Futebol

Confira a entrevista concedida por Felipe à Revista Placar

Felipe, o maior vencedor da história do Vasco (coleciona sete troféus), recebeu PLACAR em sua casa, na Barra da Tijuca, para uma longa entrevista. Ele fala da derrota “injusta” para o Real Madrid na final do Mundial de 1998, do afastamento do elenco no início do ano, de sua amizade com Pedrinho e do espírito vascaíno da atual geração, campeã da Copa do Brasil

FELIPE, O VASCAÍNO

Meu pai é vascaíno. Meu irmão mais velho era meio Flamengo, o do meio vascaíno roxo e eu que amava jogar futebol. Se me chamassem para jogar futebol ou assistir Vasco x Flamengo, eu preferia jogar futebol. Minha mãe não tinha time. Por eu ter sido nascido e criado lá [em Higienópolis, bairro da zona norte do Rio próximo a São Januário], acabei virando vascaíno. Tanto que meu irmão tem três filhos. O primeiro, que é meu afilhado, se chama Bismarck. Esse meu irmão do meio viajou até Curitiba para assistir à final. O mais velho virou Felipe Futebol Clube, parece muito comigo, mas não sabe dar um chute numa bola [risos].

A RELAÇÃO EM SÃO JANUÁRIO

Sou muito querido no Vasco, principalmente com o pessoal do baixo escalão. Se vejo uma injustiça, principalmente com eles, eu me incomodo.

O INÍCIO NO FUTSAL

Tenho de agradecer ao Futsal e ao meu pai, que me levou para jogar no Vasco aos seis anos de idade. Meu filho vai jogar Futsal no Vasco. Daí eu desenvolvi. O Futsal hoje está muito diferente da minha época, mas se você não tiver um bom passe, um raciocínio rápido, você não consegue jogar. Hoje, se você vai ver meus jogos, a maioria dos meus passes é rasteira. É difícil lançar uma bola alta. Passe de Futsal, onde você tenta achar um companheiro na melhor posição. Eu às vezes até erro muitos passes porque tento um passe para definir e buscar o jogador mais bem posicionado. Eu tenho um filho de seis anos e um de dois, eles gostam de jogar bola. Antes de botar no futebol de campo, vou botar no Futsal, que é onde você tem um raciocínio. É lógico que você não pode jogar somente Futsal, temos exemplos aí de que o cara não consegue se adaptar totalmente ao campo. No meu caso, a transição deu certo. Comecei com seis anos de idade futebol de salão, com 12 anos o Vasco ia disputar uma competição no Japão e eu fui convidado. Não tinha nem a categoria pré-mirim. O Vasco chamou jogadores não só do clube, mas de outras equipes, do Grajaú, Vila Isabel [bairros da zona norte carioca] para formar um time de campo. O Pedrinho foi junto comigo, porque na época a gente jogava futebol de salão, e a gente nem sabia qual posição iria jogar. Aí ele falou: vou de ponta-esquerda. E eu: tá bom, então vou de meia-esquerda, para a gente não disputar posição, porque a gente era amigo. Chegamos lá e tinha dez pontas-esquerdas, e lateral-esquerdo não tinha nenhum. Aí o técnico falou: treina aí na lateral-esquerda. Gostei, porque o Futsal tinha me dado noção de marcação. Com 12 anos, fiquei jogando salão e campo. De manhã campo; à tarde e à noite, salão. Com 18 anos, estreei no profissional e parei de jogar o futebol de salão.

A IDA PARA OS PROFISSIONAIS

Eu já cheguei agarrando a oportunidade, me impondo e me mostrando. Me firmei muito rápido. A gente sabia que o Edmundo era privilegiado. Uma das coisas que eu aprendi e ouvi muito falar era: não existe tratamento igual. Se o tratamento fosse igual, o salário teria que ser igual a todos. A gente sabia absorver isso. Eu não tenho esse tipo de vaidade. É claro que, se eu chegar e pedir alguma coisa, vão me atender, mas pela história que eu tenho no clube, pelo que eu conquistei.

COMO O VASCO TRATA SUAS REVELAÇÕES

A atenção à prata da casa deveria ser maior. Um clube só vai andar se revelar bons jogadores. Um exemplo é o Santos, que é a sensação do momento. O Vasco há um bom tempo não revela bons jogadores, o último foi o Phillippe Coutinho. Eu já ouvia a palavra Neymar antes mesmo de ele jogar profissionalmente. Esse trabalho tem que existir. Eu ficava muito chateado na época [que era prata da casa] porque já era absoluto [na posição] mas o Vasco não me dava o devido valor. Vinha outra pessoa de fora para completar o elenco, e eles não davam o mesmo valor para mim. Acho que isso melhorou.

