Carlo Ancelotti já disse (e repetiu) com todas as letras que a convocação da Data Fifa de março será o maior indicativo de quem serão os convocados para a Copa do Mundo de 2026.
A lista anunciada pelo treinador nesta segunda-feira (3) para os amistosos contra Senegal e Tunísia, em novembro, é prova disso. O italiano segue com as experiências na Seleção, com nomes como Luciano Juba, Fabinho e Vitor Roque como grandes novidades.
Mas ao mesmo tempo em que indica as lacunas abertas na Seleção para a Copa, esta convocação também dá pistas do que Ancelotti pensa sobre o Brasil para o próximo Mundial.
Ancelotti convoca Brasil para amistosos contra seleções africanas
As cinco pistas dadas por Ancelotti na convocação
1. A hierarquia de Danilo e Alex Sandro
Após priorizar jogadores que atuam na Europa na última Data Fifa, disputada na Ásia, Carlo Ancelotti voltou a convocar em peso os atletas do futebol brasileiro.
Entre eles, estão Alex Sandro e Danilo, do Flamengo e com experiência de Copa do Mundo pela Seleção. A dupla chama atenção, portanto, pelo perfil de liderança.
Mas não foi este quesito que os fizeram ser convocados. Especialmente no caso de Danilo, que já foi capitão do Brasil. O treinador entende que o jogador é o único defensor brasileiro que consegue atuar nas quatro funções da defesa.
Alex Sandro, por sua vez, é considerado por Ancelotti um dos melhores jogadores brasileiros da posição.
— Alex Sandro, creio que, quando está bem, demonstrou que joga muito bem. É um lateral de experiência, tem personalidade. Quando está em um bom nível físico, é um dos melhores laterais disponíveis. Danilo é diferente. Vejo como único defensor brasileiro que pode cobrir as quatro posições. Pode jogar de lateral-direito, lateral-esquerdo e nas duas posições de zagueiro. O que eu gosto dele é a experiência e a liderança — disse o treinador.
2. Laterais (muito) indefinidas, mas…
Convocado pela primeira vez para a Seleção por Ancelotti, Luciano Juba é o nono lateral diferente chamado pelo treinador em quatro convocações. Uma prova de que os dois lados do campo são os setores mais abertos para a Copa do Mundo.
Mas a verdade é que o treinador já indicou suas preferências. Durante a entrevista coletiva, ele fez questão de citar o lateral-esquerdo Douglas Santos, que sequer foi convocado, por conta de uma lesão.
Enquanto Alex Sandro parece um nome certo, Caio Henrique voltou a ser convocado, após ter agradado o treinador na última Data Fifa. O mesmo vale para Paulo Henrique, do Vasco, na direita. Wesley parece ser nome garantido. Assim, a briga é com Vanderson pela segunda vaga.
3. Busca-se um substituto para Casemiro
Juba pode até ser a cara nova, mas a grande surpresa da convocação é a presença de Fabinho na lista. O volante ex-Liverpool estava praticamente esquecido pela Seleção no Al-Ittihad, da Arábia Saudita, onde faz a sua terceira temporada.
O retorno do volante ao Brasil tem dois aspectos. O principal deles é que Ancelotti busca um jogador com características semelhantes às de Casemiro para ser alternativa durante a Copa. Além disso, o técnico dá um indício de que pode priorizar atletas mais experientes na lista final.
— Quero encontrar um perfil que possa encaixar nas características de Casemiro. Temos meio-campistas muito bons. Creio que o Fabinho tem essas características, o conhecimento da posição e a experiência. Já jogou em nível muito alto na Europa — explica o treinador.
4. Centroavantes “mapeados” pela comissão técnica
Ancelotti convocou Richarlison pela quarta vez em quatro listas, mesmo que o atacante siga sem marcar pela Seleção durante o ciclo para a Copa do Mundo.
Além dele, o treinador também convocou Vitor Roque, a quem pretende observar pela primeira vez e, Matheus Cunha e João Pedro, dois nomes bem cotados para ir ao Mundial.
A convocação tem uma ideia bem clara e divide os centroavantes por características.
Vitor Roque disputa posição com Matheus Cunha e João Pedro, todos eles, jogadores que, na visão de Ancelotti, saem mais da área e gostam de “jogar com a bola no pé”.
Richarlison, por sua vez, está na disputa com Igor Jesus e Pedro, do Flamengo, como jogadores de referência para a área.
— Estamos avaliando com o estafe técnico o centroavante que tem o perfil diferente dos que estão nessa convocação, por exemplo, um perfil diferente de João Pedro, Matheus Cunha ou Vitor Roque, que gostam de jogar com a bola, não têm o perfil de referência na área. Richarlison tem o perfil de referência na área, Igor Jesus, também. Pedro também tem o perfil. Infelizmente, se lesionou. Podia ser uma boa oportunidade para ele estar aqui hoje. Que ele possa se recuperar bem e estar na convocação. Estamos procurando um atacante central com esse perfil — explica Ancelotti.
5. Vale convocar um craque só por 25 minutos na Copa?
Como é rotina em cada uma de suas quatro convocações até agora, Ancelotti teve de responder sobre a ausência de Neymar — que ainda não foi chamado pelo treinador. O camisa 10 acaba de se recuperar de uma lesão pelo Santos e não conseguiu ter sequência aos olhos do atual comandante da Seleção.
Mas foi uma resposta não direcionada diretamente a Neymar que mais se encaixou nas dúvidas sobre a sua presença ou não na Copa do Mundo de 2026.
A última pergunta da entrevista coletiva foi sobre as chances de Ancelotti convocar um jogador que tenha condições de atuar por apenas 25 minutos para ser o diferencial em uma partida. A resposta foi um golpe nas chances do meia-atacante.
— Posso até chamar um jogador que não esteja com intensidade para o primeiro, ou para o segundo jogo. Mas não vou chamar um jogador que não possa ter intensidade durante toda a Copa. Precisamos de jogadores fisicamente em nível top — disse o treinador.
GOLEIROS
DEFENSORES
MEIO-CAMPISTAS
ATACANTES
Ancelotti já convocou 48 nomes
Até agora, Carlo Ancelotti chamou um total de 48 jogadores diferentes nas quatro convocações que fez no comando da seleção brasileira.
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