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Análise: Vasco vive filme de terror após pausa de 30 dias

A conta é simples: o cruz-maltino tem que devolver uma diferença de quatro gols em São Januário, no jogo da volta, na terça-feira, para, pelo menos, levar a decisão da vaga nas oitavas de final para os pênaltis.

A expulsão precoce de Piton veio na tentativa de parar um contra-ataque com falta, na qual o lateral acabou solando Guagua. Ele chegou a receber cartão amarelo, mas o árbitro peruano Kevin Ortega foi chamado pelo VAR e mudou a decisão para vermelho. A expulsão condicionou a partida, mas a atuação do time e as opções de Diniz contribuíram para a derrota elástica.

Com um a menos, o Vasco tentou se fechar para minimizar o prejuízo. O jovem atacante GB, que ganhou chance numa ousada formação com dois pontas e dois atacantes pensada pelo técnico na ausência de Philippe Coutinho, deu lugar a Victor Luis para a recomposição da defesa.

Antes do jogo virar um ataque contra defesa, o cruz-maltino assustou com três chutes de Rayan: um com bola rolando, ainda com onze do lado do Vasco, e outros dois em cobranças de falta, já com um a menos. Mas foi só. A partir da metade do primeiro tempo, o Del Valle explorou sem pudor a bola aérea, um dos pontos fracos do time vascaíno, especialmente na altitude de mais de 2.800 metros de Quito.

O cruz-maltino ia se segurando, apesar de sofrer. Spinelli acertou o travessão e Léo Jardim fez uma defesa milagrosa após cabeceio de Ibarra desviado em Lucas Freitas. O time resistiu até os acréscimos do 1º tempo, mas viu a boa equipe equatoriana abrir 1 a 0 com Carabajal, no rebote de cabeceio de Guagua numa bola aérea.

— O plano era marcar alto, como a gente estava marcando. Tivemos que baixar as linhas. A gente quase consegue virar (para o intervalo) 0 a 0, estávamos sofrendo muitos cruzamentos. No segundo tempo, tentamos deixar a área mais alta. Acabou que não funcionou e tomamos os outros gols. Agora é pensar no jogo do Brasil, temos condições de fazer o placar lá também — analisou Diniz em entrevista coletiva após a partida.

Segundo tempo assustador

O segundo tempo de completa desorganização tática e aparente falta de confiança visto no clássico do último sábado não foi caso isolado. Apesar das condições adversas, erros básicos do Vasco tornaram a derrota em Quito ainda mais impetuosa.

Vasco foi goleado pelo Del Valle em Quito — Foto: X/Independiente del Valle

Diniz tentou encorpar a defesa com mais um zagueiro, Mauricio Lemos, no lugar de Nuno Moreira. Mesmo com mais homens na área, a equipe seguiu dando espaços. Spinelli dominou sozinho dentro dela e a bola sobrou para Mercado acertar belo chute. Logo depois, o mesmo Spinelli aumentou a contagem, se antecipando a Lemos em cruzamento da esquerda.

O atropelamento, sem qualquer reação do Vasco, seguiu com mais um de Mercado. Spinelli ainda viu o que seria seu segundo gol ser anulado por um impedimento milimétrico. E ainda houve tempo de Léo Jardim defender cobrança de pênalti de Cazares nos acréscimos. Ficou barato.

No mesmo dia em que sofreu um transfer ban por dívidas na compra do volante Sforza junto ao Newell’s Old Boys — que o clube espera reverter — , o Vasco volta a ser exposto à realidade de que faltam opções no elenco para competir dentro e fora do futebol brasileiro. São seis gols sofridos em dois jogos, mais um vexame na Sul-Americana na conta e um trabalho de Fernando Diniz que parece ter involuído na parada para a Copa do Mundo de Clubes.

— Não tem caça às bruxas. O Vasco tem suas limitações financeiras. Quando eu vim para cá, sabia disso. Existe um planejamento, mas para contratar é difícil. Não adianta, a gente não tem o dinheiro para contratar. Eu gostaria de trazer jogadores para cá que não temos condições financeiras. A gente conseguiu trazer o Thiago Mendes, mas precisa trazer poucos jogadores e que a gente acredita que possam dar certo. Eles (diretoria) estão se movimentando. De fato, ainda não conseguiram entregar mais nomes, mas está todo mundo se mexendo — alegou o treinador.

Os primeiros dez minutos da derrota do Vasco para o Independiente del Valle, pelos playoffs de repescagem da Copa Sul-Americana deram ao torcedor cruz-maltino um otimismo de que o gosto amargo da derrota no clássico para o Botafogo poderia ficar para trás. Ledo engano. A noite foi, mais uma vez, de terror. A expulsão de Lucas Piton aos 11 minutos fez o cruz-maltino desmoronar. Com um a menos por quase 80 minutos, o time de Fernando Diniz não resistiu ao ímpeto equatoriano no Estádio Olímpico de Atahualpa, acabou goleado por 4 a 0 e precisa de um milagre para seguir na competição.

Fonte: Agência O Globo
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