“ESPÍRITO DE 1997”

Tive um início vencedor, em que a gente conseguiu vencer o Brasileiro e a Libertadores. Você poder conviver com Edmundo, Mauro Galvão, Luizinho, Carlos Germano, o Juninho, Ramon e o meu amigo inseparável Pedrinho… Pude tirar de cada um deles o seu melhor. Aí também o jogador que nasce no Vasco é movido à pressão. Isso é de berço. A torcida do Vasco ficou muito mal acostumada nos anos 90. Todo dia você conquistava algum título. O Vasco tinha um plantel muito grande. No segundo Mundial, contra o Corinthians, era um elenco de 22 jogadores excepcionais. O ataque era Romário e Edmundo e os reservas eram o Donizete e o Viola. No meio-campo, jogavam eu, o Amaral, o Juninho e o Ramon, e tinha o Pedrinho, Luizinho, Nasa, Paulo Miranda, o Jorginho tetracampeão, o lateral-esquerdo era o Gilberto, e tinha o Mauro Galvão, o Odvan, o Alexandre Torres. Eram dois times excepcionais. Daí o Vasco passou por uma crise que, de favorito, tinha um elenco normal, que brigava para não cair.

A DERROTA PARA O REAL MADRID NO MUNDIAL DE 1998


Futebol é complicado. Às vezes você joga melhor que o adversário e acaba não vencendo. Uma das maiores injustiças foi a derrota para o Real Madrid na final de 1998. O Vasco jogou muito melhor, massacrou. Eu tenho a consciência de que fui o melhor [daquele jogo]. Se tivesse vencido, eu ganharia o carro, e não o Raúl. É uma perda muito grande e que não tem cura.

A EXPERIÊNCIA NO CATAR

Minha vida no Catar foi de muita tranquilidade, onde pude ter uma estabilidade financeira. Claro que não é um Rio de Janeiro, mas o calendário é tranquilo, joga uma vez por semana e você tem muito tempo para a sua família. Quando você vai para um país desses, você tem muito tempo para curtir sua família. Lá não tem ninguém pra tu recorrer, brigou vai para casa da mãe e do pai. Lá até chegar até a casa da mãe e do pai são dois dias. Quando cheguei lá, em 2005, o futebol não era tão profissional. O treinador marcava treino, o jogador faltava. Isso me assustou bastante. Depois a gente foi conversando e sabendo. O cara trabalhava na polícia e jogava futebol. Ganhava mais na polícia, e o futebol era hobbie. Estrutura eles têm, mas torcida não. A maior parte dos jogos era com estádio vazio. Foi um dos motivos que eu quis voltar, porque lá não tem a pressão. Se esperar motivação da arquibancada para atuar, esquece. Só nas finais da Copa do Rei e da Príncipe que o estádio lota, mas não para ver futebol – é para ver o rei e o príncipe. Já falei que vou passar nas minhas férias por lá. Vou tentar torcer por eles na Copa, mas vai ser meio difícil (risos)…

A FAMA DE “MARRENTO”


Hoje em dia ninguém quer mais jogador problemático. Essa época passou. Hoje em dia as pessoas estão mais preocupadas com a imagem, e não tem mais espaço para isso. A gente aprende com os nossos erros. Eu tinha 18 anos, e o meu temperamento era mais explosivo, mais pela idade e por estar saindo para o cenário do futebol. Pessoas que me conhecem sabem que eu sempre fui um cara de coração grande. Mas fora de campo eu era muito mais tranquilo. Sempre fui um cara mais responsável, gostava de sair e ir para boate. Ainda mais eu tenho que já tinha meu emprego, meu carro. É lógico que cometi alguns erros, mas normais. Eu aprendi com eles. A única coisa que me arrependo é de ter dado um saco em um colega de trabalho [o volante Marcos Mendes, do Campinense-PB, na Copa do Brasil de 2005], no Fluminense.

O COMEÇO DE TEMPORADA RUIM


O começo de temporada é sempre ruim. As pessoas não querem saber se você começou a trabalhar há pouco, eles querem resultado. Campeonato Estadual é sempre complicado, porque as equipes consideradas pequenas começam a treinar em novembro. Se você não estiver bem fisicamente, você até tenta executar algumas jogadas, mas o corpo não ajuda. O Vasco pagou por isso.

