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Beto, ex-Vasco: "O futebol salvou a minha vida"

O menino pobre de Cuiabá muitas vezes não teve o que comer. Esteve perto das drogas e do crime. Em casa, viu o exemplo de um primo viciado. Nas ruas, contabilizava amigos indo para o tráfico. Joubert teve uma infância sofrida. Nos momentos delicados, apelou para o futebol, pois só assim largaria a vida bandida.

\"O futebol salvou a minha vida. Graças a Deus. Eu buscava essa oportunidade para sair daquela vida. Fiz muita bobagem quando moleque. Não tinha nada, né... Então tinha que arrumar alguma coisa para me distrair\", disse o meio-campista Beto, 34 anos, ex-Botafogo, Grêmio, Flamengo e Vasco.

O contato com as drogas, conta, foi superficial. Diz nunca ter experimentado maconha nem cocaína. Suas drogas, não esconde, são cerveja e farra. O estilo bad boy lhe rendeu fama de indisciplinado. Mas Beto dá de ombros.

Trocado por 50 pares de chuteiras em 1993, chegou ao Botafogo e dois anos depois era campeão brasileiro pelo clube alvinegro.

\"De onde eu vim, sem nada, sem estrutura, conquistei muita coisa. Joguei no Flamengo, na Seleção, ganhei títulos. Erros cometemos, mas sou um vencedor acima de tudo. Meus excessos foram relacionados à farra na noite\", confessou.

E assim mesmo ele não dava ouvido para críticas. \"Corria mais do que todo mundo no treinamento. Ninguém podia dizer que eu tinha ido para a noite. Tentava, mas não conseguia me livrar dos pagodes\", conta Beto, entre risos.

Tiro
Surgiram os falsos amigos. E logo ele se lembrou das más companhias de infância. Beto conta um traço da criminalidade dos tempos de moleque. Na saída dos bailes, dava tiros contra gangues rivais em constantes conflitos.

\"Era de onda\", minimiza Beto. \"Nem sabia para onde estava atirando. Era coisa de moleque. Mas, Graças a Deus, isso acabou. Se você não tiver a cabeça no lugar, os falsos amigos fazem a carreira ir embora\", lembrou.

Sentindo-se injustiçado no Vasco, seu último clube, Beto está desanimado e não sabe se volta a jogar. Por ora, curte a mulher Marcela e os filhos Pedro Henrique, 5 anos, e Eloísa, um ano e cinco meses. Beto tem ainda Joubert Filho, 11 anos, fruto do primeiro casamento; e Wallace, 22, filho adotivo que mora em Cuiabá.

Djalminha, ídolo de Flamengo, Palmeiras e Deportivo La Coruña, da Espanha, também jogou sem dar bola para a imprensa. A indisciplina, sabia, podia lhe causar danos morais. Mas quem disse que ele ligava?

\"Você tem que se garantir, saber que joga pra caramba\", disse Djalminha.

Vampeta não fica atrás. O ex-volante do Corinthians nunca escondeu a predileção pela farra. Mas com um adendo: segundo ele, só nos dias de folga.

\"Eu sempre me diverti, mas na hora certa. Prova disso é que trabalhei com Felipão, Leão, Luxemburgo e nunca dei problema por chegar bêbado\", destacou.

O volante cita ainda seus amigos no futebol. A lista é de deixar qualquer disciplinador de cabelos brancos: Edmundo, Djalminha, Edílson, Luizão e Renato Gaúcho. Vampeta talvez fosse o mais calminho. E assim mesmo aprontou bastante.

\"Todos gostavam de viver a vida, mas ganharam pra caramba e olha onde estão hoje! O futebol sem essa turma não tem graça\", brincou Vampeta, marcado pela cambalhota em Brasília na festa do penta, em 2002.

A cena foi assistida por Djalminha pela tevê. O meia, à época no La Coruña, deixou de ir à Copa do Mundo da Ásia por conta da cabeçada que deu no técnico Javier Irureta às vésperas da convocação final.

A informação foi confirmada no livro Felipão, a alma do tempo, do jornalista Ruy Carlos Ostermann. O treinador tinha dúvida entre o meia e o jovem Kaká, na época do São Paulo. Ele lamenta não ter o título mundial na carreira, mas não se arrepende.

\"Ele (Javier Irureta) me mandou tomar naquele lugar, o sangue subiu e voltei para tirar satisfação. Logo depois liguei para o Felipão comentando o ocorrido. Não adiantou. Ele deve ter pensado: já que não estou levando o Romário por causa de indisciplina, então não vou levar esse também\", conta Djalminha, sem mostrar arrependimento.

\"O futebol me deu tanta coisa que nem posso reclamar de não ter ido à Copa\", acrescentou. Em 93, Djalminha foi mandado embora do Flamengo após briga com Renato Gaúcho em um clássico Fla-Flu.

\"Ele, vaidoso, falou que ia me dar porrada e nós nos atracamos. Foram só essas duas polêmicas\", encerrou.

Fonte: JB Online
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