Coelho fala de contratos, demissão de funcionários e detalhes da posse

O presidente do MUV (Movimento Unido Vascaíno), José Henrique Coelho, assessor especial da presidência na gestão de Roberto Dinamite, que tomará posse nesta terça-feira, fala sobre o maior ídolo da história do Vasco.

"Hoje realmente é um dia histórico para a própria história centenária do nosso clube, que esse ano vai completar 110 dias. O Vasco mais uma vez apresenta uma situação no futebol brasileiro, dessa vez através da direção e presidência do Roberto Dinamite, uma figura vascaína 100%, de representação nacional do nosso clube, e que assumiu essa empreitada de dar ao Vasco um rumo vitorioso. Passamos por dificuldades nesses últimos oito anos, principalmente na parte administrativa e financeira. Vai ser a meta nossa importante reverter isso, para poder dar ao futebol as condições de voltarmos a ter times campeões, troféus e alegria da torcida. Essa é a nossa principal intenção, meta. O trabalho vai estar focado nisso", disse ao jornalista Wellington Campos, no programa "Bandeirantes Rio no Futebol", da Rádio Bandeirantes.

POSSÍVEL PRESENÇA DE LULA NA POSSE

"Quanto à visita dos vascaínos ilustres, seguramente o governador [Sérgio Cabral Filho] já confirmou a presença dele, inclusive dos filhos. O pai do governador, que é o nosso jornalista Sérgio Cabral, membro da chapa, também estará presente. Esperamos, e será uma grande satisfação para todos, termos também a passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque ele, por iniciativa própria, sempre citou que no Rio de Janeiro o coração dele é vascaíno. Parece que ele tem um compromisso hoje de Mercosul e tentaria fazer o seu trajeto passando pela nossa Sede Náutica da Lagoa. Vamos ficar muito honrados. O Vasco também tem uma tradição de receber vários presidentes da república - Getúlio Vargas, [Juscelino] Kubitschek, e agora teríamos a presença do nosso atual presidente".

REALIDADE

"A situação é um pouco mais complexa do que seria o ideal, em razão do forte embate eleitoral que veio acontecendo no nosso clube desde 2006, com todos aqueles assuntos que já são de conhecimento geral dos vascaínos e da imprensa esportiva como um topo. As decisões judicias finalizaram de maneira rápida. A eleição terminou no sábado, já na madrugada, e hoje estamos tomando posse. Até a dificuldade de fazer os convites foi enorme, porque nem a gráfica teve condições de dar vencimento a isso. Na questão da realidade do clube, o MUV, sob a minha direção e de todos os companheiros que trabalharam comigo nessa empreitada, vinha fazendo essa radiografia passo-a-passo, que nunca é a exata realidade, porque tem coisas que o clube sabe e não foram parar na Justiça, ainda não vieram reclamações públicas em relação a ações judiciais. A parte do que temos levantamento realizado, e que é muito grave, já nos deixa preparados para soluções importante, porque a avaliação das dívidas do Vasco alcança valores superiores a R$ 260 milhões. Para qualquer empresa de grande parte, são números muito sérios".

DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS

"A transição vai se dar a partir de amanhã, quando vamos estar tomando posse dos cargos, cada vice-presidente escolhido pelo Roberto, para então ter uma conversa amistosa com os funcionários. Aproveito para sinalizar para todo o quadro funcional do Vasco - o que temos tentado fazer, o Roberto e todos os nossos companheiros - que todas empresas - o Vasco a gente entende como é uma empresa de grande porte - precisam do seu quadro funcional. Precisamos do carinho que eles sempre dedicaram ao clube no passado. Pretendemos que eles continuem assim. Eles têm a história do clube e sabem como é o sentimento dos vascaínos dentro da nossa casa. A atenção que vamos dar ao quadro funcional é enorme e total. Não existe nenhuma predisposição de caça às bruxas, perseguição. Esse tipo de coisa não existe".

"Houve um duro embate político. O presidente, outrora interino, era uma pessoa de personalidade forte, que também tinha a sua forma de ser. Nós também entendemos que tínhamos o direito de nos colocar. Houve um forte embate. Acho que, por um lado, houve um amadurecimento para toda a torcida. O engraçado é que hoje o torcedor vascaíno não só aprendeu a entender de direito, como também de contabilidade. O vascaíno hoje tem conhecimentos alargados em relação à média das outras torcidas".

HONRAR CONTRATOS

"Todos os contratos feitos dentro da legalidade, e defendemos isso durante os cinco anos em que fizemos oposição à atual administração, não vamos mudar o discurso. Posso garantir isso. O discurso vai se manter fiel. Contrato feito pelo Vasco é do clube, não é administração. Ele é feito por uma administração, mas dentro do clube. Se ele está aferido na legalidade, tem que ser honrado, até porque não teria sentido o contrário. Espero que não haja nenhum contrato feito fora da legalidade. Seguramente, se isso aconteceu, foi por ambas as partes - da parte do contratado e do contratante. Aí já é de prévio conhecimento que a pessoa fez alguma coisa com algum caminho transverso. Espero que isso não aconteça, para que não haja nenhum tipo de aborrecimento extra, porque as preocupações de qualquer dirigente de futebol... O Roberto, que foi o Rei dos nossos gramados, o maior artilheiro de Brasileiro e ídolo do clube, mais vezes vestiu a nossa camisa, é uma pessoa que tem essa concepção de Vasco na alma. Ele mesmo discursa nisso. O que a gente quer fazer é honrar o nome do nosso clube e levá-lo esportivamente a retomar as conquistar, porque nosso passado ele já foi glorioso. Desde o seu nascimento, foi o primeiro clube que subiu de divisão e foi campeão, o único que tem apelido até hoje. Não conheço de nenhuma outra equipe. Um apelido tão forte, como o Expresso da Vitória. Já se passaram mais de 50 anos. Tivemos esses títulos recentes, de 97, 98 e 2000. Todas essas glórias conseguidas ao longo dos 110 anos têm que ser respeitadas e vangloriadas".