Os goleiros já se destacam dos demais jogadores quando entram em campo, vestidos com uniformes diferentes. Mas as particularidades dos arqueiros do clássico deste domingo entre Vasco e Botafogo vão muito mais além. Irreverentes, inquietos, catimbeiros, malucos e espalhafatosos, Roberto e Castillo são atrações à parte para os torcedores em treinos e jogos.
Roberto já chegou até a ser repreeendido por exagerar nas comemorações. Durante os jogos, ele bate no peito, beija o escudo, grita e dá até uma de maestro da torcida. De uma coisa nenhum vascaíno pode reclamar: ele veste a camisa.
– Não é questão de ser showman. Cheguei no Vasco sem empresário, sem nada e sempre fui isso aí. É algo meu mesmo – disse Roberto, que trouxe para o futebol o comportamento que aprendeu em outro esporte:
– Sempre gostei de jogar vôlei, que é aquela vibração, aquela loucura. Tive de optar entre o vôlei e o futebol e acabei mantendo a vibração. Serve para deixar a galera ligada ali atrás.
Já Castillo trouxe, do Uruguai, a valentia e a catimba típicas dos vizinhos. Além disto, dá um show de brincadeiras e gozações durante os treinos. Ele mesmo admite que vê semelhanças com o rival.
- Sei que Roberto é um tanto maluco como eu, temos personalidades fortes, mas não sou muito de ficar estimulando a torcida batendo no peito – disse o uruguaio.
A torcida alvinegra conheceu o temperamento do goleiro na final da Taça Guanabara. Antes do jogo, sem cerimônia, disse que poderia reviver um Maracanazzo. Na partida, esbanjou personalidade ao não deixar o rubro-negro Souza pegar a bola nas redes após um gol de pênalti.
– Sou assim mesmo. E se acontecesse isto outra vez, agiria da mesma forma – garantiu o goleiro alvinegro.