Futebol

Conmebol: Alejandro Domínguez é reeleito; Samir Xaud comenta sobre eleição

Alejandro Domínguez foi reeleito por unanimidade para mais um mandato à frente da Conmebol.

A eleição aconteceu hoje, no congresso da entidade, e assegura o dirigente paraguaio no cargo para o período de 2027 a 2031.

Alejandro mais uma vez teve caminho livre, sendo praticamente aclamado pelos colegas da Conmebol para que fosse candidato único.

Samir Xaud, presidente da CBF, participou do congresso.

O atual presidente da Conmebol chegou ao poder em 2016, após o escândalo do Fifagate desmantelar as estruturas sul-americanas.

Quase uma década depois, Alejandro ganha mais um mandato comemorando a volta de conquistas mundiais das seleções do continente em várias categorias — não só a Argentina em 2022 — e o crescimento de valor da Libertadores e da Sul-Americana.

A Conmebol calcula que houve um crescimento de 436% nos prêmios distribuídos nas competições de clubes desde 2015. No número bruto, a entidade vai distribuir no ano US$ 311,8 milhões (R$ 1,7 bilhão), segundo orçamento aprovado.

Os presidentes das associações membro mencionaram após a votação que Alejandro "deu estabilidade" à região, como disse Jorge Giménez, da Federação Venezuelana.

As finais únicas dos torneios de clubes foram mudanças significativas sob a gestão de Domínguez.

"Estou agradecido a vocês por ter me dado aquele voto de confiança em 2016 e assim começar um trabalho conjunto para chegar a quem somos hoje. Conmebol em nove anos recuperou, voltou a trazer para casa, dez títulos mundiais. É um grande mérito que quero desfrutar com vocês, entre outras coisas que já vimos", disse o dirigente hoje.

E o Brasil

Em relação ao Brasil, a relação ficou estremecida meses atrás por causa da questão envolvendo o combate ao racismo.

A ofensa ao atacante Luighi, do Palmeiras, na Libertadores Sub-20, teve resposta considerada branda no lado brasileiro. Isso gerou manifestações do então presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e da presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

A tensão cresceu quando Alejandro comparou a hipótese de times brasileiros fora da Libertadores a "Tarzan sem Chita". Pediu desculpas depois, reconhecendo o equívoco da figura de linguagem.

O Brasil não vai se desfiliar da Conmebol. Ednaldo não está mais na cadeira. E o momento em que Alejandro tem mais um mandato pela frente é justamente quando o Brasil precisa retomar a relevância política no âmbito sul-americano.

O afastamento de Ednaldo fez a Conmebol dar ao argentino Chiqui Tapia a cadeira no Conselho da Fifa. O assento é muito cobiçado. O Brasil ficou sem lugar.

Com Samir no poder, a ponte entre Brasil e Conmebol inicialmente seria feita por Fernando Sarney. Mas, na prática, ontem, a reunião no Paraguai entre Brasil e Conmebol foi entre Alejandro e Xaud.

Samir deixou boas impressões em Alejandro. Segundo fonte do alto escalão da Conmebol, o presidente apontou a juventude e viu boas ideias no brasileiro.

"Primeiramente parabenizar o Alejandro pelo trabalho intenso que vem realizando no futebol sul-americano. Sou o presidente mais novo no Brasil, eleito há pouco tempo. Venho com a missão de mudar o futebol para melhor e contribuir para todo o futebol sul-americano. Agradeço a recepção do senhor e de cada presidente. Quero dizer que a CBF andará junto, de mãos dadas, para melhorar o futebol sul-americano. Contem com o total apoio", disse Samir no congresso.

Para além do Brasil, Alejandro vive boa relação com Gianni Infantino, presidente da Fifa. Já teve algumas discordâncias no passado, mas hoje o trânsito é bom.

Fonte: UOL Esportes