O AFASTAMENTO

Se você fizesse essa pergunta quando eu tinha 18, 19 anos de idade, você iria saber porque eu fui afastado. Era porque eu tinha cometido algum ato de indisciplina. Só que hoje, um jogador muito mais experiente, mais tranquilo do que eu era, cumpri meus horários. Se você perguntar para o presidente do Vasco, para o Rodrigo Caetano, para o vice-presidente [José Hamílton] Mandarino, talvez possam te responder. Eu gostaria de saber qual é a resposta. No jogo contra o Boavista, faltando cinco minutos para acabar o primeiro tempo, o PC me tirou. Apesar de eu achar que poderia esperar o intervalo – quando um time está perdendo por 2 x 0 para uma equipe pequena, ele tem mais que mexer na equipe, não sou obrigado a jogar 90 minutos. Mas ele me tirar faltando cinco minutos achei uma afronta, de repente ele quis me botar de vilão na história pela fase ruim. Fiquei no banco esperando o intervalo chegar, a torcida estava pegando no pé dos jogadores que eram a referência do time, eu e o Carlos Alberto, e ele me substituiu. Não voltei, fiquei no vestiário, ouvindo pelo rádio. Esperei o sorteio do antidoping, e eu não estava sorteado. Aí eu fui, liguei para o meu assessor que estava esperando e falei: “Desce aí que eu vou embora”. Eu sabia que a torcida iria protestar, mas todos os jogadores que são substituídos, depois do sorteio do doping, pegam seus carros e vão. Eu fui embora. Depois me ligaram dizendo que eu poderia ficar em casa para preservar minha imagem. É meio complicado, né…

A BRIGA NOS VESTIÁRIOS


Com o Carlos Alberto, o presidente foi dar uma bronca no time e acabou tendo uma discussão com o Carlos Alberto. Eu não estava presente. Aí ele afastou o Carlos Alberto, aí eu acho que entrei nesse afastamento aí sem estar presente. O presidente, por ter sido jogador de futebol, sabe que depois de uma derrota todo mundo está de cabeça quente, ninguém gosta de perder, ainda mais na fase em que a gente estava no momento. Vai até um conselho para todos os presidentes: quer conversar? Conversa no dia seguinte. Eu tenho 15 anos de profissional, sempre tem confusão se o presidente vai cobrar jogadores bem depois da partida. Está todo mundo de cabeça quente, não é o momento adequado. Naquele momento alguém, que não consegui ainda descobrir quem foi, quis tentar manchar minha história com o clube. Logo em seguida, o Ricardo chegou, e o futebol é um telefone sem fio, todo mundo sabe que está acontecendo. E o Ricardo trabalhou comigo no Flamengo. E ele pediu que eu voltasse, não ficasse afastado. Ele sabia da minha índole.

RICARDO GOMES NO VASCO

O Ricardo é um excelente treinador e não tinha um título expressivo. Ele é uma excelente pessoa e tem um auxiliar-técnico, o Cristovão [Borges, ex-jogador de Grêmio e Corinthians nos anos 80], que todo mundo adora de paixão, o Rodrigo Toledo, o preparador físico, é um cara muito tranquilo. Engraçado é que o cara já foi jogador, mas a maioria dos jogadores que vira treinador muda totalmente. Quando joga muito tempo você sabe que jogador não gosta de concentração. Eu acho que concentração tem que existir, mas ela, em demasia, só deixa o jogador mais estressado. [O Ricardo Gomes] se firmou [no Vasco] sem dar um grito. A postura que ele tem, pela pessoa que ele é. Como jogador, ele não foi capitão da seleção à toa.

A CHEGADA DE JUNINHO PERNAMBUCANO

O Juninho é um cara que sempre se identificou muito com o Vasco. Serve de exemplo para os jogadores. Eles estão muito felizes de estar no dia a dia com o Juninho. É um excelente profissional. Tem 36 anos e é um exemplo, o primeiro a chegar e o último a sair. Sempre foi muito dedicado, desde que eu cheguei no Vasco e ele já estava no profissional. O jogador tem que receber para jogar, e cada um tem sua identificação maior pelo clube. A do Juninho é pelo Vasco, a minha também é. Hoje o futebol está muito competitivo, e o Vasco vai ganhar muito com a qualidade dele, a experiência e a bola parada, uma das melhores armas que vai ter.

