Entre todos os profissionais que hoje habitam a Colina, é difícil haver exemplo maior de responsabilidade e compromisso do que o de Carlos Alberto com o projeto Vasco-2009. Contratado \"em cima da hora\" para ser a estrela da companhia e, do alto de seus bem vividos 24 anos, comandar a equipe em campo, o meia-atacante não fugiu da raia. E, como só os craques o fazem, tornou-se ídolo da torcida com muita facilidade, do mesmo modo como passa pelos adversários.
Cria do Fluminense, com ótima passagem - abreviada, é verdade - pelo Botafogo e conquistador nato de títulos até mesmo fora do Brasil, o capitão, como também é chamado, tinha tudo para usar o Vasco, mesmo que involuntariamente, como um trampolim para voltar a brilhar no exterior. Mas não. Se os cruzmaltinos acharam que eram da boca para fora as frases de efeito ao dizer que queria ficar, no dia 6 de julho, ao ver anunciada sua renovação de contrato após semanas de negociação, Carlos Alberto provou que era o cara.
Parecia não exisitir petrodólares de qualquer parte do Oriente que o movesse de São Januário. Cobrador de pênaltis, líder dentro e longe das quatro linhas, deixou a fama de bad boy no passado e, com sua postura, teve êxito na missão de conquistar a total confiança de Dorival Júnior. Da torcida, recebeu a honra de vestir a camisa 111 no inesquecível jogo contra o Ipatinga, em referência à idade completada pelo clube.
O time, ao longo do ano, passou a andar com as próprias pernas e não depender mais dele. Entretanto, o toque de qualidade ao setor de ataque nunca foi o mesmo sem sua presença. A não ser por conta do arisco Alex Teixeira, a quem apadrinhou. O número 19, que o acompanha desde a vitória e o gol na final da Liga dos Campeões de 2004, pelo Porto (POR), já tem dono em 2010, ao menos na campanha do Campeonato Carioca.
A partir daí, se ele quiser dar mais uma nova forcinha para estender o vínculo, a torcida vai poder seguir a gritar: \"Ôôô, Carlos Alberto!\"
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