O domingo vai ser especial para Philippe Coutinho. Quando entrar em campo às 20h30 (de Brasília), para enfrentar o Ceará em São Januário, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, o meia vai completar 100 jogos com a camisa do Vasco, clube que o revelou como profissional.
E como forma de homenagem, o Vasco preparou uma surpresa durante a semana. Coutinho foi visitar o colégio em São Januário para doar o quadro feito em sua renovação, mas chegando lá foi surpreendido com a presença da família, ganhou uma camisa emoldurada de número 100 e visitou a quadra onde começou sua carreira com apenas 7 anos:
- Fazia tempo que não vinha no ginásio, onde tudo começou. Desde ali na entrada, na hora que parei o carro e vi a estrutura que é a mesma, me fez relembrar muito meu início. Esse quadro com essa camisa, para mim é muito especial completar 100 jogos pelo clube que sempre sonhei me tornar profissional. Meu sonho no início era só esse, tornar profissional como os caras que eu via treinando e jogando. Vestir a camisa do Vasco, fazer um gol pelo Vasco, ser um jogador que as pessoas admirassem, que as crianças se espalhassem. Hoje é um dia especial, 100 jogos com essa camisa não é uma marca pequena. Dia muito feliz para mim.
Em entrevista à Vasco TV, canal oficial do clube no YouTube, Coutinho lembrou da timidez em seu início no futsal do Vasco, quando ainda era chamado de "Philippinho", e de como começou a pegar gosto por fazer gol ainda nas quadras incentivado pelo pai, Zé Carlos:
- Foi onde tudo começou para mim. Sempre fui bastante tímido, lembro que nesse meu primeiro dia não queria entrar, ficava no cantinho ali, atrás da cesta de basquete. Depois vim para a arquibancada, para perto dos meus pais, não queria treinar. O treinador era o Robson e tinha o professor Ricardo também, eles foram me convencendo. Fiz um treino muito bom e eles me aprovaram. Eu amava isso aqui, teve até o momento que tinha que escolher entre campo e futsal e não queria sair da quadra.
- Sempre achei muito bonito chegar na cara do gol e dar o passe para o lado, e o cara fazer o gol sozinho. Lembro que em alguns treinamentos ele (pai) foi um pouco mais rígido porque todo mundo fazia gol, e eu dava o passe para o pessoal fazer. Ele e meus irmãos começaram a tentar me motivar com dinheirinho para comprar lanche na Barreira. R$ 5, R$ 10, a partir dali mudou um pouco, eu entrava um pouco mais motivado para fazer o gol (risos).
Coutinho realizou não só o sonho de virar jogador profissional do Vasco, as também um ídolo do clube onde sempre quis voltar após desbravar o futebol europeu. Aos 33 anos, ele agora tem uma nova meta para sonhar:
- Nunca tive outra opção na minha cabeça, minha volta seria somente para cá. Pela gratidão, pelo amor que tenho ao clube. Foi uma demonstração de carinho por parte dos torcedores que eu não imaginava, isso fica na minha cabeça de cada dia trabalhar mais, retribuir todo esse carinho que recebo dentro de campo para eles. Está no sangue, na nossa família. Meu grande e maior sonho no momento é ganhar um título com a camisa do Vasco. É o que me faz acordar, vir treinar, dar meu melhor a cada dia.