Desde que assumiu o comando do Vasco da Gama, em janeiro de 2024, Pedrinho enfrenta uma crescente onda de ameaças, protestos e intimidações. O cenário, que começou nas redes sociais, evoluiu para um plano de sequestro contra o presidente, descoberto através de uma denúncia anônima e divulgado pela Polícia Civil nesta terça-feira (5).
As críticas contra o presidente se intensificaram após a eliminação do Vasco na semifinal da Copa do Brasil, em outubro de 2024, somadas à insatisfação dos torcedores com a demora nas negociações para a venda da SAF e com as contratações realizadas na janela de transferências do meio do ano.
Desde então, a insatisfação do torcedor Cruzmaltino com a atual gestão vem em uma crescente. No Campeonato Brasileiro, o Vasco é o primeiro time da zona de rebaixamento, com 15 pontos em 16 jogos. Destes, o time carioca venceu quatro confrontos, empatou três e perdeu nove.
Pela Sul-Americana, o Vasco perdeu para o Independiente del Valle fora de casa e empatou no jogo de volta, em São Januário, sendo eliminado do torneio. A última vitória do elenco Cruzmaltino foi contra o São Paulo, por 3 a 1, fora de casa, antes da pausa para o Mundial.
Em novembro de 2024, o presidente relatou ter recebido ameaças explícitas por WhatsApp. Uma das mensagens, citada por ele durante coletiva, sugeria que torcedores invadissem o centro de treinamento e “metessem uma faca em seu pescoço”. Como resposta, Pedrinho limitou comentários no Instagram e bloqueou usuários.
Em fevereiro de 2025, após uma derrota para o Flamengo, torcedores do Vasco organizaram um protesto na saída do Maracanã. Nas arquibancadas, gritos ofensivos como “Ei, Pedrinho, vai tomar no c**!”, evidenciaram a insatisfação da torcida com a atual gestão.
No mês passado, o influenciador e torcedor vascaíno Krav Maroja divulgou o endereço residencial de Pedrinho nas redes sociais e o acusou de ter mandado Marcelo Macedo, dirigente do clube conhecido como Tangerina, o intimidar e agredir após o empate contra o Independiente del Valle, em São Januário.
Durante coletiva no dia 24 de julho, Pedrinho negou qualquer envolvimento nas agressões e criticou Krav por divulgar seu endereço pessoal nas redes sociais.
“Não sabia do episódio nem quem era esse rapaz. Nunca mandei agredir ninguém por críticas. Ele vai ter que provar o que disse. Também só soube ontem que ele pediu linchamento e compartilhou meu endereço”, afirmou Pedrinho.
Três dias após a polêmica, um avião sobrevoou a praia de Copacabana exibindo uma faixa com a mensagem: “Fora Pedrinho, o pior da história”. A ação viralizou nas redes sociais.
Nesta terça-feira (5), a Polícia Civil informou o dirigente sobre o plano de sequestro contra ele. As informações chegaram à Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de Janeiro através de uma denúncia anônima.
De acordo com a corporação, o objetivo dos criminosos era sequestrar o presidente do Vasco nas imediações da sede do clube. Com base nas informações, que ainda estão sendo apuradas, a polícia orientou Pedrinho a reforçar sua segurança pessoal.
O dirigente disse ao ge que confia no trabalho dos policiais e que espera que os culpados sejam punidos. Ele ainda citou as ameaças anteriores sofridas durante sua gestão.
“Depois das ameaças de morte e da divulgação do meu endereço, agora, fui surpreendido com a informação da polícia sobre uma denúncia de tentativa de me sequestrar. As pessoas estão ultrapassando todos os limites. É inaceitável. Confio nas autoridades policiais e tenho certeza que, em breve, os culpados serão punidos”, disse ao ge.
O Vasco da Gama confirmou a denúncia e assegurou que está colaborando com a investigação policial em andamento.
O time comandado por Fernando Diniz volta a campo nesta quinta-feira (7) para disputar o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. No confronto de ida, realizado no Estádio Rei Pelé, fora de casa, o Vasco empatou com o adversário em uma partida sem gols. Agora, decide a classificação em casa, no estádio de São Januário.