Depois da classificação na Copa do Brasil, houve a expectativa de que o Vasco poderia dar uma resposta no Brasileirão. A equipe comandada por Fernando Diniz, no entanto, desperdiçou a chance de sair da zona de rebaixamento na 19ª rodada do Campeonato Brasileiro ao empatar com o Atlético-MG em São Januário, resultado que manteve o time entre os quatro últimos pela segunda rodada consecutiva.
A diretoria do Vasco planejava um ano com briga pelo G-8 no Brasileirão e título da Sul-Americana. No entanto, em agosto, a realidade se impôs, e o clube luta contra o rebaixamento depois de vexames na competição internacional. Veja os motivos que explicam a crise vascaína em 2025.
Priorizar a Sul-Americana em relação ao Campeonato Brasileiro foi o primeiro erro da gestão do Vasco no ano. O clube acreditou que tinha condições de disputar o título da competição internacional, ao avaliá-la como o torneio mais acessível da temporada. A equipe caiu antes das oitavas de final e colecionou vexames, como as goleadas sofridas para Puerto Cabello e Independiente Del Valle.
Além disso, houve um erro de avaliação do elenco. Em mais de uma oportunidade, o presidente Pedrinho afirmou que o grupo de jogadores do Vasco estava entre os oito melhores do Brasil. O plantel se mostrou curto e com carências sérias ao longo da temporada. Atualmente, a direção busca um zagueiro e um atacante de lado para o time titular, problemas que já existiam no início do ano, mas não foram corrigidos.
O técnico Fábio Carille, por exemplo, foi demitido após a sexta rodada do Brasileirão, com o clube na 11ª posição, com sete pontos — um aproveitamento de 38%. Entendia-se que a equipe deveria estar rendendo mais. Depois, o Vasco conquistou apenas nove pontos em 11 jogos — um aproveitamento de 27%.
E, dentro dessa necessidade, a falta de reforços se faz ainda mais presente. Enquanto times da parte inferior da tabela atacaram o mercado no meio da temporada, o Vasco só contratou um reforço até o momento: trata-se de Thiago Mendes, volante que estava livre no mercado. O clube sofre com a falta de recursos para fazer movimentações na janela de transferências.
O Vasco investiu em jogadores como Garré, Loide e Jean David para o ataque, mas os reforços não renderam nem perto do esperado até aqui. Somente com os três atacantes, o Vasco gastou mais de R$ 32 milhões, valor que deveria ter sido mais bem investido.
Um dos principais problemas do elenco, a defesa chama a atenção pela vulnerabilidade. Desde que Fernando Diniz chegou, a equipe sofreu 23 gols em 19 partidas. O Vasco tem a quinta pior defesa do Brasileirão, com 24 gols sofridos em 17 rodadas. João Victor, Mauricio Lemos e Lucas Freitas têm se alternado no time titular.
Mesmo com os números ruins, a diretoria não pensava na contratação de um zagueiro até depois da pausa para a Copa de Clubes. Depois dos péssimos resultados na volta das competições, a posição se tornou uma prioridade. Carlos Cuesta surge como o plano A neste momento.
Mesmo com os problemas no elenco, o Vasco poderia estar fazendo mais com o que tem à disposição. A equipe criou oportunidades para vencer Internacional, Grêmio, Bragantino e Atlético-MG, por exemplo, mas somou apenas dois pontos destes nove disputados com Diniz no Brasileirão.
Além da falta de eficiência para vencer as partidas, o Vasco também tem sofrido com a queda de rendimento de alguns de seus titulares absolutos. Coutinho se lesionou e foi desfalque em quatro jogos da equipe. Depois que voltou, não teve boas atuações contra CSA e Mirassol. Foi bem contra o Atlético-MG, mas não decidiu a partida quando teve a chance. Jogadores como Vegetti e Nuno Moreira também não estão apresentando atuações convincentes.
Na defesa, João Victor têm rendido abaixo da média de atuações do ano passado, por exemplo, apesar de ter feito um bom jogo contra o Atlético-MG. Lucas Piton e Freitas oscilam, enquanto Lemos definitivamente não vingou.
A lesão de Adson também atrapalhou os planos da comissão técnica e da direção, que contavam com o atacante para a segunda metade de 2025. Paulinho e Jair, que retornaram do departamento médico no início do ano, não voltaram bem.