O grande momento vivido pelo Vasco no Brasileirão abre brechas para sonhar alto — no que diz respeito ao desempenho em campo e no mercado de transferências. E um nome como o de Jefferson Lerma simboliza essa situação.
Jogador importante da seleção colombiana e com seis temporadas na Premier League, o volante de 31 anos teria sido sondado pelo clube carioca, segundo o portal “NTVASCAÍNOS”. A ideia seria contratá-lo para 2026.
Lerma tem contrato até o fim da atual temporada no Crystal Palace — ou seja, junho de 2026. Titular nas últimas temporadas pela equipe londrina, o meio-campista perdeu espaço na atual campanha, justamente quando o Palace viveu grande sequência. Mas o que ele poderia levar ao time de Fernando Diniz?
Apesar da melhora defensiva se comparada com outros trabalhos, o grande calcanhar de Aquiles de Fernando Diniz segue sendo a defesa. O Vasco tem o quarto melhor ataque de todo o Brasileirão, mas a pior defesa entre os 11 primeiros na tabela.
Lerma seria um reforço com impacto imediato nesse sentido. O volante do Palace tem números que o colocam entre os melhores do mundo no que diz respeito à proteção da própria área. Entre meio-campistas das cinco principais ligas nos últimos 365 dias, Lerma:
Colocando-o no contexto do Campeonato Brasileiro, as 1,58 interceptações de Lerma fariam com que fosse o terceiro entre os meias de todo o campeonato — levando em conta jogadores que atuaram em pelo menos 15 rodadas na temporada. E nenhum jogador do Vasco chega perto desse número: Hugo Moura é o mas próximo, com apenas 0,85.
Curiosamente, Rayan, o ponta habilidoso e artilheiro, é o segundo em todo o Brasileirão em duelos aéreos vencidos por jogo (1,7) entre meias, mas, depois dele, nenhum outro vascaíno chega perto de vencer ao menos um. Lerma seria o quarto em todo o campeonato no quesito (1,63).
Mais do que um jogador de grande ímpeto físico para duelos, Lerma seria crucial para diminuir o número de chutes a gol que o Vasco sofre. No último ano, teve 1,32 chute bloqueado a cada 90 minutos — número que o colocaria na liderança isolada do Campeonato Brasileiro entre jogadores do seu setor.
O upgrade defensivo parece evidente. Mas é necessário mais do que isso para jogar em uma equipe de Fernando Diniz. O treinador historicamente valorizou volantes ágeis, que conseguissem progredir através da pressão e que transitassem de lado para manter a posse.
Apesar de boas valências em alguns desses quesitos, o colombiano nunca foi o estereótipo do volante desejado por Diniz. Os times em que Lerma jogou ao longo da carreira também pouco tiveram relação com o estilo do treinador vascaíno.
Em termos de comparação, o Crystal Palace de Oliver Glasner é um dos times mais diretos e menos pacientes da Premier League. O volante, por sua vez, tentou mais passes longos do que 78% de todos os meio-campistas no último ano.
Em uma análise fria dos números, a estatísticas envolvendo passes são ruins para Lerma e não casam com o modelo de jogo do Vasco:
Por outro lado, há outros números que podem ser mais animadores, principalmente no que diz respeito à forma como o colombiano consegue manter a posse. Forte e com condições de passar da marcação conduzindo, Lerma pode, sim, ser impactante na construção do Vasco.
Apenas 2% dos meio-campistas do mundo têm mais toques na sua própria área do pênalti do que o volante, e ele também está entre os 89% com mais toques no terço defensivo. Isso indica que é um jogador crucial para a saída de bola.
Throwback to this Jefferson Lerma screamer against Chelsea 😳 pic.twitter.com/Onqw3z9zrd
— Crystal Palace F.C. (@CPFC) October 25, 2025
Lerma não é um grande jogador em termos de conduções: 95% dos meio-campistas das cinco grandes ligas conduzem a bola por maiores distâncias e 97% chegam ao último terço conduzindo com mais frequência do que ele. Ainda assim, o colombiano compensa de outras formas.
Seu primeiro toque para dominar é um dos mais seguros do mundo: apenas 9% dos meias têm menos erros do que ele nesse fundamento. E suas 5,59 recuperações de bola por jogo o fazem um volante de grande valia para uma equipe que busca manter a bola com frequência.
Jefferson Lerma seria um reforço que, caso faça sentido em termos financeiros, promoveria uma melhora no meio-campo vascaíno. O desafio de estar em um time fluido e de grande interesse na bola seria novidade, mas o volante definitivamente tem condições de ajudar a equipe de Diniz em pontos de dificuldade.
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