joga para dentro da própria rede. Na volta do intervalo, o Fluminense amassou o Vasco, que não conseguia sair jogando. A atmosfera do jogo havia virado completamente para o lado do tricolor carioca.
Depois das entradas de Adson e Lucas Freitas, o Vasco esboçou alguns minutos de controle de bola, mas novamente durou muito pouco. O Fluminense voltou a mandar na partida, pressionando a saída de bola do time de Diniz e rondando a área vascaína. Sem escape e opções no banco de reservas, a equipe não ameaçava o gol de Fábio. O golaço de Guga deu números finais à partida, com uma vitória justa do time que por mais tempo demonstrou vontade em vencer o jogo.
O Vasco sentiu muito as péssimas partidas de Paulo Henrique e Hugo Moura, sofreu com a ausência de um meia articulador, como Coutinho e Payet são — em tese — e viu o azar de ter um gol contra de seu centroavante, que fez mais um jogo pobre com a bola nos pés, e o azar da bomba de Rayan ter explodido no travessão, enquanto a de Guga morreu no fundo das redes.
Ao Vasco, restou somar mais uma partida a números que incomodam demais o torcedor vascaíno, que lotou o setor Norte do Maracanã e saiu do estádio muito decepcionado com o que foi apresentado.
De 2020 para cá, o Vasco só venceu o Fluminense duas vezes em 14 partidas. Em 2025, o Vasco só venceu um clássico de sete que disputou. Na atual temporada, não venceu nenhum time de Série A fora de São Januário.
A três jogos da pausa para a Copa do Mundo de Clubes, o Vasco precisa de um toque de realidade: o time precisará treinar muito e ter reforços à altura do clube caso queira fazer um ano decente.