A RECEPÇÃO DEPOIS DA CONQUISTA DA COPA DO BRASIL

Fiquei impressionado pela quantidade pessoas no aeroporto, no título da Copa do Brasil. Nem na época da Libertadores, em 1998, foi assim. Por jogar Vasco e Coritiba, a pressão era muito grande. A obrigação de vencer era do Vasco. A ansiedade do torcedor passou para a gente um pouco. Depois que a gente conseguiu o título, tirou toneladas das costas. Pelos anos que o Vasco não conquistou nada, pela queda para a série B. Eu particularmente fiquei ansioso, porque tinha disputado três finais de Copa do Brasil e não tinha conquistado o título [Felipe perdeu as finais de 2003, 2004 – ambas pelo Flamengo – e a de 2005, já no Fluminense]. Nada melhor que conseguir esse título inédito pela equipe que te criou e projetou.

O ATUAL MOMENTO DO VASCO

Eu acho que é uma somatória. O Vasco buscou jogadores experientes, que fizeram história no clube, e a diretoria montou um belo plantel contratando jogadores experientes, como Diego, Alecsandro e o Leandro, com os novos valores, como o Allan e o Rômulo, essa mescla é importante. O Vasco formou uma família, e fez com que a gente conseguisse o título da Copa do Brasil. A experiência do professor Ricardo [Gomes] com sua comissão técnica nos deu confiança para desenvolver um bom futebol. Acho que o Vasco está de parabéns pelo que vem fazendo. É importante ter jogadores que fizeram história no clube, independente de estar jogando ou não. O Carlos Germano, por sua história vitoriosa, estar ali junto da gente, como treinador de goleiros, não ajuda a gente mais dentro de campo, mas fora de campo mostra a sua experiência. Haja visto o [Fernando] Prass que vive uma grande fase há um bom tempo. O presidente é o maior ídolo da história do Vasco. É importante que todos os jogadores que fizeram parte da história do clube contribuírem de alguma maneira. A cumplicidade entre os jogadores, dentro e fora de campo, fez com que o Vasco conquistasse a Copa do Brasil. Participei de outros grupos vitoriosos no Vasco. O grupo de 1997 era mais qualificado, mas a cumplicidade não era tão grande como hoje. [Havia muitas brigas, mas] na época, a gente resolvia porque tinha grandes jogadores, mas nesse grupo a cumplicidade é muito maior.

PLANOS PARA O BRASILEIRO


É possível (fazer um bom Brasileiro). Precisa de reforços, porque o calendário é complicado. A gente teve algumas perdas, jogadores com contusões, mas a gente mostra que tem um bom elenco. Não é o melhor do Brasileiro, mas tem tudo para fazer um belo campeonato.

PEDRINHO


O Pedrinho foi um dos maiores incentivadores para eu voltar para o Vasco. Eu tinha propostas de outros clubes do Brasil, e ele, apesar de o Vasco ter errado com ele, sempre falou que eu tinha que voltar para o Vasco. Eu acho que tanto o Edmundo e principalmente o Pedrinho, da maneira como foram tratados [em 2008, quando o Vasco foi rebaixado para a série B], foi muito ruim. Agora o Roberto se arrependeu, fez as pazes com o Edmundo, se emocionou. Eu acho que um ídolo vai ser para sempre, não existe ex-ídolo. O Pedrinho poderia fazer parte do elenco. Logicamente hoje o Pedrinho não teria condições de ser titular, devido às lesões, mas ele poderia ser útil. O Pedrinho é uma pessoa muito bem resolvida, ele respira Vasco. Eu no mínimo almoço e janto com ele uma vez por semana. Eu não posso perder a amizade com ele nunca. A diferença do meu filho para o filho dele mais velho é a mesma dele [Pedrinho] para mim, 65 dias. E o meu filho mais novo nasceu no dia em que ele nasceu, 29 de junho, Dia de São Pedro. Ele sofreu bastante, eu sofri junto com ele, mas o Pedro poderia ser muito mais do que ele foi, devido às contusões e à cabeça dele, porque ele ficava muito preocupado em agradar todos. “Será que vou conseguir jogar bem?” Isso atrapalhava o rendimento dele dentro de campo. Eu era um cara muito mais largado, eu fazia. O Pedro só não foi mais do que ele foi pelas contusões, ligamentos cruzados três vezes, isso realmente complicou.

O FIM DA CARREIRA

Não tenho data para isso. Meu contrato com o Vasco é até o final do ano que vem, quando vou estar com 35. Mas não tenho intenção de parar. O Juninho que tem 36 e não tem intenção de parar. Eu sou uma pessoa que nunca bebeu – isso vem de família, meus pais não bebem. Isso ajuda bastante por um lado. Espero poder ter uma vida longa no futebol e pretendo encerrar no Vasco. Depois, pretendo trabalhar com o futebol – como empresário, diretor, treinador.

Fonte: Placar
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