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Ao Gigante, o Maior!

Um pomposo encontro marcado entre o Vasco e o Maracanã hoje, às 21h, tem tudo para trazer as mais alegres memórias para torcedores e personagens da História do clube.

Tudo porque o título da Série B, que causou tanto sofrimento, enfim está em jogo, contra o América-RN. E de glórias no Maior do Mundo, o não menos Gigante – e o grupo atual – entendem bem.

O estádio Jornalista Mário Filho, construído para ser o principal da Copa do Mundo de 1950, viu o time vascaíno erguer a primeira taça de sua existência, o Carioca do mesmo ano, curiosamente também diante de um América, só que o local. Em seguida, foram três títulos brasileiros, centenas de gols de Roberto Dinamite e épicas decisões, recheadas de emoção.

Na Colina, quando o momento “recordar é viver” veio à tona, Dorival Júnior foi o primeiro a se animar.

Para quem não sabe, o treinador cruzmaltino se recorda do estádio com carinho, pois foi lá que enfrentou o primeiro grande na carreira.

– Minha estreia em um jogão mesmo foi no Maracanã, pelo Brasileiro de 1983, pela Ferroviária (SP), contra o Botafogo. Não me esqueço da partida, e desde lá tenho uma ligação grande com o estádio. Acompanhei jogos pelas Eliminatórias de Copa do Mundo, várias decisões de Campeonato Brasileiro... – enumerou Dorival, que, inclusive, mostrou-se um ferrenho defensor de que o jogo decisivo fosse mesmo disputado no palco. Algo que se tornou essência de suas palestras tempos atrás: – A possibilidade de termos essa decisão do modo como vai ser foi motivo de preleções. Incentivei os jogadores a isso, para que não deixassem o título para trás, depois do acesso.

Apesar de ser natural do Rio, Carlos Alberto ainda corre atrás de boas histórias para contar sobre o estádio.

Já que foi para o futebol europeu cedo, tem tudo para “estrear” nesta noite.

– Nunca tive a chance de ser campeão no Maracanã. Uma vez até encontrei o Romário, que disse que eu era um homem de sorte por ter conquistado a Liga dos Campeões e o Mundial. Mas agora ficará completo.

Será um orgulho. Quero comemorar com o Maracanã lotado – afirmou, sem esconder a ansiedade do grupo com o encontro mais especial do ano.

Boa média

4 finais de Campeonato Brasileiro o Vasco já fez no Maracanã. Foram três títulos (sobre Cruzeiro, Palmeiras e São Caetano) e um vice-campeonato (contra o Fluminense, em 1984).

Baixinho

1 gol fez Romário no jogo do título do Brasileiro de 2000, no Maracanã, na vitória por 3 a 1 sobre o São Caetano. Juninho Pernambucano e Jorginho Paulista fizeram os outros gols. Adãozinho descontou.

\"Éramos tecnicamente inferiores ao Cruzeiro\"
Dinamite, artilheiro do Vasco em 1974

Aquela conquista foi marcada pela união e pela determinação do time do Vasco. Nós sabíamos que éramos tecnicamente inferiores ao Cruzeiro. No entanto, usamos a alma e o coração para alcançar o título brasileiro e dar uma enorme alegria a todos os vascaínos que lotaram o Maracanã na decisão.

Eu não me sentia a estrela da companhia. Era apenas mais um.

Foi meu primeiro ano como titular do time profissional. É claro que tive a minha importância, até porque fui artilheiro do Vasco e da competição com 16 gols. Mas o grupo foi humilde, todo mundo se ajudou. Por isso que saímos de campo campeões.

Para mim, em particular, foi uma conquista muito importante. Foi o primeiro grande título da História do Vasco. Dali para a frente, o clube conquistou outros tantos campeonatos de expressão. É um orgulho muito grande ter participado daquele momento da História do clube.

\"Foi emocionante ver o Maracanã tomado\"
Pedrinho, apoiador campeão em 1997

Era uma finalmuito difícil para nós. Nada foi definido no primeiro jogo e a possibilidade de o Palmeiras vencer era grande. No entanto, sabíamos da nossa capacidade por tudo que fizemos no campeonato. E quando chegamos ao Maracanã e vimos o estádio tomado foi emocionante. Ali tivemos a certeza de que seríamos campeões.

Quanto ao Edmundo, na realidade, quando ele foi suspenso, nós todos sabíamos que ele teria chance de jogar. E foi merecido porque ele era o grande destaque do time e nos ajudou em muitas partidas. Quando tivemos a conformação de que ele jogaria, ganhamos em tranquilidade.

Esse título marcou pois foi o meu primeiro de expressão. Além disso, tinha companheiros como Carlos Germano, Edmundo e Evair. Sem contar no Felipe, com quem joguei desde a infância. Foram várias emoções naquele dia.

\"Nosso time já estava acostumado a decidir\"
Mauro Galvão, zagueiro campeão em 2000

O Brasileiro de 2000 fez a geração vitoriosa do Vasco ter de se adaptar às mudanças. O time já não era o mesmo e houve uma troca de treinador no meio do percurso (saiu Oswaldo de Oliveira e entrou Joel Santana). O mérito foi trazer grandes craques, como Romário e Juninho Paulista. Apesar de tudo, demonstramos força na hora das decisões. Entre todos, éramos os mais acostumados a isso, pois desde 1997 ganhávamos títulos.

A respeito do Maracanã, é um ótimo lugar para se jogar. Foimelhor enfrentar o São Caetano num estádio com aquela imponência. E o Vasco tem costume disso, não foge. Para um artista, o Maracanã é como o maior dos teatros, é a consagração, a prova de fogo. Se não for bem lá, vai faltar algo. A ideia de transferir o local foi boa, já que o estádio resgatou o sentimento da massa, com recordes. Gostaria de participar desse momento do clube, embora não estejam precisando de mim, né?

Fonte: Lance