Mercado

Como o tarifaço de Trump pode impactar no mercado esportivo

As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passam a valer nesta quarta-feira. Ao todo, 69 países serão afetados pelas taxas. O Brasil terá os seus produtos exportados aos EUA taxados em 50%, a maior alíquota do "tarifaço". Afinal, a medida afeta o futebol e o mercado esportivo? O ge explica.

De acordo com a Casa Branca, a medida do governo dos Estados Unidos pretende responder a práticas comerciais consideradas injustas e proteger os interesses econômicos do país.

Negociações de jogadores são impactadas?

Se os produtos brasileiros são taxados em 50%, isso inclui também negociações de jogadores? Se sim, essa decisão poderia beneficiar as equipes do Brasil e prejudicar times dos EUA, que pagariam mais caro. Um jogador que custou 10 milhões de dólares (R$ 55,1 milhões na cotação atual), como é o caso de Gabriel Pec, ex-Vasco, passaria a valer 15 milhões de dólares (R$ 82,7 milhões).

Ao ge, Renata Correia Cubas, sócia da área de tributário do escritório Mattos Filho, explicou que transferências de jogadores não podem entrar no "tarifaço".

Atualmente, a transferência internacional de jogadores de futebol é tratada, do ponto de vista jurídico e tributário, como uma cessão de direitos, e não como uma operação de importação ou exportação de mercadorias. Nessa operação, incidem tributos específicos, que variam conforme a legislação de cada país envolvido na negociação.

— Renata Correia Cubas

- No caso da cessão de direitos de jogadores, não se trata de uma mercadoria física, mas de um direito contratual, razão pela qual tais tarifas não são aplicáveis a essas operações. A tributação incidente na cessão de direitos de jogadores já é regulada por normas fiscais específicas e não há previsão, no cenário atual, de incidência de tarifas comerciais sobre essas operações - continuou.

Impactos no mercado esportivo

Ainda que não impacte nas transferências, a medida de Donald Trump terá efeito no mercado do esporte. Talita Garcez, sócia do Garcez Advogados e Associados, explica como artigos esportivos serão afetados com a decisão.

O tarifaço incidirá sobre bens esportivos importados, como equipamentos, uniformes, material médico e etc., elevando custos com suprimentos importados. Ademais, o mercado esportivo também poderá sofrer com os reflexos indiretos do tarifaço, na medida em que seus patrocinadores, investidores e parceiros poderão ter seus lucros reduzidos pelas medidas impostas, o que pode gerar uma redução significativa nos investimentos e nas ativações do segmento esportivo.

— Talita Garcez

A Ásia é o continente que mais produz materiais esportivos, com fábricas na China, na Índia (25% de taxa), no Vietnã (20% de taxas), no Paquistão (19% de taxas) e em diversos outros países da região. Desses, somente a China não será taxada por Trump, mas se posiciona contra a medida dos Estados Unidos e enfrenta tarifas do governo americano que chegaram a 145%, mas agora estão em 30%.

Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), os Estados Unidos importaram 10,3 bilhões de dólares em produtos esportivos em 2024, sendo 61% (6,27 bilhões de dólares) somente da China.

Trump e o esporte

O presidente dos Estados Unidos se mostra cada vez mais presente no meio esportivo. Uma cena marcante recente foi a presença de Trump na festa do título do Chelsea na Copa do Mundo de Clubes, disputada nos EUA.

Além da Copa do Mundo de Clubes, os Estados Unidos recebem a Copa do Mundo de 2026 (Canadá e México também serão sedes) e os Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles. Em julho, o Comitê Olímpico dos EUA seguiu uma ordem de Trump e baniu mulheres trans de competições femininas.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, foi acusado de colocar em risco a independência do esporte em relação à política por sua proximidade com Donald Trump. Em sua defesa, o cartola defendeu uma relação mais próxima com o presidente dos Estados Unidos, país que recebe o Mundial de Clubes de 2025 e a Copa do Mundo de 2026.

- Estamos organizando uma Copa do Mundo no ano que vem em Estados Unidos, México e Canadá. Não vamos esquecer que, quando a licitação para aquela Copa do Mundo aconteceu (em 2018), o presidente Trump já era presidente dos Estados Unidos. Acho que é absolutamente crucial para o sucesso da Copa do Mundo ter um relacionamento próximo com o presidente - disse Infantino.

Comentários feitos por Donald Trump sobre os países vizinhos, porém, colocaram questionamentos na Copa de 2026. De volta ao cargo de presidente, o americano já falou sobre anexar o Canadá como o "51º estado" dos EUA, além de ser um crítico de imigrantes mexicanos.

Trump também se mostra presente em outros esportes. Em 2024, a McLaren recebeu o então candidato no Grande Prêmio de Miami de F1. Dana White, presidente do UFC, é apoiador do presidente dos Estados Unidos e já esteve ao seu lado em eventos da organização.

Veja os países afetados diretamente pelo "tarifaço" e as taxas impostas por Trump:

  • Afeganistão — 15%
  • Argélia — 30%
  • Angola — 15%
  • Bangladesh — 20%
  • Bolívia — 15%
  • Bósnia e Herzegovina — 30%
  • Botsuana — 15%
  • Brasil — 50%
  • Brunei — 25%
  • Camboja — 19%
  • Camarões — 15%
  • Chade — 15%
  • Costa Rica — 15%
  • Costa do Marfim — 15%
  • República Democrática do Congo — 15%
  • Equador — 15%
  • Guiné Equatorial — 15%
  • União Europeia — 15%
  • Ilhas Malvinas — 10%
  • Fiji — 15%
  • Gana — 15%
  • Guiana — 15%
  • Islândia — 15%
  • Índia — 25%
  • Indonésia — 19%
  • Iraque — 35%
  • Israel — 15%
  • Japão — 15%
  • Jordânia — 15%
  • Cazaquistão — 25%
  • Laos — 40%
  • Lesoto — 15%
  • Líbia — 30%
  • Liechtenstein — 15%
  • Madagáscar — 15%
  • Malawi — 15%
  • Malásia — 19%
  • Maurício — 15%
  • Moldávia — 25%
  • Moçambique — 15%
  • Mianmar (Birmânia) — 40%
  • Namíbia — 15%
  • Nauru — 15%
  • Nova Zelândia — 15%
  • Nicarágua — 18%
  • Nigéria — 15%
  • Macedônia do Norte — 15%
  • Noruega — 15%
  • Paquistão — 19%
  • Papua Nova Guiné — 15%
  • Filipinas — 19%
  • Sérvia — 35%
  • África do Sul — 30%
  • Coreia do Sul — 15%
  • Sri Lanka — 20%
  • Suíça — 39%
  • Síria — 41%
  • Taiwan — 20%
  • Tailândia — 19%
  • Trinidad e Tobago — 15%
  • Tunísia — 25%
  • Turquia — 15%
  • Uganda — 15%
  • Reino Unido — 10%
  • Vanuatu — 15%
  • Venezuela — 15%
  • Vietnã — 20%
  • Zâmbia — 15%
  • Zimbábue — 15%

Fonte: ge
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